Ano: 
2018
Categoria: 
Organização da atenção à saúde da pessoa idosa na Rede de Atenção à Saúde (implementação de linha de cuidado, regulação, fluxos, etc.)
Região da Prática: 
Sudeste
Município: 
São Paulo
Instituição Responsável: 
Ambulatório Médico de Especialidades - AME Idoso Sudeste - SES São Paulo/SPDM
Parceiros: 
Núcleo Técnico de Humanização SES São Paulo-DRS1-RRAS6
Coordenação da experiência: 
Marcia Maiumi Fukujima
Telefone institucional: 
(11) 4280-2860
Email da coordenação: 
maiumi.fukujima@spdm.org.br
Qual a esfera da experiência?: 
Grupo A - Estados e DF
O que motivou a realização dessa experiência?: 
O Modelo de Atenção à Saúde Integral da Pessoa Idosa no SUS propõe a organização da atenção e ampliação do acesso qualificado da população idosa com organização do cuidado em rede demandada pela Atenção Básica, considerando como ponto de partida a capacidade funcional considerando o risco de fragilidade existente e o seu grau de dependência (capacidade de execução), buscando a maior autonomia (capacidade de decisão) possível do idoso. O Decreto Nº 61.831 do Governo Estadual de São Paulo, de 11 de fevereiro de 2016 cria o Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Idoso (AME Idoso Sudeste). Em seu Artigo 2º define sua finalidade: - O "Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Idoso - AME Idoso Sudeste" tem por finalidade prestar assistência global à saúde do idoso, aos pacientes do Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito de sua abrangência. O planejamento institucional do cuidado precisa prever a carga de serviços para evitar demanda reprimida, falta de vagas e sobrecarga do sistema com sucateamento da atenção. O principal problema no AME Idoso Sudeste nessa circunstância é a demanda reprimida por retorno na unidade sem caracterização de prioridade ou riscos. No AME Idoso Sudeste, inaugurado em julho de 2016, os pacientes eram atendidos conforme agendamento, e, após triados, aguardavam retorno em fila não qualificada, exceto em casos especiais sinalizados pela equipe assistencial. A abordagem fragmentada do idoso é uma das principais causas de iatrogenia com maus resultados clínicos, desperdício de recursos e desgaste individual e da família. A compreensão de conceitos de fragilidade, perda funcional e comorbidades dos idosos deve substanciar as ações propostas, já que há sobreposição dessas condições. O Acolhimento com Classificação de Risco é uma ação técnico-assistencial que pressupõe a mudança da relação entre profissional e usuário através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, conforme a Política Nacional de Humanização. Apesar da classificação de riscos ser geralmente associada ao atendimento de urgências e emergências, trata-se de uma prática aplicável a todos os níveis de atenção à saúde. O projeto de acolhimento e classificação de risco do idoso atendido no AME Idoso Sudeste foi elaborado visando solucionar o problema principal de entrada sequencial de pacientes no ambulatório de geriatria sem conhecimento da gravidade e urgência. E como problema secundário temos a formação de filas desqualificadas com demandas diversas, o que dificulta a boa gestão de agendas, dimensionamento de pessoas e boa qualidade e segurança do paciente em seu atendimento.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
O objetivo geral foi elaborar protocolo de acolhimento com classificação de risco em geriatria para idosos atendidos em ambulatório especializado em idoso no nível de atenção de média complexidade baseada na mortalidade e funcionalidade. Nosso objetivo específico foi elaborar fluxos de atendimento e de encaminhamentos conforme classe de risco e critério de inclusão do paciente na unidade. Desejamos reduzir o impacto de pacientes graves piorarem clinicamente enquanto aguardam consulta, formando fila desqualificada para retorno e falta de vagas para atendimento de modo a garantir equidade, alta resolutividade, atenção humanizada com uso racional de recursos.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Protocolo estabelecido e fluxos implantados em 6 meses
Classificação de 100% dos pacientes novos com consulta agendada na geriatria
Avaliação gerontológica de 100% dos pacientes realizada pela equipe multiprofissional
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
O público alvo do projeto são pacientes idosos da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa do município de São Paulo e municípios adjacentes.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Por meio de treinamento da equipe assistencial e administrativa dentro da unidade. O projeto foi divulgado para a rede municipal através de reuniões com interlocutores das coordenadorias e supervisões municipais e reunião intersecretarial.
Onde foi desenvolvida?: 
O projeto de Acolhimento com Classificação de Risco foi desenvolvido e aplicado no AME Idoso Sudeste, ambulatório do Governo do Estado de São Paulo, com abrangência de território da região sul, sudeste e parte da centro-oeste do Município de São Paulo e municípios adjacentes da região do Grande ABC, região dos Mananciais e região da rota dos Bandeirantes do Estado de são Paulo. O projeto foi divulgado para a rede municipal através de reuniões com interlocutores das coordenadorias e supervisões municipais e reunião intersecretarial da área técnica da Saúde do Idoso da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e com apoio da articulação de Humanização da SES de São Paulo.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Os idosos foram encaminhados pelos equipamentos da atenção básica e outros equipamentos de saúde através do portal CROSS.
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
6405
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
2017 – 2868 idosos no período de abril a dezembro 2018 – 1614 idosos no período de janeiro a junho Totalizando 4482 idosos acolhidos e classificados no período.
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
4482
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?: 
Não houve evasão do projeto de acolhimento com classificação de risco, pois 100% dos idosos agendados para primeira consulta em geriatria foram submetidos ao protocolo. Existe perda primária e absenteísmo de consultas que são trabalhados regularmente com análise, identificação de causas e propostas de ações.
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
Foi elaborado protocolo de classificação de risco em geriatria baseado na mortalidade em 1 ano e funcionalidade. Foram elaborados fluxos de atendimento e encaminhamentos dos pacientes conforme classificação de risco. A sequência para elaboração deste projeto de intervenção em classificação de risco do idoso atendido no AME Idoso Sudeste seguirá as seguintes fases: 1) Elaboração de classificação de risco em geriatria com base em dados de literatura Classificação de risco dos pacientes da geriatria: ALTO RISCO  Síndrome Consumptiva (perda de 5% do peso ou mais em 3 meses ou 10% em 6 meses)  Internação recente com menos que 30 dias da alta hospitalar MÉDIO RISCO  Idade de 90 anos ou mais  Piora de sintomas comportamentais e psicológicos de demência  Três ou mais doenças crônicas descompensadas e com complicações  Caidor crônico (2 ou mais quedas no último ano)  Internação recente com 30 a 60 dias da alta hospitalar  Outro critério (decisão do geriatra) BAIXO RISCO  Depressão  Doença de Parkinson  Demência  Sequela de AVC  Distúrbio de marcha e/ou equilíbrio  Perdas sensoriais limitantes – visão ou audição  Polifarmácia (5 ou mais medicações de uso crônico) ou medicação inapropriada 2) Elaboração de protocolos de atendimento para cada classe de risco. FLUXOS: Todos os casos são gerenciados por enfermeiros gerentes da linha de cuidado GERIATRIA, que fazem os agendamentos, orientações e acompanhamento dos casos. Cada gerente é responsável por uma carteira de pacientes, organizados por horários e atrelados a médicos geriatras. FLUXOS DO PROTOCOLO DE ALTO RISCO Protocolo de exames: laboratório de investigação de causas de síndrome consumptiva, raio X, Ultrassom de abdômen, eletrocardiograma – resultados até 14 dias. Avaliação multiprofissional em até 14 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, Mini-exame do estado mental (MEEM), GDS (Escala de depressão geriátrica de Yesavage). Avaliação nutricional em até 14 dias. Avaliação odontológica em até 14 dias. Retorno na geriatria para avaliação em 14 dias. Se suspeita de neoplasia: investigação específica e encaminhamento para Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer. Se não houver suspeita de neoplasia: diagnóstico etiológico e tratamento. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: Diagnóstico de neoplasia com encaminhamento para a rede, causa base tratada e paciente clinicamente compensado, ganho ou estabilidade de peso por 6 meses FLUXOS DO PROTOCOLO DE MÉDIO RISCO Protocolo de exames: laboratório – resultado em até 28 dias. Avaliação gerontológica interdisciplinar em até 28 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, triagem nutricional – Mini Avaliação Nutricional. Se caidor crônico: avaliação oftalmologia, avaliação otorrinolaringologia Retorno na geriatria para avaliação em até 28 dias. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: causa base tratada e paciente clinicamente compensado, sem quedas por 6 meses. FLUXOS DO PROTOCOLO DE BAIXO RISCO Protocolo de exames: laboratório – resultados em até 56 dias. Avaliação gerontológica interdisciplinar em até 56 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, triagem nutricional – Mini Avaliação Nutricional, Mini-exame do estado mental (MEEM). Retorno na geriatria para avaliação em até 56 dias. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: causa base tratada e paciente clinicamente compensado. SITUAÇÕES DE ALERTA: perda imotivada de peso entre consultas, internações hospitalares ou passagens por serviços de urgência/emergência, 2 ou mais quedas em 6 meses, disfagia, piora abrupta da capacidade funcional e/ou cognitiva, fraturas, dor nova. Na presença de alguma situação de alerta em qualquer consulta – investigar etiologia e redefinir plano terapêutico. 3) Implantação do instrumento de classificação de risco e protocolos de atendimento • Planejamento de agendas médicas de acolhimento com classificação de risco em geriatria • Planejamento das agendas de enfermagem de acolhimento e gerenciamento da linha de cuidado • Planejamento das agendas de profissionais para avaliação gerontológica • Treinamento da equipe médica no uso do instrumento de classificação de risco • Treinamento da equipe de enfermagem em fluxos, planos terapêuticos e gerenciamento das linhas de cuidado • Treinamento dos profissionais especialistas em gerontologia para aplicação da avaliação gerontológica e fluxos de atendimento • Implantação do protocolo de acolhimento e classificação de risco em geriatria 4) Acompanhamento da fase piloto • Elaboração de planilha de registros e controle • Acompanhamento dos marcadores e indicadores operacionais do protocolo: número de pacientes de cada classe de risco, tempo entre acolhimento e agendamento de exames para cada classe de risco, tempo entre acolhimento e realização da avaliação gerontológica, porcentual de pacientes atendidos dentro dos prazos estipulados, tempo entre acolhimento e consulta com geriatra, número de pacientes de alto risco com diagnóstico de neoplasia, porcentagem de inclusão de casos de câncer nos protocolos específicos da rede de atenção ao paciente com câncer. 5) Análise dos dados e revisão do protocolo • Análise dos marcadores e indicadores: porcentagem de alto risco, porcentagem de médio risco, porcentagem de baixo risco, tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco, taxa de cumprimento de protocolo de tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco, porcentagem de pacientes com câncer, porcentagem de inclusão na Rede Hebe Camargo de Assistência ao Paciente com Câncer no prazo do protocolo, taxa de alta, tempo entre acolhimento e alta • Reuniões da equipe interdisciplinar para alinhamento de fluxos • Reuniões semanais da equipe interdisciplinar com duração média de 60 minutos para discussão de casos, fluxos de atendimento, revisão de protocolo, alinhamento de condutas e estudo de literatura para referência.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
Pontos críticos/ dificuldades; • Literatura escassa sobre classificação de risco de pacientes ambulatoriais. • Ajuste de critérios de inclusão no serviço com a rede de atenção básica do município de São Paulo e outros municípios (o AME Idoso Sudeste recebe pacientes de 288 serviços) • Treinamento dos profissionais para o protocolo e orientação depois de ajustes do projeto piloto.
Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Tivemos 2868 pacientes acolhidos e classificados em 2017 (abril a dezembro) e 1614 pacientes no período de janeiro a junho de 2018, totalizando 4482 pacientes atendidos no projeto. Os pacientes foram classificados e inseridos nos protocolos de atendimento, garantindo o princípio de equidade. Pacientes mais graves são atendidos com maior brevidade. Foram identificados 28 casos de câncer no período de abril a dezembro de 2017 e 62 casos no período de janeiro a junho de 2018, totalizando 90 casos no período de implantação do protocolo (2%), com encaminhamentos precisos e oportunos dentro dos prazos estabelecidos pela Rede de Atenção e Combate ao Câncer do Estado de São Paulo. Temos tido melhor gerenciamento das linhas de cuidado conforme gravidade e urgência, com gerenciamento operacional de agendas e dimensionamento de cargas horárias dos profissionais. Este projeto trouxe melhoria em organização do serviço, otimização do uso dos recursos e principalmente atenção especializada oportuna e justa aos pacientes idosos na atenção de média complexidade. Decorrente deste projeto deverão ainda acontecer encontros com a rede de assistência à saúde do idoso para ajustes de fluxos de referência e contra referência com estabelecimento do papel da unidade dentro da complexa rede.
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Protocolo elaborado e fluxos estabelecidos
Classificação de 100% dos pacientes novos da geriatria com gerenciamento dos casos
Avaliação gerontológica multiprofissional dos pacientes conforme classificação de risco
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Na fase de implantação, de abril a setembro, tivemos a taxa de cumprimento de protocolo de tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco global de 53%, sendo 55% para alto risco, 54% para médio risco e 51% para baixo risco. Houve progressiva melhora da taxa de pacientes atendidos nos prazos estabelecidos pelo protocolo, com ajustes de fluxos, agendas e reorganização dos processos de trabalho Depois da revisão de tempos, agendas e fluxos internos, nos seis meses seguinte tivemos a taxa de cumprimento de protocolo de tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco global de 72%, sendo 58% para alto risco, 68% para médio risco e 89% para baixo risco. No trimestre subsequente, abril a junho de 2018, tivemos a taxa de cumprimento de protocolo de tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco global de 98%, sendo 99% para alto risco, 95% para médio risco e 100% para baixo risco. A avaliação gerontológica foi realizada no prazo em 2017: em 62% dos pacientes de alto risco, 63% dos pacientes de médio risco e em 64% dos pacientes de baixo risco. Em 2018, primeiro trimestre: 40% no alto risco, 58% no médio risco e 86% no baixo risco; e no segundo trimestre em 99% no alto risco, 95% no médio risco e 100% no baixo risco, apontando indicadores satisfatórios no último trimestre. A detecção de 90 casos de câncer em 15 meses mostra boa eficácia do protocolo, permitindo inserção desses casos oportunamente nos protocolos específicos da Rede Hebe Camargo de Controle e Combate ao Câncer do Estado de São Paulo.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Sim
Com que frequência se reúne?: 
Reunião mensal de linha de cuidado. Reunião multiprofissional operacional quinzenal.
Quais os pontos positivos da experiência?: 
• O ACOLHIMENTO em todos os níveis de atenção é importante para inclusão do paciente e família no serviço, com orientação adequada e esclarecimento sobre os objetivos do plano terapêutico durante a permanência. • A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO garante o atendimento oportuno, privilegiando a equidade. Permite o gerenciamento do serviço quantificando as demandas pelos diferentes tipos de serviço e otimizando a utilização dos recursos. • A qualificação da demanda permite organização do serviço e facilita a inserção na rede de assistência. • O gerenciamento do cuidado facilita práticas de análise multiprofissional dos casos e matriciamento. • Trata-se de uma prática implantada que deve se manter ao longo do tempo com monitoramento constante e revisões periódicas
Quais as limitações da experiência?: 
Como todo fluxo novo, a resistência natural das pessoas às mudanças deverá ser trabalhada tanto para usuários, como colaboradores envolvidos e gestores.
2018
-
Sudeste
PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PARA SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO NO IDOSO EM NÍVEL DE ATENÇÃO SECUNDÁRIO

TÍTULO COMPLETO: Protocolo de acolhimento e classificação de risco para serviço ambulatorial especializado no idoso em nível de atenção secundário

INTRODUÇÃO

O Modelo de Atenção à Saúde Integral da Pessoa Idosa no SUS propõe a organização da atenção e ampliação do acesso qualificado da população idosa com organização do cuidado em rede demandada pela Atenção Básica, considerando como ponto de partida a capacidade funcional considerando o risco de fragilidade existente e o seu grau de dependência (capacidade de execução), buscando a maior autonomia (capacidade de decisão) possível do idoso. O Decreto Nº 61.831 do Governo Estadual de São Paulo, de 11 de fevereiro de 2016 cria o Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Idoso (AME Idoso Sudeste). Em seu Artigo 2º define sua finalidade: - O "Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Idoso - AME Idoso Sudeste" tem por finalidade prestar assistência global à saúde do idoso, aos pacientes do Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito de sua abrangência. O planejamento institucional do cuidado precisa prever a carga de serviços para evitar demanda reprimida, falta de vagas e sobrecarga do sistema com sucateamento da atenção. O principal problema no AME Idoso Sudeste nessa circunstância é a demanda reprimida por retorno na unidade sem caracterização de prioridade ou riscos. No AME Idoso Sudeste, inaugurado em julho de 2016, os pacientes eram atendidos conforme agendamento, e, após triados, aguardavam retorno em fila não qualificada, exceto em casos especiais sinalizados pela equipe assistencial. A abordagem fragmentada do idoso é uma das principais causas de iatrogenia com maus resultados clínicos, desperdício de recursos e desgaste individual e da família. A compreensão de conceitos de fragilidade, perda funcional e comorbidades dos idosos deve substanciar as ações propostas, já que há sobreposição dessas condições. O Acolhimento com Classificação de Risco é uma ação técnico-assistencial que pressupõe a mudança da relação entre profissional e usuário através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, conforme a Política Nacional de Humanização. Apesar da classificação de riscos ser geralmente associada ao atendimento de urgências e emergências, trata-se de uma prática aplicável a todos os níveis de atenção à saúde. O projeto de acolhimento e classificação de risco do idoso atendido no AME Idoso Sudeste foi elaborado visando solucionar o problema principal de entrada sequencial de pacientes no ambulatório de geriatria sem conhecimento da gravidade e urgência. E como problema secundário temos a formação de filas desqualificadas com demandas diversas, o que dificulta a boa gestão de agendas, dimensionamento de pessoas e boa qualidade e segurança do paciente em seu atendimento.

OBJETIVOS

  • O objetivo geral foi elaborar protocolo de acolhimento com classificação de risco em geriatria para idosos atendidos em ambulatório especializado em idoso no nível de atenção de média complexidade baseada na mortalidade e funcionalidade;
  • Nosso objetivo específico foi elaborar fluxos de atendimento e de encaminhamentos conforme classe de risco e critério de inclusão do paciente na unidade. Desejamos reduzir o impacto de pacientes graves piorarem clinicamente enquanto aguardam consulta, formando fila desqualificada para retorno e falta de vagas para atendimento de modo a garantir equidade, alta resolutividade, atenção humanizada com uso racional de recursos.

METAS

  • Protocolo estabelecido e fluxos implantados em 6 meses;
  • Classificação de 100% dos pacientes novos com consulta agendada na geriatria;
  • Avaliação gerontológica de 100% dos pacientes realizada pela equipe multiprofissional.

PÚBLICO-ALVO

O público alvo do projeto são pacientes idosos da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa do município de São Paulo e municípios adjacentes.

NÚMERO DE PARTICIPANTES

6405

DIVULGAÇÃO

Por meio de treinamento da equipe assistencial e administrativa dentro da unidade. O projeto foi divulgado para a rede municipal através de reuniões com interlocutores das coordenadorias e supervisões municipais e reunião intersecretarial.

ATIVIDADES

Foi elaborado protocolo de classificação de risco em geriatria baseado na mortalidade em 1 ano e funcionalidade. Foram elaborados fluxos de atendimento e encaminhamentos dos pacientes conforme classificação de risco. A sequência para elaboração deste projeto de intervenção em classificação de risco do idoso atendido no AME Idoso Sudeste seguirá as seguintes fases:

 

1) Elaboração de classificação de risco em geriatria com base em dados de literatura Classificação de risco dos pacientes da geriatria:

ALTO RISCO

- Síndrome Consumptiva (perda de 5% do peso ou mais em 3 meses ou 10% em 6 meses);

- Internação recente com menos que 30 dias da alta hospitalar.

MÉDIO RISCO

- Idade de 90 anos ou mais;

- Piora de sintomas comportamentais e psicológicos de demência;

- Três ou mais doenças crônicas descompensadas e com complicações;

- Caidor crônico (2 ou mais quedas no último ano);

- Internação recente com 30 a 60 dias da alta hospitalar;

- Outro critério (decisão do geriatra).

BAIXO RISCO

- Depressão;

- Doença de Parkinson;

- Demência;

- Sequela de AVC;

- Distúrbio de marcha e/ou equilíbrio;

- Perdas sensoriais limitantes – visão ou audição;

- Polifarmácia (5 ou mais medicações de uso crônico) ou medicação inapropriada.

 

2) Elaboração de protocolos de atendimento para cada classe de risco:

FLUXOS: Todos os casos são gerenciados por enfermeiros gerentes da linha de cuidado GERIATRIA, que fazem os agendamentos, orientações e acompanhamento dos casos. Cada gerente é responsável por uma carteira de pacientes, organizados por horários e atrelados a médicos geriatras.

FLUXOS DO PROTOCOLO DE ALTO RISCO

Protocolo de exames: laboratório de investigação de causas de síndrome consumptiva, raio X, Ultrassom de abdômen, eletrocardiograma – resultados até 14 dias. Avaliação multiprofissional em até 14 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, Mini-exame do estado mental (MEEM), GDS (Escala de depressão geriátrica de Yesavage). Avaliação nutricional em até 14 dias. Avaliação odontológica em até 14 dias. Retorno na geriatria para avaliação em 14 dias. Se suspeita de neoplasia: investigação específica e encaminhamento para Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer. Se não houver suspeita de neoplasia: diagnóstico etiológico e tratamento. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: Diagnóstico de neoplasia com encaminhamento para a rede, causa base tratada e paciente clinicamente compensado, ganho ou estabilidade de peso por 6 meses.

FLUXOS DO PROTOCOLO DE MÉDIO RISCO

Protocolo de exames: laboratório – resultado em até 28 dias. Avaliação gerontológica interdisciplinar em até 28 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, triagem nutricional – Mini Avaliação Nutricional. Se caidor crônico: avaliação oftalmologia, avaliação otorrinolaringologia Retorno na geriatria para avaliação em até 28 dias. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: causa base tratada e paciente clinicamente compensado, sem quedas por 6 meses.

FLUXOS DO PROTOCOLO DE BAIXO RISCO

Protocolo de exames: laboratório – resultados em até 56 dias. Avaliação gerontológica interdisciplinar em até 56 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, triagem nutricional – Mini Avaliação Nutricional, Mini-exame do estado mental (MEEM). Retorno na geriatria para avaliação em até 56 dias. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: causa base tratada e paciente clinicamente compensado.

SITUAÇÕES DE ALERTA: perda imotivada de peso entre consultas, internações hospitalares ou passagens por serviços de urgência/emergência, 2 ou mais quedas em 6 meses, disfagia, piora abrupta da capacidade funcional e/ou cognitiva, fraturas, dor nova. Na presença de alguma situação de alerta em qualquer consulta – investigar etiologia e redefinir plano terapêutico.

 

3) Implantação do instrumento de classificação de risco e protocolos de atendimento:

• Planejamento de agendas médicas de acolhimento com classificação de risco em geriatria;

• Planejamento das agendas de enfermagem de acolhimento e gerenciamento da linha de cuidado;

• Planejamento das agendas de profissionais para avaliação gerontológica;

• Treinamento da equipe médica no uso do instrumento de classificação de risco;

• Treinamento da equipe de enfermagem em fluxos, planos terapêuticos e gerenciamento das linhas de cuidado;

• Treinamento dos profissionais especialistas em gerontologia para aplicação da avaliação gerontológica e fluxos de atendimento;

• Implantação do protocolo de acolhimento e classificação de risco em geriatria

 

4) Acompanhamento da fase piloto:

• Elaboração de planilha de registros e controle;

• Acompanhamento dos marcadores e indicadores operacionais do protocolo: número de pacientes de cada classe de risco, tempo entre acolhimento e agendamento de exames para cada classe de risco, tempo entre acolhimento e realização da avaliação gerontológica, porcentual de pacientes atendidos dentro dos prazos estipulados, tempo entre acolhimento e consulta com geriatra, número de pacientes de alto risco com diagnóstico de neoplasia, porcentagem de inclusão de casos de câncer nos protocolos específicos da rede de atenção ao paciente com câncer.

 

5) Análise dos dados e revisão do protocolo:

• Análise dos marcadores e indicadores: porcentagem de alto risco, porcentagem de médio risco, porcentagem de baixo risco, tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco, taxa de cumprimento de protocolo de tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco, porcentagem de pacientes com câncer, porcentagem de inclusão na Rede Hebe Camargo de Assistência ao Paciente com Câncer no prazo do protocolo, taxa de alta, tempo entre acolhimento e alta;

• Reuniões da equipe interdisciplinar para alinhamento de fluxos;

• Reuniões semanais da equipe interdisciplinar com duração média de 60 minutos para discussão de casos, fluxos de atendimento, revisão de protocolo, alinhamento de condutas e estudo de literatura para referência.

 

EQUIPE

01 Coordenadora de gerontologia

04 Médicos geriatras (acolhimento e classificação de risco)

12 Médicos geriatras (atendimento das linhas de cuidado)

18 Técnicos de enfermagem

07 Enfermeiros

03 Fisioterapeutas

01 Nutricionista

01 Terapeuta ocupacional

01 Fonoaudiólogas

01 Psicóloga

02 Assistentes Sociais

01 Educador Físico

EQUIPAMENTOS E RECURSOS FINANCEIROS

Não houve necessidade de recursos físicos além dos utilizados rotineiramente:

  • 01 sala de enfermagem para pré-consulta;
  • 01 consultório médico;
  • 01 consultório de enfermagem;
  • 01 sala para avaliação gerontológica.

Não houve investimento de recursos financeiros. Houve alocação de horas de trabalho da equipe gestora e assistencial para elaboração do projeto.

RESULTADOS

Este projeto trouxe melhoria em organização do serviço, otimização do uso dos recursos e principalmente atenção especializada oportuna e justa aos pacientes idosos na atenção de média complexidade. Decorrente deste projeto deverão ainda acontecer encontros com a rede de assistência à saúde do idoso para ajustes de fluxos de referência e contra referência com estabelecimento do papel da unidade dentro da complexa rede. Protocolo elaborado e fluxos estabelecidos. Classificação de 100% dos pacientes novos da geriatria com gerenciamento dos casos. Avaliação gerontológica multiprofissional dos pacientes conforme classificação de risco.

Introdução
O Modelo de Atenção à Saúde Integral da Pessoa Idosa no SUS propõe a organização da atenção e ampliação do acesso qualificado da população idosa com organização do cuidado em rede demandada pela Atenção Básica, considerando como ponto de partida a capacidade funcional considerando o risco de fragilidade existente e o seu grau de dependência (capacidade de execução), buscando a maior autonomia (capacidade de decisão) possível do idoso. O Decreto Nº 61.831 do Governo Estadual de São Paulo, de 11 de fevereiro de 2016 cria o Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Idoso (AME Idoso Sudeste). Em seu Artigo 2º define sua finalidade: - O "Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Idoso - AME Idoso Sudeste" tem por finalidade prestar assistência global à saúde do idoso, aos pacientes do Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito de sua abrangência. O planejamento institucional do cuidado precisa prever a carga de serviços para evitar demanda reprimida, falta de vagas e sobrecarga do sistema com sucateamento da atenção. O principal problema no AME Idoso Sudeste nessa circunstância é a demanda reprimida por retorno na unidade sem caracterização de prioridade ou riscos. No AME Idoso Sudeste, inaugurado em julho de 2016, os pacientes eram atendidos conforme agendamento, e, após triados, aguardavam retorno em fila não qualificada, exceto em casos especiais sinalizados pela equipe assistencial. A abordagem fragmentada do idoso é uma das principais causas de iatrogenia com maus resultados clínicos, desperdício de recursos e desgaste individual e da família. A compreensão de conceitos de fragilidade, perda funcional e comorbidades dos idosos deve substanciar as ações propostas, já que há sobreposição dessas condições. O Acolhimento com Classificação de Risco é uma ação técnico-assistencial que pressupõe a mudança da relação entre profissional e usuário através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, conforme a Política Nacional de Humanização. Apesar da classificação de riscos ser geralmente associada ao atendimento de urgências e emergências, trata-se de uma prática aplicável a todos os níveis de atenção à saúde. O projeto de acolhimento e classificação de risco do idoso atendido no AME Idoso Sudeste foi elaborado visando solucionar o problema principal de entrada sequencial de pacientes no ambulatório de geriatria sem conhecimento da gravidade e urgência. E como problema secundário temos a formação de filas desqualificadas com demandas diversas, o que dificulta a boa gestão de agendas, dimensionamento de pessoas e boa qualidade e segurança do paciente em seu atendimento.
Objetivos
O objetivo geral foi elaborar protocolo de acolhimento com classificação de risco em geriatria para idosos atendidos em ambulatório especializado em idoso no nível de atenção de média complexidade baseada na mortalidade e funcionalidade. Nosso objetivo específico foi elaborar fluxos de atendimento e de encaminhamentos conforme classe de risco e critério de inclusão do paciente na unidade. Desejamos reduzir o impacto de pacientes graves piorarem clinicamente enquanto aguardam consulta, formando fila desqualificada para retorno e falta de vagas para atendimento de modo a garantir equidade, alta resolutividade, atenção humanizada com uso racional de recursos.
Metas
  1. Protocolo estabelecido e fluxos implantados em 6 meses
  2. Classificação de 100% dos pacientes novos com consulta agendada na geriatria
  3. Avaliação gerontológica de 100% dos pacientes realizada pela equipe multiprofissional
Público alvo
O público alvo do projeto são pacientes idosos da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa do município de São Paulo e municípios adjacentes.
Divulgação
Por meio de treinamento da equipe assistencial e administrativa dentro da unidade. O projeto foi divulgado para a rede municipal através de reuniões com interlocutores das coordenadorias e supervisões municipais e reunião intersecretarial.
Número de participantes
4482
Atividades
Foi elaborado protocolo de classificação de risco em geriatria baseado na mortalidade em 1 ano e funcionalidade. Foram elaborados fluxos de atendimento e encaminhamentos dos pacientes conforme classificação de risco. A sequência para elaboração deste projeto de intervenção em classificação de risco do idoso atendido no AME Idoso Sudeste seguirá as seguintes fases: 1) Elaboração de classificação de risco em geriatria com base em dados de literatura Classificação de risco dos pacientes da geriatria: ALTO RISCO  Síndrome Consumptiva (perda de 5% do peso ou mais em 3 meses ou 10% em 6 meses)  Internação recente com menos que 30 dias da alta hospitalar MÉDIO RISCO  Idade de 90 anos ou mais  Piora de sintomas comportamentais e psicológicos de demência  Três ou mais doenças crônicas descompensadas e com complicações  Caidor crônico (2 ou mais quedas no último ano)  Internação recente com 30 a 60 dias da alta hospitalar  Outro critério (decisão do geriatra) BAIXO RISCO  Depressão  Doença de Parkinson  Demência  Sequela de AVC  Distúrbio de marcha e/ou equilíbrio  Perdas sensoriais limitantes – visão ou audição  Polifarmácia (5 ou mais medicações de uso crônico) ou medicação inapropriada 2) Elaboração de protocolos de atendimento para cada classe de risco. FLUXOS: Todos os casos são gerenciados por enfermeiros gerentes da linha de cuidado GERIATRIA, que fazem os agendamentos, orientações e acompanhamento dos casos. Cada gerente é responsável por uma carteira de pacientes, organizados por horários e atrelados a médicos geriatras. FLUXOS DO PROTOCOLO DE ALTO RISCO Protocolo de exames: laboratório de investigação de causas de síndrome consumptiva, raio X, Ultrassom de abdômen, eletrocardiograma – resultados até 14 dias. Avaliação multiprofissional em até 14 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, Mini-exame do estado mental (MEEM), GDS (Escala de depressão geriátrica de Yesavage). Avaliação nutricional em até 14 dias. Avaliação odontológica em até 14 dias. Retorno na geriatria para avaliação em 14 dias. Se suspeita de neoplasia: investigação específica e encaminhamento para Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer. Se não houver suspeita de neoplasia: diagnóstico etiológico e tratamento. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: Diagnóstico de neoplasia com encaminhamento para a rede, causa base tratada e paciente clinicamente compensado, ganho ou estabilidade de peso por 6 meses FLUXOS DO PROTOCOLO DE MÉDIO RISCO Protocolo de exames: laboratório – resultado em até 28 dias. Avaliação gerontológica interdisciplinar em até 28 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, triagem nutricional – Mini Avaliação Nutricional. Se caidor crônico: avaliação oftalmologia, avaliação otorrinolaringologia Retorno na geriatria para avaliação em até 28 dias. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: causa base tratada e paciente clinicamente compensado, sem quedas por 6 meses. FLUXOS DO PROTOCOLO DE BAIXO RISCO Protocolo de exames: laboratório – resultados em até 56 dias. Avaliação gerontológica interdisciplinar em até 56 dias: avaliação familiar/ social e cuidador, escala de Katz, escala de Lawton, avaliação muscular, triagem nutricional – Mini Avaliação Nutricional, Mini-exame do estado mental (MEEM). Retorno na geriatria para avaliação em até 56 dias. Retorno na geriatria e encaminhamentos para especialidades conforme demanda. Acompanhamento de desfechos: morte ou internação hospitalar. Critérios de alta: causa base tratada e paciente clinicamente compensado. SITUAÇÕES DE ALERTA: perda imotivada de peso entre consultas, internações hospitalares ou passagens por serviços de urgência/emergência, 2 ou mais quedas em 6 meses, disfagia, piora abrupta da capacidade funcional e/ou cognitiva, fraturas, dor nova. Na presença de alguma situação de alerta em qualquer consulta – investigar etiologia e redefinir plano terapêutico. 3) Implantação do instrumento de classificação de risco e protocolos de atendimento • Planejamento de agendas médicas de acolhimento com classificação de risco em geriatria • Planejamento das agendas de enfermagem de acolhimento e gerenciamento da linha de cuidado • Planejamento das agendas de profissionais para avaliação gerontológica • Treinamento da equipe médica no uso do instrumento de classificação de risco • Treinamento da equipe de enfermagem em fluxos, planos terapêuticos e gerenciamento das linhas de cuidado • Treinamento dos profissionais especialistas em gerontologia para aplicação da avaliação gerontológica e fluxos de atendimento • Implantação do protocolo de acolhimento e classificação de risco em geriatria 4) Acompanhamento da fase piloto • Elaboração de planilha de registros e controle • Acompanhamento dos marcadores e indicadores operacionais do protocolo: número de pacientes de cada classe de risco, tempo entre acolhimento e agendamento de exames para cada classe de risco, tempo entre acolhimento e realização da avaliação gerontológica, porcentual de pacientes atendidos dentro dos prazos estipulados, tempo entre acolhimento e consulta com geriatra, número de pacientes de alto risco com diagnóstico de neoplasia, porcentagem de inclusão de casos de câncer nos protocolos específicos da rede de atenção ao paciente com câncer. 5) Análise dos dados e revisão do protocolo • Análise dos marcadores e indicadores: porcentagem de alto risco, porcentagem de médio risco, porcentagem de baixo risco, tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco, taxa de cumprimento de protocolo de tempo entre classificação de risco e consulta na geriatria por classe de risco, porcentagem de pacientes com câncer, porcentagem de inclusão na Rede Hebe Camargo de Assistência ao Paciente com Câncer no prazo do protocolo, taxa de alta, tempo entre acolhimento e alta • Reuniões da equipe interdisciplinar para alinhamento de fluxos • Reuniões semanais da equipe interdisciplinar com duração média de 60 minutos para discussão de casos, fluxos de atendimento, revisão de protocolo, alinhamento de condutas e estudo de literatura para referência.
Resultados
Tivemos 2868 pacientes acolhidos e classificados em 2017 (abril a dezembro) e 1614 pacientes no período de janeiro a junho de 2018, totalizando 4482 pacientes atendidos no projeto. Os pacientes foram classificados e inseridos nos protocolos de atendimento, garantindo o princípio de equidade. Pacientes mais graves são atendidos com maior brevidade. Foram identificados 28 casos de câncer no período de abril a dezembro de 2017 e 62 casos no período de janeiro a junho de 2018, totalizando 90 casos no período de implantação do protocolo (2%), com encaminhamentos precisos e oportunos dentro dos prazos estabelecidos pela Rede de Atenção e Combate ao Câncer do Estado de São Paulo. Temos tido melhor gerenciamento das linhas de cuidado conforme gravidade e urgência, com gerenciamento operacional de agendas e dimensionamento de cargas horárias dos profissionais. Este projeto trouxe melhoria em organização do serviço, otimização do uso dos recursos e principalmente atenção especializada oportuna e justa aos pacientes idosos na atenção de média complexidade. Decorrente deste projeto deverão ainda acontecer encontros com a rede de assistência à saúde do idoso para ajustes de fluxos de referência e contra referência com estabelecimento do papel da unidade dentro da complexa rede.

Ficha técnica

Município:
São Paulo
Instituição Responsável:
Ambulatório Médico de Especialidades - AME Idoso Sudeste - SES São Paulo/SPDM
Coordenação da experiência:
Marcia Maiumi Fukujima
Email da coordenação:
maiumi.fukujima@spdm.org.br
Telefone institucional:
(11) 4280-2860
Esfera da experiência:
Grupo A - Estados e DF
Categoria da experiência:
Organização da atenção à saúde da pessoa idosa na Rede de Atenção à Saúde (implementação de linha de cuidado, regulação, fluxos, etc.)
Parceiros:
Núcleo Técnico de Humanização SES São Paulo-DRS1-RRAS6
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Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br