Ano:
2019
Categoria:
Promoção da saúde da pessoa idosa (práticas corporais e atividades físicas, alimentação e nutrição, experiências inovadoras de educação em saúde etc.)
Região da Prática:
Sul
Município:
Porto Alegre
Instituição Responsável:
Hospital São Lucas da PUCRS
Parceiros:
Serviço de Geriatria da PUCRS
Coordenação da experiência:
Maria Cristina Cachapuz Berleze
Telefone institucional:
(51) 9995-93274
Email da coordenação:
mcberleze@gmail.com
Qual a esfera da experiência?:
Grupo B - Municípios
O que motivou a realização dessa experiência?:
O Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) evidencia na prática o aumento exponencial da prevalência de idosos com síndromes demenciais em sua unidade de internação. O hospital é hostil ao idoso com Alzheimer ou outras formas de demência. As internações hospitalares de pessoas com síndromes demenciais são mais prolongadas em decorrência de falta de suporte social, elevada incidência de delirium com comorbidades e altas taxas de uso de antipsicóticos, com riscos associados de reações iatrogênicas. Há necessidade premente de novos processos de cuidado humanizados para idosos com prejuízo cognitivo que gere experiências positivas durante a permanência hospitalar por doença aguda. O protocolo individualizado de música é uma estratégia amigável desenvolvida pela equipe para mudar a realidade desse cenário.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?:
Propor um modelo de cuidado humanizado que se ocupe da necessidade de atenção especializada a todos envolvidos com a pessoa com Alzheimer na sua estadia hospitalar por doença clínica associada. Promover a aceitação dos cuidadores sobre o valor e a dignidade da pessoa com déficit cognitivo e sua necessidade de respeito e reconhecimento. Desafiar o paradigma de cuidados agudos biomédicos, preocupado exclusivamente com tratamento dos sintomas e sinais de doença e com a cura. Reduzir uso de antipsicóticos durante internação hospitalar. Reduzir tempo de permanência hospitalar. Oferecer ao idoso com déficit cognitivo momentos de emoção através da música, com melhora do humor e da socialização.
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?:
Idosos com mais de 60 anos, com déficit cognitivo ou diagnóstico de síndrome demencial que interna no Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS
De que forma a experiência foi divulgada ao público?:
Através de vídeo explicativo, transmitido no refeitório de funcionários para informação da equipe assistencial e pelas redes sociais/youtube, que também auxiliou na identificação e seleção de voluntários para participação do Música para Vida.
Onde foi desenvolvida?:
A experiência é desenvolvida na Unidade de Internação Geriátrica do Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS).O Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS é centro de referência de alta complexidade na atenção terciária à saúde do idoso no Rio Grande do Sul, recebendo pacientes de todo Estado, em regime de internação pelo SUS e saúde suplementar.
Como os idosos foram selecionados para participar?:
Todo idoso com déficit cognitivo que interna no Serviço de Geriatria da PUCRS é apresentado ao Música para Vida e convidado a receber o Protocolo de Música Individualizado.
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?:
300
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?:
2016= 35
2017= 61
2018= 93
2019= 68
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?:
251
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?:
Na alta hospitalar, deixam de participar no Música para Vida em decorrência da saída do hospital, mas a grande maioria segue com o Protocolo de Música Individualizada no domicílio.
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas:
Todo idoso que interna no Serviço de Geriatria com problema de memória, é convidado a participara do Música para Vida e recebe uma avaliação individualizada através de entrevista estruturada para resgatar seus gostos musicais do passado. Uma seleção musical composta por 10 a 15 artistas de sua preferência, somando cerca de 50 músicas é cuidadosamente construída para proporcionar momentos musicais durante a internação hospitalar, especialmente, nos quadros associados a agitação. A música, na prescrição médica, é disponibilizada com fones de ouvidos externos confortáveis através de tocadores mp3, por 30 minutos, 2x/dia. Os aparelhos são disponibilizados pelos residentes médicos, fisoterapeutas ou voluntários do projeto Música para Vida.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.:
1. Hipoacusia severa dos pacientes, que impossibilita o uso da música pela diminuição da capacidade auditiva.
2. Limitação do uso da música através dos fones e tocadores mp3 em pacientes colonizados por germes multirresistentes, pelo controle de infecção do hospital.
3. Ausência de familiares em pacientes sem capacidade de expressar seu desejo musical, que inviabiliza seleção musical ao gosto da pessoa com déficit cognitivo.
Quais foram os resultados observados depois da implementação?:
A mudança de olhar dos profissionais que assistem diretamente o idoso hospitalizado através das emoções despertadas pela música nos pacientes, possibilitando uma melhor conexão com pessoas com graves problemas de memória e o entendimento de suas necessidades. A mudança da prática assistencial com reconhecimento do valor e da dignidade da pessoa com déficit cognitivo e sua necessidade de respeito. A quebra de um paradigma, com a música como item de prescrição médica, como rotina de cuidado. Os momentos propiciados aos familiares, que sentiram por minutos, de extrema emoção, conexão através da música.
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.:
Dos familiares / cuidadores de idosos/ pacientes que receberam o Protocolo de Música Individualizada pelo Música para Vida…
99% consideraram a experiência positiva.
98% indicariam a experiência para outras pessoas como forma de cuidado humanizado.
85% observaram melhora da agitação no período que receberam a música.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?:
Sim
Com que frequência se reúne?:
Semestral
Quais os pontos positivos da experiência?:
Quebra de um paradigma com a música como item de prescrição médica.
Criação de experiências positivas de cuidado durante internação hospitalar de idosos com déficit cognitivo.
Humanização do cuidado às pessoas idosas.
Fortalecimento do Serviço de Geriatria dentro no hospital.
Quais as limitações da experiência?:
Dificuldade de instituir o protocolo de música em idosos com familiares ausentes e sem capacidade de comunicação de seu estilo musical, idosos com grave hipoacusia e idosos colonizados por germes multirresistentes.
Ocorrência de furto de fones e tocadores mp3, com necessidade de reposição frequente.
Existe página eletrônica da experiêcia (site, blog, facebook etc)?:
2019
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Sul
Música para Vida
Introdução
O Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) evidencia na prática o aumento exponencial da prevalência de idosos com síndromes demenciais em sua unidade de internação. O hospital é hostil ao idoso com Alzheimer ou outras formas de demência. As internações hospitalares de pessoas com síndromes demenciais são mais prolongadas em decorrência de falta de suporte social, elevada incidência de delirium com comorbidades e altas taxas de uso de antipsicóticos, com riscos associados de reações iatrogênicas. Há necessidade premente de novos processos de cuidado humanizados para idosos com prejuízo cognitivo que gere experiências positivas durante a permanência hospitalar por doença aguda. O protocolo individualizado de música é uma estratégia amigável desenvolvida pela equipe para mudar a realidade desse cenário.
Objetivos
Propor um modelo de cuidado humanizado que se ocupe da necessidade de atenção especializada a todos envolvidos com a pessoa com Alzheimer na sua estadia hospitalar por doença clínica associada. Promover a aceitação dos cuidadores sobre o valor e a dignidade da pessoa com déficit cognitivo e sua necessidade de respeito e reconhecimento. Desafiar o paradigma de cuidados agudos biomédicos, preocupado exclusivamente com tratamento dos sintomas e sinais de doença e com a cura. Reduzir uso de antipsicóticos durante internação hospitalar. Reduzir tempo de permanência hospitalar. Oferecer ao idoso com déficit cognitivo momentos de emoção através da música, com melhora do humor e da socialização.
Público alvo
Idosos com mais de 60 anos, com déficit cognitivo ou diagnóstico de síndrome demencial que interna no Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS
Divulgação
Através de vídeo explicativo, transmitido no refeitório de funcionários para informação da equipe assistencial e pelas redes sociais/youtube, que também auxiliou na identificação e seleção de voluntários para participação do Música para Vida.
Número de participantes
251
Atividades
Todo idoso que interna no Serviço de Geriatria com problema de memória, é convidado a participara do Música para Vida e recebe uma avaliação individualizada através de entrevista estruturada para resgatar seus gostos musicais do passado. Uma seleção musical composta por 10 a 15 artistas de sua preferência, somando cerca de 50 músicas é cuidadosamente construída para proporcionar momentos musicais durante a internação hospitalar, especialmente, nos quadros associados a agitação. A música, na prescrição médica, é disponibilizada com fones de ouvidos externos confortáveis através de tocadores mp3, por 30 minutos, 2x/dia. Os aparelhos são disponibilizados pelos residentes médicos, fisoterapeutas ou voluntários do projeto Música para Vida.
Resultados
A mudança de olhar dos profissionais que assistem diretamente o idoso hospitalizado através das emoções despertadas pela música nos pacientes, possibilitando uma melhor conexão com pessoas com graves problemas de memória e o entendimento de suas necessidades. A mudança da prática assistencial com reconhecimento do valor e da dignidade da pessoa com déficit cognitivo e sua necessidade de respeito. A quebra de um paradigma, com a música como item de prescrição médica, como rotina de cuidado. Os momentos propiciados aos familiares, que sentiram por minutos, de extrema emoção, conexão através da música.