Identificação da Experiência

Acolhimento, vínculo e escuta ativa: reflexões sobre o cuidado de idosos durante a pandemia de COVID-19

Ano da experiência : 
2020
Região da Prática: 
Sudeste
Município: 
Jaguariúna
Instituição Responsável: 
UBS Fontanella
Coordenação da experiência: 
Keite Helen dos Santos
Telefone institucional: 
(19) 3837-5603
Email da coordenação: 
keiteenf@yahoo.com.br

Esfera, eixo e categoria

Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
Eixo temático: 
Experiência relacionadas à pandemia de COVID-19
Categoria da experiência relacionada à Covid-19: 
Saúde Mental

Justificativa

Explique as razões ou acontecimentos que levaram ao planejamento da iniciativa.
O que motivou a realização dessa experiência?: 
Durante o período mais grave da pandemia, com maior quantidade de óbitos e doentes por COVID-19, percebeu-se importante sofrimento psicológico dos usuários atendidos pela Atenção Primária à Saúde, principalmente em indivíduos com 60 anos ou mais. Neste período em que os órgão de saúde recomendavam restrição dos atendimentos nas UBS, a equipe identificou que a população considerada idosa, com rotina de presença diária na unidade, sofreu importante impacto, ora pelo medo de adoecimento e necessidade de isolamento social, ora pelo número de idosos acometidos, sendo a população mais atingida e com pior prognóstico. Apesar da recomendação para suspensão de atendimentos de rotina a equipe criou uma rotina de identificação dos casos que necessitavam de suporte, sendo ofertados atendimentos por telefone e, quando necessário, presenciais aos idosos que apresentavam queixas de piora de insônia, que vivenciavam luto de familiares, que descreviam sentimentos de tristeza e de solidão. Foi um período em que a equipe, acostumada ao toque, criou outras estratégias para aproximar-se dos usuários e demonstrar sentimentos: entendendo que apesar de estarem restritos movimentos afetivos estes não seriam anulados pela oferta de uma escuta qualificada, de acolhimento e de identificação de casos com maior risco para agravamento. Nesta perspectiva os atendimentos em livre demanda se caracterizavam pelo acolhimento de queixas de saúde mental. Apesar de existirem atendimentos relacionados ao tratamento de doenças crônicas não-transmissíveis, durante a pandemia, a equipe identificou um crescimento importante na assistência ao indivíduo anteriormente entendido como “da saúde mental”. A equipe percebia, à medida que atendíamos os mesmos usuários, mas com queixas diferentes das habituais, que a saúde mental era a principal causa de procura ao serviço, demandando a reflexão sobre as práticas do serviço, a necessidade de identificarmos estratégias para o cuidado familiar e, sobretudo, garantirmos que a humanização da assistência não sofresse os impactos negativos do complexo momento da pandemia. Durante a campanha de vacinação contra a COVID-19, as primeiras ações foram realizadas nesta unidade, momento em que as ações de acolhimento e escuta ativa se consolidaram, oportunizando que os idosos pertencentes ao território deste serviço procurassem a unidade para imunização, compartilhassem desses momentos com a equipe de profissionais responsáveis pelo cuidado de suas famílias, de maneira a agregar a importância da longitudinalidade da assistência aos aspectos emocionais, confiança e sensação de segurança em receber uma vacina ainda alvo de disputas políticas e ideológicas. Frente todo exposto, entendemos que a maior experiência que os profissionais da UBS Fontanella podem compartilhar com outras equipes é da potencialidade do vínculo, da oferta de uma escuta qualificada e acolhimento para usuários do território, sendo tais ações imprescindíveis para obtenção de resultados positivos em ações diversas, desde o tratamento de doenças crônicas à prevenção de COVID-19.

Objetivos

Detalhe os objetivos da proposta, o que se esperava alcançar.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
A equipe busca atender os idosos do territórios em suas necessidades de saúde, identificando os indivíduos com queixas relacionadas à saúde mental e oportunizando assistência adequada e em tempo adequado.

Metas

Detalhe as metas estabelecidas para o funcionamento da prática. Exemplo: META 1: distribuir 1000 exemplares de material didático sobre prevenção de quedas. META 2: diminuir as internações por quedas entre idosos em n%.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Garantir acesso e atenção adequadas às queixas relacionadas à saúde mental dos idosos;
Adequar as ações de acolhimento e fortalecimento de vínculo durante à pandemia;
Identificar indivíduos em sofrimento psicológico, risco de suicídio e vítimas de violência;
Monitorar o tratamento das doenças crônicas não-transmissíveis;

Abrangência

Onde foi desenvolvida?: 
As ações desta experiências ocorreram em uma Unidade Básica de Saúde na cidade de Jaguariúna-SP. Os trabalhadores compõe a equipe da UBS Fontanella.
Esta experiência já participou de alguma edição de seleção anterior?: 
Não

Público-alvo

Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
São idosos residentes do território da UBS Fontanella, apresentando queixas relacionadas às vivências da pandemia de COVID-19. Tratam-se de idosos que queixavam de tristeza, medo e angústia.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Trata-se de uma experiência que foi compartilhada entre os profissionais da equipe, com finalidade de identificar barreiras e fortalezas das estratégias utilizadas. A população foi orientada por telefone e na unidade sobre as ações de acolhimento.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Os idosos que procuravam a UBS com queixas relacionadas à saúde mental foram atendidos em livre demanda, sendo criadas rotinas para o atendimento dos mesmos de acordo com a especificidade da necessidade que apresentavam.
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
20
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
51 idosos participaram de atendimentos relacionados à saúde mental durante a pandemia de COVID-19.
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
304
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?: 
Os atendimentos de acolhimento à população idosa com queixas de saúde mental acontece em livre demanda, sendo a atenção às queixas de tristeza, depressão, ideação suicida imediata aos demais grupos etários do território.

Implementação

Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
Durante o período mais grave da pandemia e a orientação para isolamento social/ restrição da circulação das pessoas a equipe reorientou a maneira de assistir a população idosa da UBS, de maneira que usuários com queixas relacionadas à saúde mental passaram a ser foco de grande preocupação dos trabalhadores, sendo ofertado atendimento de acolhimento, de livre demanda, a todos os idosos que procuravam a unidade. Inicialmente a vulnerabilidade é identificado por qualquer trabalhador do serviço, normalmente ACSs e enfermeira, sendo o caso discutido posteriormente com profissional médico e psicólogo iniciando-se a construção de um cuidado focado no sujeito, na construção de PTS e atendimento das demandas trazidas.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
A maior dificuldade foi o estabelecimento de uma rotina generalista, seguida pelo entendimento das questões de saúde mental como de grande sofrimento ao sujeito e sua família, tanto pela equipe quanto pela comunidade. A formação em serviço, proveniente das discussões de caso foram imprescindíveis para obtenção de resultados positivos no cuidado com essa população;

Resultados

Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Um importante resultado dessa experiência é a mudança no modelo assistencial, assim como a notável sensibilização da equipe para identificação de indivíduos em sofrimento psicológico. A criação de estratégias de cuidado, formulação de PTS e rotina de discussão de casos oportunizou que esses idosos vivenciassem a pandemia de maneira menos traumática, com maior suporte institucional e de maneira mais segura.
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Garantia de acesso e tratamento ao usuário em sofrimento psicológico em tempo mínimo;
Monitorização efetiva dos quadros provenientes de doenças crônicas não-transmissíveis;
Fortalecimento do vínculo entre equipe e usuários/famílias;
Identificação do acolhimento como estratégia de cuidado e identificação de quadros graves
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Durante o período mais grave da pandemia os atendimentos realizados de maneira compartilhada foram constatem e a rotina de acolhimento que, inicialmente era de 1 paciente por dia em 30 dias, se estabilizou com procura de uma média diária de 3 pacientes por dia, com queixas de tristeza, medo e angústia vivenciadas durante a pandemia.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Não
Com que frequência se reúne?: 
0
Quais os pontos positivos da experiência?: 
Uma importante fortaleza vivenciada pela equipe refere-se a longitudinalidade do cuidado, tratando-se de uma equipe que vivencia os princípios do SUS, discutindo-os e buscando alternativas para que a assistência de pacientes com maiores vulnerabilidades não seja prejudicada. A partir destas vivencias tornou-se rotina o atendimento em livre demanda, o monitoramento de indivíduos em sofrimento psicológico e a discussão de casos entre os profissionais da equipe e com serviços de outras secretarias.
Quais as limitações da experiência?: 
A maior barreira para estabelecimento de ações efetivas para indivíduos com queixa de saúde mental é a estigmatização da doença, a baixa valorização de suas queixas e o entendimento de encaminhamento para outros serviços, impactando na desresponsabilização da equipe por aquele sujeito.
2020
-
Sudeste
Acolhimento, vínculo e escuta ativa: reflexões sobre o cuidado de idosos durante a pandemia de COVID-19
Introdução
Durante o período mais grave da pandemia, com maior quantidade de óbitos e doentes por COVID-19, percebeu-se importante sofrimento psicológico dos usuários atendidos pela Atenção Primária à Saúde, principalmente em indivíduos com 60 anos ou mais. Neste período em que os órgão de saúde recomendavam restrição dos atendimentos nas UBS, a equipe identificou que a população considerada idosa, com rotina de presença diária na unidade, sofreu importante impacto, ora pelo medo de adoecimento e necessidade de isolamento social, ora pelo número de idosos acometidos, sendo a população mais atingida e com pior prognóstico. Apesar da recomendação para suspensão de atendimentos de rotina a equipe criou uma rotina de identificação dos casos que necessitavam de suporte, sendo ofertados atendimentos por telefone e, quando necessário, presenciais aos idosos que apresentavam queixas de piora de insônia, que vivenciavam luto de familiares, que descreviam sentimentos de tristeza e de solidão. Foi um período em que a equipe, acostumada ao toque, criou outras estratégias para aproximar-se dos usuários e demonstrar sentimentos: entendendo que apesar de estarem restritos movimentos afetivos estes não seriam anulados pela oferta de uma escuta qualificada, de acolhimento e de identificação de casos com maior risco para agravamento. Nesta perspectiva os atendimentos em livre demanda se caracterizavam pelo acolhimento de queixas de saúde mental. Apesar de existirem atendimentos relacionados ao tratamento de doenças crônicas não-transmissíveis, durante a pandemia, a equipe identificou um crescimento importante na assistência ao indivíduo anteriormente entendido como “da saúde mental”. A equipe percebia, à medida que atendíamos os mesmos usuários, mas com queixas diferentes das habituais, que a saúde mental era a principal causa de procura ao serviço, demandando a reflexão sobre as práticas do serviço, a necessidade de identificarmos estratégias para o cuidado familiar e, sobretudo, garantirmos que a humanização da assistência não sofresse os impactos negativos do complexo momento da pandemia. Durante a campanha de vacinação contra a COVID-19, as primeiras ações foram realizadas nesta unidade, momento em que as ações de acolhimento e escuta ativa se consolidaram, oportunizando que os idosos pertencentes ao território deste serviço procurassem a unidade para imunização, compartilhassem desses momentos com a equipe de profissionais responsáveis pelo cuidado de suas famílias, de maneira a agregar a importância da longitudinalidade da assistência aos aspectos emocionais, confiança e sensação de segurança em receber uma vacina ainda alvo de disputas políticas e ideológicas. Frente todo exposto, entendemos que a maior experiência que os profissionais da UBS Fontanella podem compartilhar com outras equipes é da potencialidade do vínculo, da oferta de uma escuta qualificada e acolhimento para usuários do território, sendo tais ações imprescindíveis para obtenção de resultados positivos em ações diversas, desde o tratamento de doenças crônicas à prevenção de COVID-19.
Objetivos
A equipe busca atender os idosos do territórios em suas necessidades de saúde, identificando os indivíduos com queixas relacionadas à saúde mental e oportunizando assistência adequada e em tempo adequado.
Metas
  1. Garantir acesso e atenção adequadas às queixas relacionadas à saúde mental dos idosos;
  2. Adequar as ações de acolhimento e fortalecimento de vínculo durante à pandemia;
  3. Identificar indivíduos em sofrimento psicológico, risco de suicídio e vítimas de violência;
  4. Monitorar o tratamento das doenças crônicas não-transmissíveis;
Público alvo
São idosos residentes do território da UBS Fontanella, apresentando queixas relacionadas às vivências da pandemia de COVID-19. Tratam-se de idosos que queixavam de tristeza, medo e angústia.
Divulgação
Trata-se de uma experiência que foi compartilhada entre os profissionais da equipe, com finalidade de identificar barreiras e fortalezas das estratégias utilizadas. A população foi orientada por telefone e na unidade sobre as ações de acolhimento.
Número de participantes
304
Atividades
Durante o período mais grave da pandemia e a orientação para isolamento social/ restrição da circulação das pessoas a equipe reorientou a maneira de assistir a população idosa da UBS, de maneira que usuários com queixas relacionadas à saúde mental passaram a ser foco de grande preocupação dos trabalhadores, sendo ofertado atendimento de acolhimento, de livre demanda, a todos os idosos que procuravam a unidade. Inicialmente a vulnerabilidade é identificado por qualquer trabalhador do serviço, normalmente ACSs e enfermeira, sendo o caso discutido posteriormente com profissional médico e psicólogo iniciando-se a construção de um cuidado focado no sujeito, na construção de PTS e atendimento das demandas trazidas.
Resultados
Um importante resultado dessa experiência é a mudança no modelo assistencial, assim como a notável sensibilização da equipe para identificação de indivíduos em sofrimento psicológico. A criação de estratégias de cuidado, formulação de PTS e rotina de discussão de casos oportunizou que esses idosos vivenciassem a pandemia de maneira menos traumática, com maior suporte institucional e de maneira mais segura.

Ficha técnica

Município:
Jaguariúna
Instituição Responsável:
UBS Fontanella
Coordenação da experiência:
Keite Helen dos Santos
Email da coordenação:
keiteenf@yahoo.com.br
Telefone institucional:
(19) 3837-5603
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
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