INTRODUÇÃO
A motivação pelo projeto e pela pesquisa surgiu com equipe de trabalho que vem atuando em conjunto desde 2013, direcionados à populações vulneráveis. Iniciou com a realização de um projeto PET Redes de Atenção à Saúde que articulou um grupo interprofissional, incialmente em torno da temática das Pessoas com Deficiência (PcD). Esta experiência, que congregou a equipe do SUS e da Universidade, resultou em uma publicação sobre essa experiência (Signorelli e Mélo, 2015). Ao longo do trabalho foram detectados outros grupos vulneráveis, como o grupo de pessoas idosas. O estatuto do idoso, que prevê que a saúde deve atender de forma integral e preferencial a pessoa idosa, em todos os níveis de atenção. O combate as doenças crônicas não-transmissíveis, por meio de ações preventivas e de promoção a saúde, visando reduzir morbidades comuns na população acima de 60 anos. Assim, as abordagens são comuns aos dois grupos, na prevenção de deficiência e reabilitação das mesmas. Com o término do Projeto PET voltado PcD em 2015, o grupo continuou engajado, buscando refletir e implementar estratégias interprofissionais inovadoras aplicadas ao cenário da atenção primária à saúde do município de Paranaguá (Mélo et al., 2016). A partir dessas construções coletivas, o grupo se sentiu motivado a implementar uma linha de ação específica voltada às pessoas idosas, já que esta era uma demanda local e um dos focos da Rede de Atenção em Saúde do governo do Paraná. Atualmente trabalha-se com populações vulneráveis no NASF, por meio de grupos diversos. Como forma de implementar a REDE de atenção à saúde da pessoa idosa (prerrogativa do NASF) iniciaram-se atividades voltadas às questões de saúde em associação com grupos de vivência de fortalecimento de vínculos com pessoas idosas do CRAS, buscando ganhos em parâmetros de saúde (identificação de riscos para promoção, prevenção e reabilitação), autonomia, participação social e melhora de qualidade de vida. Assim elaboraram-se atividades associadas à pesquisa, ensino e extensão, com parceria do CRAS e da Universidade Federal do Paraná, setor Litoral que tem graduação em Saúde Coletiva, Serviço Social e Licenciatura em Educação Física. O projeto tem aprovação pelo comitê de ética “EQUIPE DE APOIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL”, CAAE: 57383916.6.0000.5218, parecer: 1.804.197, com a fisioterapeuta do NASF Tainá Ribas Mélo como pesquisadora responsável, com colaboradores da instituição e de outros pesquisadores.
OBJETIVO
• Favorecer interação social da pessoa idosa
• Identificar e diminuir doenças crônicas não-transmissíveis (fatores de risco à saúde) durante envelhecimento
• Promover a saúde da pessoa idosa por meio de atividade física associada a atividades de linguagem e memória
• Promover incentivo à qualidade de vida da pessoa idosa
• Discutir questões de gênero e da violência contra mulher durante envelhecimento
• Favorecer autonomia da pessoa idosa
PÚBLICO-ALVO
Idade média de 60 anos, na maioria (97%) mulheres com marcha independente e/ou com lentidão e uso de bengala, com doenças crônicas como Hipertensão, diabetes, além de artrose e/ou outras queixas, muitas em condições de vulnerabilidade social
DIVULGAÇÃO
A divulgação é feita pelo CRAS, profissionais de Saúde do ESF e NASF e por meio de facebook.
ATIVIDADES
O grupo de idosos, denominado pelos participantes como grupo EVOLUIR realiza encontros semanais (1x/semana), intercalados com atividades do CRAS (artesanato, rodas de conversa e dinâmicas) e do NASF (palestras, orientações e atividade física, de comunicação e memória). Os encontros têm duração de 1h e 30 minutos aproximadamente. As atividades são sempre realizadas de forma lúdica, com progressão e diversificação dos exercícios de maneira a favorecer a adesão.
RESULTADOS
Ao todo foram realizados 22 encontros do grupo com a equipe NASF Vila Garcia. O grupo constitui-se majoritariamente por mulheres (97%), com faixa etária de 52 a 83 anos, o que demonstra maior preocupação das mulheres no acesso à informação e cuidado em saúde. As idosas relatam melhora na qualidade de vida diminuição de queixas relacionadas à saúde melhora de fatores psicomotores como equilíbrio, coordenação; formação de vínculo entre pares e com profissionais; controle maior dos fatores de risco à saúde; diminuição de encaminhamentos à atenção secundária por meio das atividades de grupo e de avaliação por meio da interconsulta (avaliação multiprofissional), o que já fora relatado em estudos parciais anteriores, das autoras desse projeto (Mélo et al., 2015). Além disso destacam-se a elevada adesão e aumento progressivo do grupo, estimulando a autonomia das idosas que agendam mais encontros entre si e identificam entre seus pares na comunidade pessoas que deveriam participar e as levam ao grupo. Desde a implementação dos grupos fica nítido o aumento progressivo do número de participantes e sua adesão aos encontros.
Além disso, como resultados cita-se a parceria com o curso de Saúde Coletiva da UFPR que vem gerando pesquisas de TCC a respeito da proposta, contribuindo para a formação de novos profissionais para o SUS e favorecendo a integração entre ensino, pesquisa e extensão com articulação com profissionais da rede e comunidade.
foi possível identificar que 50% das idosas que foram entrevistadas apresentam hipertensão, 40% apresenta diabetes, 60% afirmam também não estarem satisfeitos com sua saúde, devido a problemas, como: dores musculares, dores de cabeça, pressão alta, diabetes, osteoporose, artrite, artrose, bico de papagaio, reumatismo e problema de coluna; 40% das entrevistadas afirmaram ter caído no último ano e 80% diz ter medo de cair (Modesto e Santos, 2017). Observou-se que dessas idosas, 18 apresentaram alguma queixa relacionada à saúde mental, com avaliação e acompanhamento psicológico.
A melhora na qualidade de vida e da saúde das participantes (projeto de Saúde coletiva) foi identificada por meio de entrevista semi-estruturadas 100% das idosas relataram sentir melhora na sua qualidade de vida após iniciar participação no grupo evoluir (Modesto e Santos, 2017).
À observação as participantes conseguem realizar melhor os exercícios e já conseguem fazê-los até o final do programa de intervenção, com melhora no equilíbrio (necessitam de menos apoio da fisioterapeuta), já conseguem coordenar melhor os movimentos e melhora nos exercícios de alongamento.
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br