2013
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Sul
Rodas de Conversa em Saúde

A realidade encontrada pelas Agentes Comunitárias de Saúde nas visitas domiciliares era de um número alto de residentes mulheres, donas de casa, que passavam a maior parte do tempo apenas envolvidas com os afazeres domésticos e cuidados com a família. Muitas destas adoeciam com frequência, tanto fisicamente como mentalmente, além de terem poucos relacionamentos sociais e não realizarem outras atividades que lhes proporcionassem melhor qualidade de vida.

Entre as doenças mais frequentes, aquelas de ordem mental eram as mais presentes, se sobressaltavam os transtornos de humor e de ansiedade. Pacientes que faziam uso de muitos medicamentos para tais problemas eram encontradas com frequência, e as interações sociais limitadas, ausência de atividades diversificadas além da rotina doméstica acabavam por agravar os sintomas em vez de se obter melhora.

De acordo com uma das efetivadoras do projeto, em reportagem para Aragão (2010), a Psicóloga Mônica Mombelli diz: “As Rodas de Conversa foram montadas a partir da necessidade de dar resposta à demanda de saúde mental das unidades. A idéia é que as rodas se tornem espaços de escuta ao usuário, de acolhimento e estabelecimento de vínculo, assim como uma estratégia de desmistificação da função do psicólogo, já que muitas vezes os usuários precisavam recorrer ao psicólogo, mas acabavam não fazendo isso por razões culturais”.

Vindo ao encontro com a realidade acima citada, o impulso maior para concretização da idéia foi a Política Nacional de Humanização – PNH, principalmente nos conceitos relacionados à Clínica Ampliada. Esta política viabilizou ações que deixavam de focar a doença e expandiram suas ações para cuidar do sujeito que adoece, inclusive para torná-lo mais autônomo na promoção de sua saúde e prevenção de doenças.

Pensando que promover saúde é um dos objetivos da Atenção Básica, que cabe aos conceitos de ação da Estratégia de Saúde da Família e é impulsionada pela PNH, o projeto ganha ainda mais importância. Além de reduzir sintomas, fortalecer vínculos e promover saúde, é possível capacitar pessoas que participam do projeto como agenciadoras de saúde nos locais por onde as mesmas circulam.
No final do ano de 2012 foi realizado um questionário avaliativo com 96 mulheres participantes, pudemos perceber que 47% delas frequentavam o projeto há mais de 2 anos, esta alta adesão da participação ao projeto demonstra que realmente foi bem sucedido. Para estas participantes, a Roda significava: melhora nos relacionamentos sociais; aumento de informação/aprendizado; promoção de saúde; distração e significava evocação de sentimentos bons.

Para todas o projeto ajudou a melhorar em adoecimentos, sendo os mais apontados: problemas na visão, transtorno de ansiedade, pressão alta, problemas na coluna, labirintite, colesterol e transtorno do humor. Ainda, elas apontaram que o projeto ajudou-as através de: palestras, dinâmicas, esclarecimento de dúvidas, mensagens, artesanato, estimulação de pensamentos positivos, ensinando auto-controle, a conversar e ouvir, com a convivência social, proporcionando mais calma e dividindo experiências.
 

Ficha técnica


Município: 
Matelândia, PR

Instituição Responsável: 
Secretaria Municipal de Saúde


Coordenador da experiência: 
Gisele Maraschin

Email da coordenação: 

Telefone institucional: 
(45) 9105-6502



Categoria da experiência: 
Atendimento em grupo com pessoas idosas (grupos terapêuticos, grupos operativos, etc.)

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Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br