Bom Jesus da Lapa é um município baiano com 73 mil habitantes, 11 zonas urbanas e oito rurais. A significativa presença de idosos nas Unidades Básicas de Saúde provocou a necessidade das equipes da Atenção Básica do município criarem, em 2006, o projeto Viver Melhor, voltado para a ressocialização dessa população. Segundo o assistente social que atua no Núcleo de Saúde da Família, Geraldo Santiago, os profissionais identificaram que muitos idosos demonstravam um sentimento de desvalorização social. Ele também comentou que a idealizadora do projeto foi Gilvânia Tonhá de Souza, quem também atua no NASF do município.
No começo, a proposta do trabalho era promover informações sobre educação em saúde e técnicas participativas para trabalhar com promoção da saúde em grupos de idosos visando sua qualidade de vida em quatro Unidades Básicas de Saúde do município. Eram elas: ESF Magalhães Neto, ESF Cavalhada, ESF Santa Catarina e ESF Nova Brasília. Com o passar do tempo, a participação aumentou significativamente, acarretando a extensão do projeto para mais 10 UBS.
Foi preciso vencer a resistência inicial e a grande dificuldade de envolver e levar este público das zonas rurais até os centros de convivência, na cidade, onde várias atividades são desenvolvidas. Motos e até carroças foram usadas para superar o principal obstáculo para as pessoas idosas: o transporte. “A melhoria da qualidade de vida e a interação nas unidades de saúde fizeram-nos entender que a unidade é importante na vida deles, desde a prevenção”, recorda o assistente social Geraldo Canário Santiago, membro da equipe.
No trabalho de identificação e interação da pessoa idosa, envolvem-se agentes comunitários de saúde e todas as equipes de saúde da família, o que soma, direta e indiretamente, quase 800 profissionais. O sucesso foi tanto e veio tão rápido que já se pensa expandir em 2015 os espaços de convivência para os Centros de Referência da Assistência Social e as Coordenadorias Regionais de Educação de Bom Jesus da Lapa. Outros municípios da região – como Santa Maria, Serra do Ramalho, Correnteira e Riacho de Santana - também manifestaram a intenção de replicar o projeto.
“Eles passaram a perceber a saúde como um direito que até então eles não reivindicavam, uma porta de entrada para outros direitos para além da saúde.”
Geraldo Canário Santiago
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
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