TÍTULO COMPLETO: Virei cuidados (a) – e agora?
INTRODUÇÃO
Estudos demográficos recentes apontam que as populações de todo o mundo estão passando por um processo de envelhecimento natural. O Brasil também apresenta esse dado demográfico. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000, os idosos eram 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País. O instituto considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento e preconizado pela Lei 10.741 de 01/10/03 - Estatuto do Idoso. Ainda de acordo com pesquisa divulgada pelo (IBGE) em 2013, no ano de 2060, a população idosa deverá representar 26,7% da população total do País e a expectativa de vida deve passar de 75 para 81 anos. Isso significa que cada vez mais pessoas idosas vão necessitar de cuidados com a saúde. O envelhecimento da população brasileira tem sido reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade. Prova disso é a participação dos idosos com 75 anos ou mais no total da população; em 1991, eram 2,4 milhões (1,6%) e, em 2000, 3,6 milhões (2,1%). Estima-se que em 2020 a população com mais de 60 anos no país deva chegar a 30 milhões de pessoas (13% do total). Em 2005, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD 2005) constatou que o Brasil tem aproximadamente 18.500.000 (dezoito milhões e quinhentos mil) idosos, o que representa 10,5% da população brasileira. Destes, cerca de 12.000.000 (doze milhões) vivem com seus cônjuges, o restante vive sozinho ou com os filhos. O Brasil avançou significativamente no que tange ao marco legal referente ao envelhecimento, mas enfrenta desafios significativos para implementar políticas públicas voltadas ao segmento idoso. Em cinco anos o número de idosos no Brasil aumentou em quatro milhões. Goiânia, capital do Estado de Goiás está inserida num contexto metropolitano, que não foge ao cenário descrito acima. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de 1980 até 2012 o número de idosos quadruplicou em Goiânia, passando de 28,6 mil para 127,7 mil. O crescimento por faixa etária no município também sofreu alterações durante esses trinta anos. No ano de 1980, residiam na Capital 1,9 mil idosos com idade superior a 80 anos. Já em 2012 esse número passou para 16 mil, e apresenta crescimento a cada ano. Tais dados são extremamente relevantes, pois subsidiam a propositura de ações nas diferentes políticas públicas, implicando na responsabilidade de se planejar um envelhecimento saudável, visto que as vulnerabilidades sociais e pessoais decorrentes da idade: desvantagem pessoal, senilidade, saúde debilitada, laços relacionais afetivos fragilizados e, ainda, condição sócio-econômica aquém das necessidades a serem supridas, demandam uma intervenção, por parte do poder público, a fim de contribuir com a melhoria das condições de vida das pessoas idosas. Inserido neste contexto, desde 2008, ano de sua inauguração, o Centro de Referência em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Craspi), é unidade de saúde especializada em atenção secundária ao idoso que presta serviço de acompanhamento ambulatorial e realiza prevenção de doenças, recuperação e reabilitação dos pacientes. Os pacientes encaminhados para o centro, são os que apresentam cinco patologias ou mais, e, dependendo de sua evolução, são conduzidos para acompanhamento na rede primária, ou continuam seu atendimento na Unidade. O atendimento é focado na melhor qualidade de vida da pessoa idosa, através de ações que visam manter a autonomia e a independência dos pacientes, de forma a garantir a sua saúde, qualidade de vida e cidadania. O CRASPI Baseia-se nas diretrizes da Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, com papel estratégico de ofertar atenção integral à saúde da pessoa idosa, articulado com a Atenção Básica e Terciária e com outras instituições relacionadas à área. Oferece atendimento especializado com equipe multidisciplinar, com serviços de geriatria, dermatologia, enfermagem, arteterapia, educação física, fisioterapia, fonoaudiologia, odontogeriatria, psicologia, serviço social, nutrição, terapia ocupacional e assistência farmacêutica. Atua ainda na modalidade de ensino/educação, por meio de capacitação e/ou atualização na área da pessoa idosa para profissionais e para comunidade, pesquisas, estágios na graduação e pós-graduação como residência médica em geriatria, clínica médica e saúde da família. A unidade investe nos grupos terapêuticos como empoderamento do usuário. Define como cuidado prioritário, os nonagenários e os residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos. Principais ações ofertadas: Assistência ambulatorial e especializada, acolhimento na sala de espera, curso: cuidando do cuidador, ações de ensino e pesquisa, Programa Municipal de Controle do Tabagismo, realização de grupos terapêuticos. As atividades são voltadas para as pessoas idosas, familiares e cuidadores. Com relação aos cuidadores, o CRASPI, sempre se mostrou sensível e preocupado com o processo de capacitação, tendo realizado sete edições do Curso Cuidando do Cuidador, destinado a capacitação de cuidadores de idosos, ao cuidador familiar, mas aberto também aos cuidadores profissionais e aos profissionais da Rede com interesse em formação de multiplicadores sobre o tema. Ao longo desses oito anos de existência, a prática diária no atendimento à pessoa idosa e sua família, bem como a demanda apresentada pelos usuários, apontou para a importância de se criar um espaço que também propiciasse uma capacitação àquele que cuida. Entendendo sempre nesse contexto, o cuidar e o autocuidado como tarefas que não se separam, mas se complementam se integram e interagem dentro de um mesmo processo e ciclo de vida individual e familiar. Aliado a esta experiência, a escuta terapêutica dos profissionais, o acirramento do processo de estresse dos cuidadores, verbalizados ou apenas percebidos, a vivência pessoal de profissionais que também se tornaram cuidadores, permitiu a equipe multidisciplinar, avaliar, refletir e repensar caminhos, levando o proposito de em 2017, organizar e elaborar um projeto que visasse atingir apenas o cuidador familiar, aquele que no dia a dia sofre com dúvidas e muitas vezes, senão, na maioria delas, busca o aprendizado “sozinho junto à pessoa idosa, ou seja, na sua prática diária”. Apesar da ótima avaliação dos cursos realizados de 2009 a 2015, no ano de 2016, a equipe, optou por um período incubador de idéias, de vivenciar não só na pratica diária com os usuários, mas de conhecer por meio da vivência e relato de um dos seus membros, o real sentido e sofrimento que muitas vezes atinge o cuidador familiar, mesmo aquele que se considerava preparado para essa batalha. Este momento serviu como um divisor de águas e na última avaliação promovida pela equipe percebeu-se o desejo de uma edição especificamente para o cuidador familiar, aquele que sofre com as dificuldades sentidas no dia a dia do cuidado, priorizando de fato suas dúvidas, anseios, o estresse que permeia esta relação e principalmente a utilização de uma metodologia que propicie aos participantes uma linguagem acessível, e a possibilidade de oficinas práticas. Nesta perspectiva e a partir das discussões junto a gestão da Unidade, somado às reflexões realizadas com o início do Curso de Políticas Públicas da Rede Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa - Renadi, um novo projeto foi se desenhando com a idéia inicial já concebida de que um dos papéis do Centro de Referência consiste também, em oferecer capacitação ao cuidador. Porém, com a definição que este ano o público alvo seria o cuidador familiar dos usuários do Craspi, aquele que se pergunta: Virei Cuidador e Agora? Proporcionando ao mesmo, um processo de aprendizagem voltado também para o autocuidado. O levantamento mais concreto da necessidade, foi realizado a partir da aplicação de um questionário (em anexo), junto ao Cuidador Familiar que vinha acompanhando o idoso (a) ao Craspi para consulta médica e/ou demais atendimentos com outros profissionais da equipe, oficinas, fonoaudiologia, psicologia, serviço social, fisioterapia. Mais que o levantamento propriamente dito, a escuta qualificada realizada cotidianamente pelos profissionais, possibilitou a realização de um diagnostico onde foi observado que, além das dúvidas com o cuidar propriamente dito, será urgente avançarmos para questões como horários alternativos para a realização do curso, trabalho em Rede para mobilização e sensibilização de outros membros da família, possibilitando assim a participação do cuidador e provavelmente para outro projeto especifico de um grupo de apoio permanente aos cuidadores. Após análise do cotidiano, definiu-se que todo o trabalho deverá ser mesclado pela constante percepção da necessidade do autocuidado, do trabalho em Rede e da necessidade do empoderamento dos cuidadores sobre o cuidar propriamente dito. O autocuidado e a prevenção do estresse, irá trazer qualidade de vida e garantir a qualidade e efetividade do cuidado prestado, contribuindo para enfrentamento e redução da incidência dos riscos e vulnerabilidades sociais que afetam as famílias e indivíduos. Lembrando que o cotidiano do trabalho socioassistencial demonstra que, os riscos e vulnerabilidades sociais que atingem as famílias e indivíduos, perpassam por necessidades e desafios que vão além da dimensão da renda; neste sentido, é somente por meio da oferta simultânea de Serviços, que as Politicas Públicas poderão assegurar de forma integral a promoção e proteção dos direitos e seguranças que lhes cabem afiançar. JUSTIFICATIVA O envelhecimento da população é um fenômeno observado em todos os países do mundo de forma crescente. Os avanços no campo da medicina e a melhoria das condições de vida, também foram sendo cada vez mais notáveis, tanto que a expectativa de vida aumentou. Dentro desta realidade, importante compreender os processos de envelhecimento, destacar e diferenciar, a velhice normal, da velhice patológica, sendo um dos maiores desafios dar qualidade ao tempo do que se é vivido (Fontaine, 2000). O processo do “adoecer ou adoecimento” pode trazer tanto para o indivíduo quanto para sua família, angústia, medo, ameaça e preocupação, produzindo um desequilíbrio e desconforto. Situações adversas e mudanças no ciclo de vida tanto individual quanto familiar, trazem exigências de adaptação e enfrentamento a um novo modo de viver. Por outro lado, pesquisas citadas em Déa, (2016), apontam para a relação existente entre a visão e crenças que o indivíduo tem sobre o envelhecimento e sua saúde. Ou seja, uma autopercepção mais positiva do envelhecimento provoca impacto mais positivo na qualidade de vida e longevidade, do que uma autopercepção e crenças negativas. Nesta perspectiva, importante considerar também, “aquele que cuida” numa outra esfera de “cuidado. O profissional que atende nas unidades de saúde, ou aquele que acompanha e/ou tem contato com o indivíduo prestando algum tipo de ajuda em algum nível de atendimento pode sofrer de alguma forma, o impacto desse processo de adoecimento trazendo dúvidas, bem como, uma sobrecarga e/ou um não saber lidar diante de várias situações. De um modo ou de outro, no processo do “cuidar”, há a necessidade de que o cuidador (a), sendo familiar ou não, tenha a “compreensão do significado da vida, a capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao outro, situado no mundo e sujeito de sua própria história”(Pessini, 2004, citado em Brandão, Vera M. A. Tordino, 2011). Do ponto de vista familiar, segundo Carter e MCGoldrick, 1995, o estresse é geralmente maior nos pontos de transição de um estágio de vida para outro no processo de desenvolvimento, e os sintomas tendem a aparecer mais quando há uma interrupção ou deslocamento no ciclo de vida familiar em desdobramento. Sendo assim, é necessário dirigir os esforços terapêuticos para ajudar os membros da família a se reorganizarem, de modo a poderem prosseguir. Compreender uma dinâmica a partir de estágios dentro de ciclo de vida significa também compreender um complexo de papéis distinto para os membros da família, uns em relação aos outros. Combrinck-Graham, 1985, enfatiza as experiências de vida, como a enfermidade, por exemplo, que requer um estreitamento dos relacionamentos. Durval, 1977 , já mencionava sobre a “espiral geracional” para compreender como as muitas maneiras dos membros da família dependerem uns dos outros dentro desta “espiral”, num processo de mútua interdependência como parte do contexto familiar conforme as gerações se movem através da vida. É necessário considerar e refletir sobre as implicações e impacto que o envelhecimento e as mudanças advindas dele, podem causar tanto no âmbito de vida familiar, como no âmbito social e da assistência. Segundo o Ministério da Saúde, 2007, para que haja um envelhecimento com dignidade, é necessário que ações de prevenção de doenças e promoção da saúde se tornem parte da educação de todo cidadão brasileiro e da mesma forma, é necessário compreender que o cuidado não é algo necessário apenas diante de situações específicas de doença ou deficiência, mas sim uma necessidade em vários momentos da vida. Sobre a definição de “cuidado”, Leonardo Boff (1999), já dizia que “como uma atitude e característica primária do ser humano, o cuidado revela a natureza humana e a maneira mais concreta de ser humano. Sem o cuidado, o homem deixa de ser humano, desestrutura-se....” Já a definição de “cuidador”, segundo o Ministério da Saúde, 2007, que considera a definição da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, cuidador é alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”. É a pessoa da família ou comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com ou sem remuneração. Importante considerar também, que é papel das políticas públicas sobre o envelhecimento, identificar, reconhecer e promover ações que visem a capacitação e o desenvolvimento de cursos de formação de cuidadores. Nesta perspectiva, Herédia, 2014, cita que o envelhecimento populacional, mostra que a sociedade não se preparou para o envelhecimento dos cidadãos e assim, os idosos não dispõem dos serviços necessários, das instituições que amparam e asseguram o suprimento de suas dificuldades essenciais, e de famílias preparadas para o entendimento do que significa envelhecer. Assim, as políticas devem assegurar suporte tanto para os idosos que necessitam de auxílio, quanto para aqueles que deles estão cuidando (p. 21 e 23). Tendo como base estas referências, o CRASPI, vem refletindo de forma aprofundada em sua prática diária, sobre todas as questões que envolvem o processo do “cuidar e do cuidador”, nesta fase do ciclo de vida da pessoa, que constitui a “velhice”. Compreende as questões que envolvem esse papel como complexas, e desde 2009 iniciou em suas atividades o curso básico, Cuidando do Cuidador visando capacitação, bem como, o fortalecimento e aprimoramento desta prática e exercício do “cuidar”. O ato de cuidar é fundamental para a qualidade de vida do idoso, porém, nesta dinâmica, o CRASPI compreende a necessidade de desenvolver ações que possam contribuir também para a promoção da saúde do cuidador, se adaptando às necessidades e prioridades avaliadas junto ao mesmo.
OBJETIVOS
- Objetivo Geral: implantar um modelo de atenção ao cuidador, priorizando a promoção à saúde, prevenção do adoecimento e qualidade de vida, tendo na sua fundamentação básica, o princípio de humanização do SUS.
- Objetivos Específicos: propiciar espaço para discussão e reflexão sobre a saúde do cuidador e sua qualidade de vida;
- Conscientizar sobre a necessidade do “Cuidar de quem Cuida”;
- Facilitar a compreensão vivencial e o pensar sobre a prática do “cuidar”, trazendo temáticas específicas do processo de envelhecimento e cuidado com pessoas idosas;
- Otimizar comunicação e fortalecimento da rede de atenção a saúde da pessoa idosa;
- Sensibilizar o familiar, (cuidador), sobre a importância das atividades que desenvolve junto à pessoa idosa, a partir dos princípios da ética do cuidar;
- Promover a conscientização da responsabilidade social e de cidadania;
- Preparar o cuidador para atividades que envolvam o processo de cuidar nos níveis prático e emocional;
- Desenvolver competências e habilidades para o cuidado com pessoas idosas de forma integral;
- Pensar e facilitar o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento frente dificuldades vivenciadas no contexto familiar, social, de saúde;
- Trabalhar dificuldades, conflitos e necessidades identificadas realizando os encaminhamentos necessários;
- Discutir sobre relações familiares e com os demais profissionais da área de saúde e/ou social;
- Trabalhar temas relacionados a não violência contra a pessoa idosa bem como a legislação vigente que versam sobre os seus direitos.
METAS
- Capacitar cuidadores familiares.
PÚBLICO-ALVO
Neste projeto serão priorizados os cuidadores familiares, principalmente aqueles com uma elevada carga de estresse.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
60
DIVULGAÇÃO
Para a execução dos objetivos propostos realizou-se a aplicação de um questionário com os acompanhantes dos idosos atendidos no CRASPI, tendo por finalidade conhecer as dúvidas mais frequentes e quais as expectativas dos cuidadores com relação ao processo.
ATIVIDADES
O curso possui um olhar totalmente voltado para trabalhar os temas permeados pelo entendimento do estresse como possibilidade intrínseca aos processos de cuidados permanentes, considerando ainda a metodologia proposta quanto a linguagem acessível e a realização de oficinas práticas que possibilitem aos cuidadores o desejo de participação. Optou-se ainda pela humanização do acolhimento onde os participantes são recebidos em um ambiente com música agradável e recepcionados com uma mensagem de boas-vindas. Ainda para estimular a participação e o sentimento de pertencimento em todas as aulas são realizados dinâmicas com temas afins. São ainda distribuídos brindes em momentos específicos dos encontros, para movimentar os mesmos e propiciar momentos de descontração e estimulo aos participantes. Para possibilitar a aquisição dos brindes e a distribuição de um lanche por encontro é realizado um bazar, específico para este fim, tendo em vista o bazar ser uma prática comum na unidade. Durante um mês, os recursos advindos com o bazar são revestidos para as necessidades do curso. Ressaltamos que a realização do bazar é possível graças às doações de roupas e objetos em bom estado de conservação feita pelos usuários e funcionários da unidade. Outra ação é a captação de doações com parceiros sensíveis a causa. Com vistas à diminuição dos gastos, o lanche é elaborado na própria unidade pelas funcionárias disponíveis no momento. Esta possibilidade surgiu após discussão sobre a ausência de um funcionário especifico para esta tarefa, e a constatação da importância deste gesto que parece simples, mas foi avaliado como muito importante, pois muitas vezes os cuidadores residem longe do Craspi e gastam todo o período da manhã para deixar a casa organizada e a pessoa idosa assistida em sua ausência, não se preocupando com sua própria refeição. A experiência nos mostra que mesmo com a companhia de outro cuidador substituto, o cuidador familiar se sente comprometido a deixar a rotina mais organizada possível. Com esse entendimento a tarefa foi abraçada por todos, que contribuem para a organização desse momento. A turma conta com o máximo de 30 alunos. Os encontros são realizados uma vez por semana no período vespertino, momento avaliado como de maior facilidade aos participantes. São realizados 11 encontros:
Módulos/ Conteúdo Programático
1° Módulo – Apresentação:
*Mensagem de Boas Vindas
*Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa
*“ A Arte de Cuidar na perspectiva do envelhecimento”
2° Módulo – A Arte de Cuidar:
*Estresse do Cuidador (Exercício de Avaliação e Autoavaliação)
*Enfrentamento: exercícios/dicas
*O Cuidador – Quem é?
*Percorrendo o caminho entre o Cuidado e o Autocuidado
*Cuide-se, você é importante para alguém! Dicas para se cuidar.
3° Módulo - O Cuidar propriamente dito:
*Cuidados com a higiene pessoal (higiene íntima, oral e dos cabelos, banho e vestuário)
*Mudanças de decúbito / estimulação do corpo
*Cuidando de idosos com feridas
*Prevenção de quedas / Cuidados com o ambiente
*Adequações e Adaptações
*Cuidados com a alimentação dos idosos
*Cuidados da pessoa idosa com disfagia
*Saúde Bucal
*Situações de Perdas
*Morte e Luto
*Cuidados com a medicação – Estratégias para uma administração
*Situações de emergências
*Quadro confusional no idoso – “Delirium”
*Planos de cuidados na prática / “Oficina” *Estimulação Cognitiva
4° Módulo – Sociedade, Família e Perdas:
*Direitos da Pessoa Idosa / Situações de Violência / Como proceder?
*A pessoa idosa e a família / Mudanças dos dois lados
*Cuidados paliativos
5° Módulo – O Cuidador: Desafios e Perspectivas:
*O cuidador e a pessoa idosa x Qualidade de Vida
*Dicas/Orientações ao Cuidador...
*Encerramento / Avaliação Final
EQUIPE
01 Enfermeira
01 Psicóloga
01 Psicóloga
Assistente Social
Geriatra
Fonoaudióloga
Psicóloga
Dentista
Fisioterapeuta
Professor de educação física
Técnico de enfermagem
Terapeuta ocupacional
Arte terapeuta
Farmacêutico
04 Estagiários do curso de Nutrição
EQUIPAMENTOS E RECURSOS FINANCEIROS
- Materiais fornecidos pela unidade: Datashow, notebook e outros
- Lanche e brindes: recursos advindos com o bazar realizado na unidade
Valor diário
- 50 bombons – R$ 47,00
- 22 brindes – R$ 5,00
- Material para elaboração do lanche – R$ 40,00
- Total 597,00
(Especificação de Alguns Materiais
Item Especificação Quantidade Valor diário R$
01 Bombons 50 unidades 47,00
02 Brindes 22 unidades 5,00
03 Material para elaboração do lanche 40,00
Total 597,00)
RESULTADOS
Capacitação de 60 cuidadores familiares entre 2017 e 2018. Virei Cuidador e Agora? Interfaces entre o cuidador e o autocuidado, não tem a pretensão de formar cuidadores profissionais. Mas de ser aquele sopro de esperança, nos momentos difíceis... De preparar o cuidador para atividades que envolvam o processo de cuidar nos níveis prático e emocional; mostrando que a velhice é um processo natural da vida e podemos lidar com ela de forma tranquila, buscando o equilíbrio com sabedoria para vivermos com qualidade, o nosso próprio ciclo de vida. É urgente encontrarmos um meio termo e conciliar a obrigação do cuidado, nossos sentimentos e o estresse que todos os dias bate a nossa porta, desenvolvendo ações que contribuam também para a promoção da saúde do cuidador, compreendendo que o cuidar e o autocuidado se complementam e interagem e são indispensáveis para a qualidade de vida.