Acreditamos que a atenção à pessoa idosa em seus múltiplos aspectos é essencial para uma sociedade mais justa, equitativa e verdadeiramente humanizada. Nas discussões em grupo nas unidades de saúde dos bairros Jardim Marabá e Estrela do Sul, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, percebemos a ausência de políticas que valorizassem e incentivassem os idosos a terem um envelhecimento ativo e inserido na cultura e sociedade a qual pertencem.
Nessa perspectiva e percebendo a importância da prática de atividade física na velhice, passamos a pensar em uma iniciativa que motivasse essa população de idosos a deixar o sedentarismo e dar início a nova realidade. O trabalho começou com a população já frequentadora das atividades físicas propostas por profissionais de educação físicas realizadas nas praças próximas às unidades de saúde. Isso porque muitos idosos deixavam de realizar os exercícios propostos pelo professor, tendo em vista a dificuldade de recordar a prática definida.
Assim, elaborou-se uma espécie de receituário de atividade física a ser cumprido pelo paciente em quatro fases, sendo cada uma delas percorrida em um mês, buscando criar uma cultura do movimento. Conforme os resultados alcançados e descritos pelo idoso, novas práticas foram pré-estabelecidas, intensificando ou não o grau de exigência das atividades. Os resultados foram positivos, com relatos de cumprimento da proposta e melhora considerável no bem estar e disposição.
A partir de então, vislumbramos a possibilidade de estender a iniciativa aos grupos de idosos não frequentadores de atividades físicas que utilizavam o Sistema Único de Saúde apenas nos casos de doença ou aquisição de medicamentos. Partimos, desta foram, para a realização de consultas compartilhadas entre médico e profissional de educação física, onde o "receituário" era prescrito e a dinâmica da atividade ensinada. A maioria dos pacientes idosos, que participam do projeto, apresentavam quadro de diabetes, hipertensão e depressão.
Mensalmente, essas consultas compartilhadas são refeitas e os resultados acompanhados, já que no próprio receituário o paciente aponta os dias de exercício desenvolvidos e relata os resultados percebidos. Assim como no outro grupo, conforme descrito, novas práticas foram definidas, percorrendo assim as demais fases da proposta. Percebemos que parte considerável do grupo atendido, realizou a proposta de forma satisfatória, constatando melhora significativa nos níveis de açúcar do sangue, disposição para as tarefas diárias e sono contínuo, entre outros.
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
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