INTRODUÇÃO
Tradicionalmente o cuidado à saúde da pessoa idosa no estágio de odontogeriatria da UFRGS é realizado pelos graduandos em instituições de longa permanência para idosos, porém observamos que a maioria dos idosos é independente e atendida no SUS. Dessa forma, pensamos que deveríamos seguir a realidade social dos idosos no nosso país, buscando ampliar a visão sobre os diferentes contextos nos quais pode estar inserida esta população, a partir da vivência do cuidado em saúde no espaço domiciliar com o intuito de propiciar que o aluno venha a desenvolver conhecimentos, habilidades e competências pertinentes à promoção, atenção e gestão do cuidado à saúde de pessoas idosas, indo além da saúde bucal.
OBJETIVOS
1- Desenvolver conhecimentos, habilidades e competências pertinentes à promoção, atenção e gestão do cuidado à saúde de pessoas idosas;
2- Revisar e ampliar os conhecimentos que o discente adquiriu ao longo dos semestres anteriores, considerando protocolos e políticas de saúde vigentes dirigidas à saúde do idoso;
3- Promover o estabelecimento de uma relação profissional ética no contato com as pessoas idosas, favorecendo a construção de vínculos através da visita domiciliar;
4- Estimular a análise das necessidades de saúde, das causas, efeitos e determinantes do processo saúde-doença, favorecendo a abordagem do contexto de vida e dos elementos bio-psico-sociais e culturais;
5- Construir Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) contextualizados e comprometidos, formulando diagnósticos de saúde e mobilizando os diferentes recursos para seu enfrentamento;
6- Apoiar a equipe de referência e qualificar o cuidado prestado aos idosos através do compartilhamento e discussão sobre o PTS construído durante o estágio;
7- Promover o acompanhamento e avaliação dos processos e resultados das ações desenvolvidas, valorizando a escuta dos idosos, docentes, preceptores, estudantes e equipe;
8- Promover a identificação de necessidades e oportunidades de aprendizagem dos estudantes pelos residentes e mestrandos que atuam como preceptores, a partir da reflexão sobre as práticas, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem, cultura e valores;
9- Favorecer a utilização de experiências e vivências na construção de pontes para um aprendizado significativo, apoiando processos de disseminação e compartilhamento de saberes orientados ao desenvolvimento das competências desejadas.
PÚBLICO-ALVO
Residência urbana, ambos os sexos, situação de vulnerabilidade, histórico de problema de saúde, baixa renda.
DIVULGAÇÃO
Através da Universidade, da Unidade Básica de Saúde, dos idosos participantes e de seus familiares.
ATIVIDADES
O Estágio em Odontogeriatria busca propiciar vivência e aptidão para que o aluno venha a ser protagonista nas práticas de promoção de saúde e de cuidado integrado e integral a pessoas idosas, indo além da saúde bucal. Visa revisar e ampliar os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso, para que o discente possa mediar atitudes e práticas pertinentes à atenção e gestão do cuidado às pessoas idosas, sendo composto de 2 momentos: teoria e atividades de campo, que são as visitas domiciliares (VD). A aprendizagem é mediada e conta com a participação de mestrandos de Saúde Coletiva e residentes de Saúde da Família e Comunidade trabalhando de forma integrada. Os encontros teóricos iniciais buscam fazer a instrumentalização do aluno para que no decorrer do semestre ele possa aplicar esses conhecimentos. Além da saúde bucal da população idosa trabalha-se envelhecimento ativo, protocolos nacionais e globais de atenção à saúde do idoso, política nacional saúde do idoso, estatuto do idoso, Síndromes Geriátricas, orientação para visitas domiciliares, instrumentos de Avaliação Global (AG) e Projeto Terapêutico Singular (PTS). Essa fundamentação teórica serve de embasamento para as atividades extramuros, a fim de que o aluno possa desenvolver suas habilidades e competências, tendo como princípios norteadores a defesa da vida e a integralidade da atenção à saúde. As visitas domiciliares aos idosos selecionados pela equipe de referência, e que consentiram com os encontros, são agendadas pelo agente comunitário de saúde da Unidade Básica de Saúde e são realizadas com grupo de 4 integrantes (3 alunos e 1 preceptora) para cada idoso. Na 1ª visita domiciliar (VD) cabe realizar a apresentação do estágio, acolhimento ao idoso e iniciar a avaliação global, a qual é aprofundada na 2ª VD. Na 3ª VD é realizada a pactuação do Projeto Terapêutico Singular (PTS), explicando objetivos, prazos, propostas ao idoso e sua família (se necessário). A 4ª e última VD destina-se ao acompanhamento do PTS, verificando resultados, mudanças e resistências. Durante a elaboração do PTS os alunos recebem em aula convidados de outros núcleos profissionais (psiquiatra, fisioterapeuta, assistente social, médico geriatra, gestores da Secretaria Municipal de Saúde, entre outros) para que cada caso seja discutido e analisado pelos colegas e convidados e obtenha contribuições. Após a finalização das VDs o grupo entrega aos professores um relatório final, o qual é utilizado como uma etapa da avaliação formativa, contendo a avaliação global, desejos e expectativas dos próprios idosos e suas famílias referentes ao tratamento, reflexões críticas, o PTS e sua pactuação. Por fim, é realizada a apresentação do Projeto Terapêutico Singular para a equipe de saúde responsável pelo território onde o idoso se encontra com o objetivo de que haja uma continuidade da prática de atenção visando à integralidade do cuidado.
EQUIPE
2015 – 2 professores do curso de Odontologia – coordenação
2016 – 2 professores do curso de Odontologia – coordenação
2 mestrandas de Saúde Coletiva (1 fisioterapeuta e 1 especialista em Gestão na Saúde) - preceptoria
2 residentes de Saúde da Família e Comunidade - preceptoria
2017 – 2 professores do curso de Odontologia – coordenação
3 residentes de Saúde da Família e Comunidade - preceptoria
3 mestrandas de Saúde Coletiva (2 dentistas e 1 enfermeira) – preceptoria
EQUIPAMENTO
Impressos, material de expediente e transporte da UFRGS
RESULTADOS
O Brasil, vem passando por um processo de transição epidemiológica e demográfica de forma acelerada, o envelhecimento populacional acontece de forma crescente e desorganizada, o aumento e prevalência de doenças crônicas, influenciam diretamente na autonomia e capacidade funcional do idoso, podendo gerar medo, angústia e quadros depressivos, causando impacto em todo o contexto familiar, e o grande desafio, é de avanços na integralidade no processo do cuidado e na construção de vínculos, a prestação do cuidado de forma humanizada e multidisciplinar às pessoas idosas, restritas aos leito.
Para tanto, caberá a Atenção Domiciliar, atuar de forma precisa e prática de forma humanizada promovendo o bem-estar físico, mental e social do paciente. E ocorre através da necessidade de atender as dificuldades apresentadas pelos pacientes encaminhados e com diagnóstico de doenças neurodegenerativas, ou pelo próprio processo de envelhecimento, podendo ser causa de morbidade relacionada às complicações no quadro funcional e fisiológico do idoso. No entanto, àqueles que necessitam do SAD, esta contribuição será primordial em sua reabilitação, que resulta numa evolução de forma parcial ou total, dependo do grau de comprometimento da área afetada, garantindo uma melhor qualidade de vida a pessoa idosa e seus familiares, propiciando a manutenção da socialização, da autonomia e do envelhecimento ativo e saudável objetivando adequar o mais breve possível às funções alteradas, assim como, a estabilidade do quadro clínico dos Idosos acamados, redução das internações hospitalares e quadros infecciosos, e a humanização no cuidado e de forma multidisciplinar.
É possível observar importantes resultados no que se refere a saúde dos idosos que participaram do projeto, com avanços nas metas pactuadas nos Projetos Terapêuticos Singulares, assim como no aprendizado dos graduandos e preceptores. Estes referem poder observar aspectos importantes, que não seriam observados no consultório, quando a intervenção é feita no domicílio, principalmente no que se refere a prevenção de quedas e organização das atividades diárias de vida. Muitos referiram construção de vínculos que afetaram a todos e foram determinantes na pactuação das metas.
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br