O Estado de Goiás apresenta segundo dados do IBGE/2010 uma população idosa estimada em cerca de 574 mil pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Nas últimas décadas uma ampla maioria de municípios em Goiás observou um movimento inequívoco de expansão da quantidade de idosos, dentre os quais é comum a ocorrência de doenças crônicas e limitações físicas e mentais. Este fenômeno está diretamente ligado ao processo de envelhecimento populacional, que culmina com uma participação crescente dos idosos na população total, determinada fundamentalmente pelo aumento da expectativa de vida. Observa-se um movimento claro de alteração da estrutura etária de nossa população e, neste novo cenário demográfico observamos a natural expansão do contingente de idosos em condições frágeis e cresce a necessidade de uma estratégia de provisão de cuidados específicos para este grupo populacional.

Nesse cenário, a SPAIS/GPE mapeou o quarto trimestre de 2012 (outubro, novembro e dezembro) de 08 Regionais de Saúde, (RIO VERMELHO, OESTE II, CENTRAL E CENTRO SUL, ENTORNO NORTE E NORDESTE II, SERRA DA MESA E SUDOESTE II). O atendimento à saúde da população idosa pelo SUS acontece nas UBS destas 08 Regionais de Saúde, são assistidas cerca de 60 mil pessoas idosas, de um público aproximadamente de 90 mil, segundo dados do Relatório de Saúde. Com esta coleta de dados relacionados aos atendimentos que foram oferecidos à esta população foram obtidos dados que devem fornecer as equipes de saúde informações sobre possíveis caminhos a serem seguidos nessa área quanto ao planejamento de suas ações.

O Relatório de saúde tem por objetivo prover informações para gerenciar a atenção à saúde da pessoa idosa, monitorar seu atendimento (encaminhamentos, retornos e monitoramento onde ele irá permanecer) e comunicar-se com as equipes de saúde através de um processo dinâmico. Ele é trimestral e a partir de agosto de 2013 será semestral. O mesmo é enviado pelos Municípios às 17 Regionais de Saúde responsáveis. Estas, por sua vez recebem dos municípios devidamente preenchidos, fazem a consolidação dos dados e encaminham para a SES/SPAIS. Os dados enviados nos 17 Relatórios de Saúde são utilizados para avaliarmos as questões das DCNT, do índice de quedas e sua maior concentração por território e ainda atendermos demandas específicas quanto aos temas para capacitações. O preenchimento do Relatório é realizado na Unidade Básica de Saúde do município e consolidado pela Regional de Saúde, esta encaminha as informações para a Coordenação Estadual de Saúde da Pessoa Idosa/GPE/SPAIS- SES -GO.

Com o envio deste documento pelos Municípios e após analisarmos os dados, iniciamos um processo para o estabelecimento de indicadores adequados para o registro e processamento dos dados. Por esse motivo a Superintendência de Políticas de Atenção Integral a Saúde estruturou um outro documento com sugestões de indicadores, resultados esperados, atividades e parâmetros.
A Planilha de Programação Local é o instrumento sugerido que tem por finalidade instrumentalizar os profissionais/equipes de saúde na elaboração do planejamento tendo como foco o idoso. Este instrumento consta de três colunas: Resultado esperado, atividades e parâmetros. As normas para operacionalização das atividades e parâmetros se fundamentam no Caderno de Atenção Básica/Saúde do Idoso, Nº 19 do Ministério da Saúde.

Diante dos dados identificados no instrumento citado observamos que as intervenções de apoio voltadas à promover a saúde requerem um conjunto de estratégias que variam de acordo com o nível de conhecimento das equipes sobre a saúde e as necessidades das pessoas idosas adscritas em seu território de abrangência, a valorização de sua cultura e as crenças sobre estado de saúde e seu tratamento, as atitudes frente às mudanças nesta fase da vida, o grau de importância para os idosos e as equipes sobre ações preventivas, o nível de confiança estabelecido entre esta população e a UBS e a criação imediata das redes de suporte social para construção de um envelhecimento ativo e saudável.