Identificação da Experiência

Introdução de Cuidados Paliativos na Atenção Básica de Aracaju

Ano da experiência : 
2020
Região da Prática: 
Nordeste
Município: 
Aracaju
Instituição Responsável: 
Secretaria Municipal de Saúde
Coordenação da experiência: 
Rosely Anacleto de Jesus Morais de Almeida
Telefone institucional: 
(79) 9998-74578
Email da coordenação: 
ranacleto.1@hotmail.com

Esfera, eixo e categoria

Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência: 
Prevenção de doenças e agravos em pessoas idosas (quedas, violência, suicídio, doenças crônicas não transmissíveis, uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas; acidentes de trânsito, saúde sexual e prevenção à ISTs/HIV-Aids e hepatites virais, etc.)
Eixo temático: 
Experiência em gestão da atenção básica no campo do envelhecimento

Justificativa

Explique as razões ou acontecimentos que levaram ao planejamento da iniciativa.
O que motivou a realização dessa experiência?: 
Intensificação elevada de procura por fraldas geriátricas, inicialmente destinadas, segundo o protocolo municipal, a pessoas acamadas, não institucionalizadas e com incontinência urinária e/ou fecal. A concessão das fraldas por período ininterrupto, estava condicionada a critérios clínicos e avaliação social periódica, realizada conjuntamente pelo médico e pela assistente social da UBS. Importante frisar que esta UBS fica situada na área urbana mais privilegiada da capital, e semelhantemente ao que acontece em Copacabana, há uma alta concentração de pessoas idosas, algumas ativas e vigorosas e outras mais frágeis e com a funcionalidade globalmente comprometida.

Objetivos

Detalhe os objetivos da proposta, o que se esperava alcançar.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
1) Aliviar a dor e o sofrimento de familiares e pessoas diagnosticadas com doenças ameaçadoras da vida (neoplasias, demências, parkinson, falências orgânicas, doenças raras e congênitas); 2) Romper com a conspiração do silêncio existente entre profissionais e familiares/usuários sobre a morte e o morrer; 3) Realizar roda de conversa entre cuidadores (formais e informais) para troca de saberes, experiências e partilha de dores invisibilizadas; 4) Validar os Cuidados Paliativos como uma das ações recentemente introduzidas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB/17) 5) Adotar escalas multiprofissionais e preditivas da evolução natural da doença, para qualificação do cuidado em saúde contemplando as múltiplas dimensões da pessoa idosa; 6) Prevenir lutos complexos que demandam outro nível de assistência; 7) Evitar a interrupção de concessão das fraldas;

Metas

Detalhe as metas estabelecidas para o funcionamento da prática. Exemplo: META 1: distribuir 1000 exemplares de material didático sobre prevenção de quedas. META 2: diminuir as internações por quedas entre idosos em n%.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Contemplar 100% dos usuários elegíveis com alguma ação paliativa
Fornecimento de 100% das fraldas geriátricas
Realização de uma roda de conversa mensalmente com familiares e/ou cuidadores formais

Abrangência

Onde foi desenvolvida?: 
A experiência inicialmente ocorreu nos bairros adscritos à Unidade Básica Dona Sinhazinha, pelas razões expostas na justificativa: perfil epidemiológico, etário e social. Quando a pandemia eclodiu e alguns serviços foram redirecionados ou suspensos, esse pioneirismo se desdobrou numa outra fase: a multiplicação para mais três UBS, através de um grupo de estudo virtual com as assistentes sociais das referidas UBS, denominado "Paliencontro". Isso resultou em mais de 800 horas de estudos com participação em lives, discussão de filmes relacionados à temática, escuta de podcast, adensamento teórico, etc. O produto dos paliencontros foi publicado numa revista internacional cujo link segue: https://www.academia.edu/76962528/PALLIATIVE_CARE_PALIENCONTROS_PALLIATIVE_CARE_MEETINGS_AND_THE_IMPACT_ON_THE_PERFORMANCE_OF_THE_SOCIAL_ASSISTANT_Atena_Editora_
Esta experiência já participou de alguma edição de seleção anterior?: 
Sim
Qual edição?: 
2017

Público-alvo

Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
Pessoas idosas acamadas ou com mobilidade reduzida, com incontinência orgânica, quadro de adoecimento crônico avançado e prognóstico irreversível.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Através de um banner financiado com recursos próprios
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Inicialmente pela procura espontânea pelas fraldas geriátricas. A aplicação das escalas validadas internacionalmente para esses fins também ajudava a ratificar o grupo elegível.
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
1000
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
Ainda não fizemos um levantamento exato, mas nossa média mensal de pessoas idosas beneficiadas gravita em torno de 150 usuários/as. As comorbidades, a longevidade e consequentemente a morte, produzem uma certa rotatividade, mas calculamos que no mínimo, 600 pessoas se beneficiaram, sobretudo nos dois últimos anos que antecederam a pandemia.
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
600
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?: 
Morte e retorno ao lugar de origem, um dos principais desejos de pessoas que estão diante de sua terminalidade.

Implementação

Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
Inicialmente os usuários por serem acamados, recebiam visitas médicas, momento em que iniciava-se o preenchimento do formulário padronizado pela Secretaria Municipal de Saúde para acesso a fraldas e insumos cirúrgicos (gaze, óleo de girassol, medicamentos específicos etc). Na sequencia, procuravam o Serviço Social da UBS para realização da avaliação social. Estávamos em fase de migração dos prontuários físicos para os eletrônicos, o que facilitou a compreensão da equipe multidisciplinar sobre a integralidade da assistência e reduziu a fragmentação do cuidado. Na consulta social, depois da realização de uma pós-graduação em Cuidados Paliativos e vários cursos promovidos pela UNASUS e outras entidades sobre Envelhecimento e também sobre Comunicação de Notícias Difíceis/ Comunicação Não Violenta, passamos a adotar uma escuta mais sensível e compassiva, primando pela biografia e o legado da pessoa enferma e que transitava para sua finitude. Na entrevistas com familiares (no consultório ou nos domicílios), eram aplicadas as escalas apropriadas (PPS, KPS, FAST, ZARIT, conforme o caso), colhidas informações dos próprios usuários e familiares sobre expectativas prognósticas e desejos finais. Eram também realizadas orientações sobre Diretivas Antecipadas de Vontade (documento que corresponde a um plano de cuidados, sintonizados com os valores, crenças e desejos do usuário) em plena conformidade com o Art. 17 do Estatuto da Pessoa Idosa (Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável). Sem nenhuma intenção de romantizar momentos difíceis nem criar expectativas irreais, nesse primeiro momento e de forma mais intimista, conversávamos sobre direitos, implicações éticas, limites judiciai, além das potencialidades e barreiras institucionais da Rede de Atenção à Saúde, notadamente do SUS. Diante da elevada demanda, passamos a sensibilizar os demais profissionais que foram aderindo à proposta e aos pouquinhos, se interessando para discutir suas respectivas condutas à luz dessa nova abordagem. Os atendimentos domiciliares eram realizados segundo o protocolo municipal, mas sempre que possível, com uma abordagem mais humanizada e tecnicamente preparada para lidar com a morte, entendendo-a como parte integrante da própria vida. Sempre que os cuidadores apresentavam fadiga por compaixão, eram encaminhados, caso desejassem, para acompanhamento psicológico e/ou práticas integrativas complementares (Reik, massoterapia e florais), exercida por profissionais da própria equipe. Fazíamos também assistência pós-óbito às famílias enlutadas. Quando possível, lançávamos mãos de um grupo de convivência da UBS chamado "De Bem com a Vida" para reforçar a rede de apoio, que em muitos casos, era insuficiente. O ponto de culminância eram os encontros nos "Chá Paliativo", mediante divulgação do banner que ficava na recepção, além da divulgação feita diretamente pelos profissionais. Não havia obrigatoriedade para participação, pois a equipe estava ciente do cansaço extenuante de muitos cuidadores. A participação era facultada, mas na última terça-feira de cada mês, no período vespertino, a equipe (excetuando-se a médica), bloqueava as respectivas agendas para participar. De início era servido um Chá de Cidreira (natural e fresquinha), colhida pela manhã do quintal de D. Heloísa (uma das zeladoras). O chá possui efeito termogênico e funcionava como um calmante natural. Às vezes fazíamos oficinas de funcionalidade, para iniciar o diálogo e "quebrar o gelo". Porém, nessas oficinas, quem assumia o protagonismo eram os cuidadores/ familiares, nos apresentando uma síntese da biografia de seu ente querido: "quem era e como está!". O direito de fala nunca era cerceado e a equipe se colocava mais na condição de "escutadores" do que tradicionalmente de "oradores". Ao fim, era comum encerrarmos com uma música, poesia ou algum ritual religioso (oração, reza), a pedido dos presentes. Sempre que possível, a fralda também era disponibilizada no mesmo dia para evitar as múltiplas saídas dos cuidadores por situações que pudessem ser resolvidas na hora. No final do ano de 2019, aproveitamos a expressão "fim de ano" para discutir nossa finitude e realizar a confraternização das famílias paliadas com muitos depoimentos emocionantes sobre nossas intervenções.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
Apoio institucional para divulgação nos canais oficiais da SMS e multiplicação dessa experiência também de forma institucionalizada e não por iniciativa própria de alguns profissionais. Inexistência de educação continuada para todos os profissionais de saúde da Atenção Básica sobre os temas correlatos aqui abordados; Período da pandemia onde o serviço foi descontinuado, muitos usuários morreram sem terem acesso às ações paliativas que estávamos implementando e houve cinco transferências compulsórias de membros da equipe, gerando um vazio e dificuldade de readequação da iniciativa, que agora está em fase de diagnóstico situacional e readequação.

Resultados

Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Abordagem mais humanizada e redução de práticas de distanásia por alguns profissionais de saúde, após discussão do caso com a equipe e sobretudo com usuários/familiares. Cumprimento, na medida do possível, do Art. 17 do Estatuto da Pessoa Idosa, diminuindo o protagonismo dos profissionais e promovendo o protagonismo da pessoa idosa, principalmente quando esta transitava para sua terminalidade e se encontrava muitas vezes dependente de decisões alheias; Redução do sofrimento psíquico de familiares e cuidadores formais; Mediação de conflitos relacionados à intolerância religiosa quando havia diversidade de credos religiosos na própria família; Divulgação sobre a existência da Diretiva Antecipada de Vontade, documento que nenhum usuário/ familiar/ cuidador tinha conhecimento. Maior integração entre a equipe pioneira (que não é mais a mesma, devido à transferência compulsória)
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
100% de introdução de alguma ação (ou cuidado integral) paliativo nos usuários elegíveis
Contemplação de fraldas com 100% das pessoas elegíveis
Realização mensal de uma roda de conversa (Chá Paliativo) com familiares/ cuidadores
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Em torno de 600 pessoas. No entanto, em que pese o perfil epidemiológico e etário se assemelhar, as pessoas e os contextos sociofamiliares mudavam radicalmente, o que implicava em possibilidades terapêuticas distintas. Em função disso, e também considerando o cenário pandêmico, não foi possível quantificar com exatidão cada medida alcançada.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Não
Com que frequência se reúne?: 
ocasionalmente.
Quais os pontos positivos da experiência?: 
Ampliação de competência, atribuições e habilidades dentro do escopo de práticas de cada núcleo profissional; Redução do cuidado fragmentado; Baixíssimo custo; Adesão de muitos familiares/ cuidadores; Possibilidade de multiplicação em outras UBS.
Quais as limitações da experiência?: 
Inexistência de apoio institucional e primazia do modelo curativista.
Outras informações/resultados relevantes: 
A síntese da experiência foi apresentada para a comunidade acadêmica na TVUFS (TV da Universidade Federal de Sergipe) e o link segue abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=UGaVPdGnOY0
2020
-
Nordeste
Introdução de Cuidados Paliativos na Atenção Básica de Aracaju
Introdução
Intensificação elevada de procura por fraldas geriátricas, inicialmente destinadas, segundo o protocolo municipal, a pessoas acamadas, não institucionalizadas e com incontinência urinária e/ou fecal. A concessão das fraldas por período ininterrupto, estava condicionada a critérios clínicos e avaliação social periódica, realizada conjuntamente pelo médico e pela assistente social da UBS. Importante frisar que esta UBS fica situada na área urbana mais privilegiada da capital, e semelhantemente ao que acontece em Copacabana, há uma alta concentração de pessoas idosas, algumas ativas e vigorosas e outras mais frágeis e com a funcionalidade globalmente comprometida.
Objetivos
1) Aliviar a dor e o sofrimento de familiares e pessoas diagnosticadas com doenças ameaçadoras da vida (neoplasias, demências, parkinson, falências orgânicas, doenças raras e congênitas); 2) Romper com a conspiração do silêncio existente entre profissionais e familiares/usuários sobre a morte e o morrer; 3) Realizar roda de conversa entre cuidadores (formais e informais) para troca de saberes, experiências e partilha de dores invisibilizadas; 4) Validar os Cuidados Paliativos como uma das ações recentemente introduzidas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB/17) 5) Adotar escalas multiprofissionais e preditivas da evolução natural da doença, para qualificação do cuidado em saúde contemplando as múltiplas dimensões da pessoa idosa; 6) Prevenir lutos complexos que demandam outro nível de assistência; 7) Evitar a interrupção de concessão das fraldas;
Metas
  1. Contemplar 100% dos usuários elegíveis com alguma ação paliativa
  2. Fornecimento de 100% das fraldas geriátricas
  3. Realização de uma roda de conversa mensalmente com familiares e/ou cuidadores formais
Público alvo
Pessoas idosas acamadas ou com mobilidade reduzida, com incontinência orgânica, quadro de adoecimento crônico avançado e prognóstico irreversível.
Divulgação
Através de um banner financiado com recursos próprios
Número de participantes
600
Atividades
Inicialmente os usuários por serem acamados, recebiam visitas médicas, momento em que iniciava-se o preenchimento do formulário padronizado pela Secretaria Municipal de Saúde para acesso a fraldas e insumos cirúrgicos (gaze, óleo de girassol, medicamentos específicos etc). Na sequencia, procuravam o Serviço Social da UBS para realização da avaliação social. Estávamos em fase de migração dos prontuários físicos para os eletrônicos, o que facilitou a compreensão da equipe multidisciplinar sobre a integralidade da assistência e reduziu a fragmentação do cuidado. Na consulta social, depois da realização de uma pós-graduação em Cuidados Paliativos e vários cursos promovidos pela UNASUS e outras entidades sobre Envelhecimento e também sobre Comunicação de Notícias Difíceis/ Comunicação Não Violenta, passamos a adotar uma escuta mais sensível e compassiva, primando pela biografia e o legado da pessoa enferma e que transitava para sua finitude. Na entrevistas com familiares (no consultório ou nos domicílios), eram aplicadas as escalas apropriadas (PPS, KPS, FAST, ZARIT, conforme o caso), colhidas informações dos próprios usuários e familiares sobre expectativas prognósticas e desejos finais. Eram também realizadas orientações sobre Diretivas Antecipadas de Vontade (documento que corresponde a um plano de cuidados, sintonizados com os valores, crenças e desejos do usuário) em plena conformidade com o Art. 17 do Estatuto da Pessoa Idosa (Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável). Sem nenhuma intenção de romantizar momentos difíceis nem criar expectativas irreais, nesse primeiro momento e de forma mais intimista, conversávamos sobre direitos, implicações éticas, limites judiciai, além das potencialidades e barreiras institucionais da Rede de Atenção à Saúde, notadamente do SUS. Diante da elevada demanda, passamos a sensibilizar os demais profissionais que foram aderindo à proposta e aos pouquinhos, se interessando para discutir suas respectivas condutas à luz dessa nova abordagem. Os atendimentos domiciliares eram realizados segundo o protocolo municipal, mas sempre que possível, com uma abordagem mais humanizada e tecnicamente preparada para lidar com a morte, entendendo-a como parte integrante da própria vida. Sempre que os cuidadores apresentavam fadiga por compaixão, eram encaminhados, caso desejassem, para acompanhamento psicológico e/ou práticas integrativas complementares (Reik, massoterapia e florais), exercida por profissionais da própria equipe. Fazíamos também assistência pós-óbito às famílias enlutadas. Quando possível, lançávamos mãos de um grupo de convivência da UBS chamado "De Bem com a Vida" para reforçar a rede de apoio, que em muitos casos, era insuficiente. O ponto de culminância eram os encontros nos "Chá Paliativo", mediante divulgação do banner que ficava na recepção, além da divulgação feita diretamente pelos profissionais. Não havia obrigatoriedade para participação, pois a equipe estava ciente do cansaço extenuante de muitos cuidadores. A participação era facultada, mas na última terça-feira de cada mês, no período vespertino, a equipe (excetuando-se a médica), bloqueava as respectivas agendas para participar. De início era servido um Chá de Cidreira (natural e fresquinha), colhida pela manhã do quintal de D. Heloísa (uma das zeladoras). O chá possui efeito termogênico e funcionava como um calmante natural. Às vezes fazíamos oficinas de funcionalidade, para iniciar o diálogo e "quebrar o gelo". Porém, nessas oficinas, quem assumia o protagonismo eram os cuidadores/ familiares, nos apresentando uma síntese da biografia de seu ente querido: "quem era e como está!". O direito de fala nunca era cerceado e a equipe se colocava mais na condição de "escutadores" do que tradicionalmente de "oradores". Ao fim, era comum encerrarmos com uma música, poesia ou algum ritual religioso (oração, reza), a pedido dos presentes. Sempre que possível, a fralda também era disponibilizada no mesmo dia para evitar as múltiplas saídas dos cuidadores por situações que pudessem ser resolvidas na hora. No final do ano de 2019, aproveitamos a expressão "fim de ano" para discutir nossa finitude e realizar a confraternização das famílias paliadas com muitos depoimentos emocionantes sobre nossas intervenções.
Resultados
Abordagem mais humanizada e redução de práticas de distanásia por alguns profissionais de saúde, após discussão do caso com a equipe e sobretudo com usuários/familiares. Cumprimento, na medida do possível, do Art. 17 do Estatuto da Pessoa Idosa, diminuindo o protagonismo dos profissionais e promovendo o protagonismo da pessoa idosa, principalmente quando esta transitava para sua terminalidade e se encontrava muitas vezes dependente de decisões alheias; Redução do sofrimento psíquico de familiares e cuidadores formais; Mediação de conflitos relacionados à intolerância religiosa quando havia diversidade de credos religiosos na própria família; Divulgação sobre a existência da Diretiva Antecipada de Vontade, documento que nenhum usuário/ familiar/ cuidador tinha conhecimento. Maior integração entre a equipe pioneira (que não é mais a mesma, devido à transferência compulsória)

Ficha técnica

Município:
Aracaju
Instituição Responsável:
Secretaria Municipal de Saúde
Coordenação da experiência:
Rosely Anacleto de Jesus Morais de Almeida
Email da coordenação:
ranacleto.1@hotmail.com
Telefone institucional:
(79) 9998-74578
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
Prevenção de doenças e agravos em pessoas idosas (quedas, violência, suicídio, doenças crônicas não transmissíveis, uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas; acidentes de trânsito, saúde sexual e prevenção à ISTs/HIV-Aids e hepatites virais, etc.)
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Telefone: (61) 3315-6226
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