Apesar de ter de enfrentar distâncias “amazônicas” e a frequente queda do fornecimento de energia, a auxiliar de enfermagem Francinete de Souza Rebouças não desistiu de formar cuidadores informais na área rural de Manaus, capital do Amazonas, onde vivem cerca de mil pessoas idosas. “Desde 2013, já tivemos 50 participantes em nossos cursos que começaram a acontecer na zona urbana da cidade ainda em 2012”, lembra.
De lá para cá, Francinete, que é responsável pelo Programa de Saúde da Pessoa Idosa do Distrito de Saúde Rural na Secretaria Municipal de Saúde, conta que os Agentes Comunitários de Saúde tiveram a atenção despertada para a situação dassa população, que necessitava de cuidados.
“Os agentes foram até as comunidades com assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, médicos e, muito importante, motoristas, para recrutar familiares e cuidadores comunitários interessados em participar de nossas atividades”. Francinete destaca a atuação dos motoristas, uma vez que as distâncias, enormes, entre o seu público e os locais de realização de atividades muitas vezes faziam com que as pessoas não pudessem frequentar os grupos.
O curso tem o objetivo de capacitar o público alvo para a realização de procedimentos e medidas adequadas pra a manutenção da capacidade funcional, autonomia, independência e dignidade da pessoa idosa. Alguns dos temas abordados no curso são: técnicas de cuidado, violência contra a pessoa idosa e o cuidado com o cuidador. Ao todo existem 18 (dezoito) comunidades que pertencem à região de abrangência do Distrito de Saúde Rural, sendo que algumas comunidades rurais são em áreas terrestres enquanto outras são em áreas fluviais. O curso foi realizado em 9 (nove) e no próximo ano será realizado em mais 3 (três) comunidades.“Temos, também, a perspectiva de ampliar o trabalho para outras áreas da zona rural de Manaus, em 2015”, explica Francinete, adiantando que planeja inovar, incluindo a participação de fisioterapeutas nas atividades.
O pagamento do salário dos profissionais e a pouca logística necessária são realizados com orçamento público, recursos das próprias Secretarias de Saúde e de Educação, que cede escolas municipais para a realização dos encontros.
“Reunimos grupos de familiares e cuidadores comunitários interessados em participar de nossas atividades. Várias pessoas agora querem se profissionalizar.”
Francinete de Souza Rebouças
Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
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