O presente trabalho apresenta uma pesquisa descritiva sobre o estado clínico-funcional, qualidade de vida e percepção subjetiva de saúde e bem-estar de idosos institucionalizados, numa ex-colônia de hanseníase, o Hospital Estadual Tavares de Macedo, em Itaboraí, no Rio de Janeiro. O fim do isolamento compulsório, a descoberta da cura para a hanseníase, o envelhecimento da população egressa das colônias, o início de prática educativa e de promoção de saúde das pessoas idosas para a melhoria da qualidade de vida, norteiam este trabalho. Foram utilizados dados de dois inquéritos de saúde realizados no ano de 2007 e em 2014 que contêm informações sociodemográficas e uma avaliação multidimensional desses idosos. Apresentamos análises estatísticas descritivas de variáveis de saúde, sociodemográficas e de qualidade de vida nos períodos de 2007 e 2014 estudados, e realizamos algumas comparações. As características da população estudada com idade média de 69,9 e 72,8 anos, respectivamente em 2007 e 2014, o grau de escolaridade predominantemente fundamental incompleto, e a maioria do grupo convivendo maritalmente, não são comparáveis às descritas para idosos institucionalizados no país. Como observado, de maneira geral, os entrevistados consideraram sua saúde boa ou muito boa, onde podemos supor que a percepção do indivíduo sobre a saúde não sobrevém apenas das sensações físicas de dor e desconforto, mas, sobretudo, das consequências sociais e psicológicas da presença da enfermidade. Espera-se que os resultados deste estudo sirvam de subsídio para a implantação de políticas públicas e programas que preconizem o envelhecimento saudável de idosos egressos do isolamento pela hanseníase, que, além das sequelas relacionadas à doença, também estão envelhecendo e necessitam de maiores intervenções e cuidados.
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