Email, Whatsapp, Facebook e outras redes sociais. É desta forma que todos se comunicam hoje em dia, não é? Não para as 44 pessoas idosas que participam do projeto Carta ao Amigo. As palavras trocadas entre aqueles que vivem isolados, com dificuldades de mobilidade e carentes de cuidadores foram o meio de retomar o contato com o mundo, aumentar a autoestima e até de fazer novos amigos.
Foi a troca de mensagens escritas que fez moradores dos bairros paulistanos de Brazilândia e Butantã – integrantes do Programa Acompanhante de Idosos - dezenas de quilômetros um do outro, recuperarem a vontade e a capacidade de sair de casa para encontrar pessoas que eles nunca viram. O PAI é uma modalidade de cuidado domiciliar a pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social, para apoio e suporte nas Atividades de Vida Diárias (AVD's) e suprimento de outras necessidades de saúde e sociais. Já o “Carta ao Amigo” surgiu a partir da necessidade de promover a saúde e o envelhecimento ativo por meio da sociabilização dos idosos, com um projeto de baixo custo, que não limitasse a participação dos idosos com dificuldades de deambulação. Os principais objetivos elencados na apresentação são: socializar os idosos que têm dificuldades de sair de casa, estimulando memória, treinando leitura, escrita e escuta.
“Começamos em março de 2013. A cada 15 dias eles trocavam cartas que eram enviadas através do malote do próprio PAI. Passado um ano, eles enfrentaram dificuldades até de topografia nos bairros em que moram e para se encontrar”, conta a assistente social Evelyn de Paula Rebecca Andrade de Miranda, coordenadora do PAI Brazilândia e uma das idealizadoras do projeto.
Segundo ela, a equipe do PAI conduziu o projeto seguindo quatro passos. “Primeiro, fizemos o convite a quem quisesse participar. Depois, sorteamos os “amigos” e começamos a ajudá-los a escrever. Por fim, fizemos o encontro na Casa de Cultura Brazilândia. O PAI deu o transporte, sem o qual não conseguiríamos realizar a atividade”, explica.
Evelyn conta que a experiência agora tende a se replicar, uma vez que equipes de outros PAIs também se interessaram pela dinâmica. “Nossa grande inovação foi estimular a sociabilidade e a autoestima das pessoas idosas e com dificuldades de mobilidade, sem sequer tirá-los de casa”, completa.
“Nosso objetivo de sociabilizar essas pessoas que antes estavam isoladas e até deprimidas foi totalmente alcançado.”
Evelyn de Paula Rebecca Andrade de Miranda
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
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