A incidência da doença de Alzheimer (DA) vem crescendo mundialmente na mesma medida em que a população acima dos 65 anos aumenta. A enfermidade é o tipo mais comum de demência, doença que acomete 46,8 milhões de pessoas em todo mundo, segundo um dos maiores levantamentos, já realizados até hoje sobre a doença, feito pela ADI (Alzheimer's Disease International).
De acordo com a ADI, o crescimento da incidência da doença na população idosa praticamente dobra a cada 20 anos. A previsão é que o número de pessoas com demência chegue a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050. Atualmente, 58% de todas as pessoas com Alzheimer e outras demências vivem nos países classificados como de baixa ou média renda, percentual que atingirá os 68% em 2050.
A partir dos resultados das pesquisas da ADI, a OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu a doença de Alzheimer (DA) entre os maiores problemas mundiais de saúde, o que serve de alerta para a gravidade da questão e revela a necessidade das autoridades e entidades internacionais implementarem ações urgentes para se antecipar a uma realidade anunciada.
A Associação Brasileira de Alzheimer, entidade sem fins lucrativos, atua no Brasil há 25 anos e é formada por profissionais da área de saúde, familiares de pessoas com a doença de Alzheimer e associados. Tem como missão dar suporte, transmitir informações sobre o diagnóstico, tratamentos e orientar as pessoas que convivem e cuidam de doentes com Alzheimer.
No Estado de Rondônia a Abraz foi fundada em 10 de dezembro de 2015, tendo como objetivo, além dos já estabelecidos pela ABRAZ nacional ,dar suporte psicossocial às famílias, cuidadores e a pessoa com Alzheimer, e outras demências correlatas, assim como, trazer a luz a Doença de Alzheimer no contexto acadêmico e profissional, repercutindo como uma questão de saúde pública.
A Abraz nacional juntamente com suas regionais realizam uma programação específica para divulgar o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, 21 de setembro, em todo o País, data instituída pela ADI (Alzheimer's Disease International), entidade internacional que congrega mais de 75 Associações de Alzheimer no mundo. Para a ABRAz, o Dia Mundial da Doença de Alzheimer é uma oportunidade para sensibilizar a população em geral, entidades públicas e privadas de saúde, bem como os profissionais da área para essa doença que acomete mais de 1,2 milhões de brasileiros.
O significativo aumento da doença de Alzheimer (DA) na população idosa vem firmar a necessidade de se adequar as políticas públicas de saúde a fim de que se possa atender essa demanda nos contextos social, familiar e emocional. A doença de Alzheimer é uma doença crônica, progressiva que provoca deterioração da memória e da linguagem (XIMENES et al, 2014), vulnerabilizando cotidianamente a pessoa acometida e sua família.
Segundo a Alzheimer Disease International (ADI, 2017), a DA é o tipo mais comum de demência, chegando num patamar de 46,8 milhões de pessoas em todo o mundo. Ainda segundo ADI, a incidência da doença na população idosa dobra a cada 20 anos. A estimativa é de que em 2030, chegue a um total de 74,7 milhões de pessoas vivendo com a doença e em 2050 esse número alcance 131,5 milhões de pessoas.
Sabe-se que a incidência das doenças demenciais como o Alzheimer são mais evidentes com o avançar da idade, sendo mais comuns nos países classificados como de baixa renda, cerca de 68% em 2050 (ADI, 2017.).
Tendo como preceito da universalidade, integralidade e equidade, a atenção primaria a saúde, estabelece-se como uma atenção peculiar, que envolve desde acolhimento e escuta qualificada até cuidados e visitas domiciliares. Sendo este o espaço para se reconhecer risco e danos ao estado de saúde, incluindo ai déficit cognitivos e de memória, esta modalidade de atenção é a porta de entrada do cidadão no Sistema Único de Saúde (SUS), é a preferencial no atendimento a pessoa idosa.
Porto Velho, a capital de Rondônia, vive hoje um contingente significativo de pessoas com idade igual ou maior que 60 anos, que apresentam algum tipo de déficit de memória, e são nas áreas mais afastadas do centro de Porto Velho que se concentra maior parte desse contingente, geralmente domiciliados em sítios em regiões chacareira.
Na capital do Estado de Rondônia, ainda há um certo temor por parte dos profissionais de saúde em atender uma pessoa idosa com um quadro demencial, o receio está associado a pouco ou nenhum conhecimento sobre a doença e sua abordagem ou mesmo por se tratar de um quadro pouco comum na atenção primaria a saúde, onde habituou-se a centralizar o cuidado em casos corriqueiros e conhecidos de hipertensão e diabetes.
Evidencia-se hoje em Porto Velho um quantitativo de 30 famílias devidamente diagnosticadas com a Doença de Alzheimer, nesse caso a doença é familiar porque o cuidador é o que mais sofre com os episódios demenciais de seu ente querido, onde 12 correspondem a área de abrangência da estratégia saúde da família. As demais correspondem a demanda espontânea.
Some-se a isso outras tantas famílias que por medo não procuram auxílio para um diagnóstico precoce e com isso a possibilidade de se retardar um episódio demencial mais degradante.
Por ser uma cidade jovem com uma população estimada em 519.531 (IBGE,2018) das quais 25.000 corresponde a pessoa com idade igual ou maior que 60 anos. É mais prático de elaborar estratégias que possibilitem um diagnóstico precoce da doença de Alzheimer, tal estratégia se estabelece durante as visitas domiciliares realizado por equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da Família (ESF), onde pode-se se avaliar a condição social da pessoa idosa e sua condição de saúde. Por mais que seja um cuidado clínico que por vezes requer hospitalização, essa pessoa idosa sempre retornará para atenção primária, então é de suma importância que os seus profissionais estejam devidamente preparados para atender uma demanda ainda negligenciada nesse contexto.