Ano: 
2019
Categoria: 
Promoção da saúde da pessoa idosa (práticas corporais e atividades físicas, alimentação e nutrição, experiências inovadoras de educação em saúde etc.)
Região da Prática: 
Sudeste
Município: 
Belo Horizonte
Instituição Responsável: 
Prefeitura de Belo Horizonte - Secretaria Municipal de Saúde - UBS Padre Eustáquio
Coordenação da experiência: 
Siomara Cândida Vieira Delgado - Enfermeira especialista em PSF vinculada a ESF02 da UBS Padre Eustáquio
Telefone institucional: 
(31) 3277-8306
Email da coordenação: 
siomavidel@gmail.com
Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
O que motivou a realização dessa experiência?: 
A ILPI Lar Dona Paula situa-se a rua Henrique Gorceix, 315 no bairro Padre Eustáquio em Belo Horizonte, área de abrangência de responsabilidade da ESF02 da UBS Padre Eustáquio a qual mantenho vínculo de trabalho. A mesma mantém em média 55 residentes do sexo feminino com diferentes graus de dependência física e emocional. A partir de janeiro de 2015 esse domicílio passou a ser vinculado a microárea 08 dessa ESF, mas eu já tinha conhecimento das fragilidades e isolamento social das idosas anteriormente através das informações levadas por coordenadores de estágio de estudantes de enfermagem da PUC-MG vinculados a UBS bem como por informações da ESF04 que assumiu anteriormente o vínculo com essa ILPI. O número de quedas e uso de antidepressivos foram os principais fatores que me estimularam a iniciar o trabalho de promoção a saúde através da prática de Lian Gong para as idosas. A prática de Lian Gong trata-se de uma ginástica terapêutica baseada nos princípios da medicina tradicional chinesa que visa a saúde integral dos praticantes através do empoderamento do auto cuidado e prática de exercícios com movimentos globais e focos específicos. A oportunidade de socialização e associação dos movimentos a exercícios respiratórios conscientes favorece também a melhoria do estado de humor, qualidade do sono e diminuição de dores. O município de Belo Horizonte, MG atualmente conta com aproximadamente 350 instrutores e em torno de 150 locais públicos que ofertam essa prática gratuitamente a população.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
• Promoção da funcionalidade física e mental • Estímulo ao convívio social; • Manter a orientação temporal e espacial das idosas • Valorização da pessoa idosa; • Estimular a cognição, expressão e consciência corporal por meio de atividades físicas, orientações e estímulos diversos
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Introduzir o hábito de movimentação ativa voluntária das idosas
Criar consciência sobre a importância da respiração
Promover o convívio das idosas com o restante da comunidade da instituição
Empoderamento da identidade e fortalecimento da autoestima através de espaço para escuta e narrativa sobre a história de vida das idosas bem como a integração social e troca de experiências de vida.
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
Sexo feminino entre 60 e 96 anos portadoras de doenças crônicas(DM,HAS,artropatias, enrijecimento muscular,dores generalizadas,depressão,sequelas de AVE,...)com limitações funcionais para locomoção,visão,audição,cognição,...
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Por se tratar de prática dentro de uma ILPI desde o início e até o presente momento vem sendo divulgada somente entre os profissionais da instituição para o incentivo da participação
Onde foi desenvolvida?: 
Este projeto deu início em 2015 e mantém seus encontros semanais toda quarta-feira de 13 as 14 horas em locais diversificados dentro da ILPI Lar Dona Paula no bairro Padre Eustáquio em Belo Horizonte, MG até o presente momento. Embora o desenvolvimento das atividades ocorra dentro da Instituição , anualmente no mês de dezembro as idosas são convidadas a participar das atividades de encerramento e divulgação dos trabalhos de promoção a saúde coletiva da UBS Padre Eustáquio. As mesmas também apresentaram atividades em encontro comemorativo do dia do Idoso no Centro Cultural Padre Eustáquio em 2017. Não tenho interesse em cessar esse ¨Movimento¨dentro da Instituição , mas devido a previsão da minha aposentadoria em julho/2021 a continuidade do trabalho estará a cargo de outros profissionais da UBS.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
A seleção inicial foi realizada através da aplicação da avaliação funcional feita pela enfermeira e fisioterapeuta da ILPI em fevereiro de 2015, mas naturalmente o perfil do grupo se modificou de acordo com o interesse das idosas e incentivo institucional
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
60
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
Nos encontros semanais em 2015 17 idosas, em 2016 16 idosas, em 2017 16 idosas, em 2018 17 idosas e em 2019 19 idosas, mas durante todos esses anos foram promovidas atividades diversas como piquenique no pátio da instituição, encontros musicais, festas folclóricas envolvendo em média um público de 40 idosas.
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
45
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?: 
Percebo que a falta de autonomia e iniciativa além da limitação física de grande parte das moradoras da instituição levam a dependência dos trabalhadores e/ou cuidadores para lembrá-las das atividades ou até mesmo levá-las até o local de encontro do grupo. Essa situação é um fator determinante para o número de participantes das atividades. Fatores climáticos como chuva, calor, frio por exemplo também interferem no número de praticantes que procuram o grupo. Por esse motivo procuramos variar o local da prática, tentando minimizar esse problema. Problemas de saúde individual ou coletiva também interferem no número de praticantes da semana. Processos demenciais instalados também não é incomum de se observar nesse público interferindo na possibilidade de participação das atividades propostas. Percebo que a falta de autonomia e iniciativa além da limitação física de grande parte das moradoras da instituição levam a dependência dos trabalhadores e/ou cuidadores para lembrá-las das atividades ou até mesmo levá-las até o local de encontro do grupo. Essa situação é um fator determinante para o número de participantes das atividades. Fatores climáticos como chuva, calor, frio por exemplo também interferem no número de praticantes que procuram o grupo. Por esse motivo procuramos variar o local da prática, tentando minimizar esse problema. Problemas de saúde individual ou coletiva também interferem no número de praticantes da semana. Processos demenciais instalados também não é incomum de se observar nesse público interferindo na possibilidade de participação das atividades propostas.
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
Em janeiro de 2015 quando a ESF02 passou a ser responsável como elo de ligação entre a Instituição e a UBS fiz contato com a enfermeira, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta , assistente social e coordenadora da Instituição levando minha proposta de trabalho de promoção de saúde junto as idosas em encontros semanais. Elaborei um questionário(anexo) para avaliação funcional de todas as idosas o qual foi preenchido pela fisioterapeuta e enfermeira da ILPI traçando então o perfil do grupo inicial. Iniciei as atividades com a participação colaborativa de voluntárias praticantes de Lian Gong da UBS. Dentre as voluntárias destaca-se a presença de uma vizinha da instituição que sempre manteve um vínculo afetivo com as idosas institucionalizadas e que seu principal papel durante a prática é manter o convívio social e amoroso com as mesmas. Das 55 idosas institucionalizadas na época foram selecionadas 19 idosas que tinham condições para iniciar a prática. Dentre elas 03 não chegaram a participar das atividades, 02 tiveram óbito, e 01 recebeu alta da instituição. O grupo foi sendo ampliado a idosas com limitação física e um número crescente de idosas em cadeira de rodas foi modificando o perfil do grupo que passou a não ter a característica de movimentação ampliada e foi necessário adaptar os movimentos do Lian Gong a um público que se mantém sentado. A disposição das cadeiras em formação circular foi escolhida para favorecer a integração das mesmas. Com o passar do tempo fomos percebendo que as idosas precisavam de mais estímulos para conseguir realizar as atividades físicas então começamos a apresentar objetos coloridos com texturas diferentes como bolas de borracha, plástico e tecidos em tamanhos e cores diferentes,flores,pulseiras e gravatas coloridas, tranças coloridas feitas de meia fina, garrafas de boliche, bastões de madeira, chocalhos de latinha e garrafinhas de plásticos, tecidos coloridos, etc. Percebemos então , que através desses objetos que se moviam diante do grupo houve um crescente despertar do interesse das idosas pela prática. Considerando quadros recorrentes de melancolia procuramos dividir o tempo dos encontros em prática de Lian Gong e atividades com música (dança sênior, encontros temáticos ligados aos assuntos do cotidiano social, atividades ligadas ao folclore, brincadeiras com sons e canções, etc). A expressão sonora através de sons guturais, canções e depoimentos sempre é incentivada durante os encontros. Incentivamos o deslocamento das idosas de seus dormitórios e adjacências para a área externa onde sempre contamos com a presença de borboletas, passarinhos e gatos que participam do ambiente de jardim e horta. Esse incentivo oferta as mesmas a sensação de estar passeando. Tomam sol e exploram o ambiente de sua residência bem como convivem com um número maior de trabalhadores da Instituição. Periodicamente ou quando as condições físicas ou ambientais desestimulam o deslocamento das idosas até o espaço proposto para os encontros a equipe se desloca para o refeitório ou áreas próximas aos seus dormitórios favorecendo a participação das mesmas e incluindo outro público mais debilitado Todas as atividades são desenvolvidas com o incentivo de vínculo das idosas com elas mesmas e com toda a comunidade ( moradores, trabalhadores, visitantes e voluntários). Além de incentivar a participação das mesmas em grupos externos à Instituição. Em ocasiões especiais incentivamos as integrantes do grupo a fazer apresentações para as idosas mais dependentes e anualmente fora da instituição apresentando a comunidade esse trabalho da UBS.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
Dependência física das idosas dificultando além de seu deslocamento até o local da prática a realização da prática de Lian Gong. Pouco estímulo, por parte dos trabalhadores, às idosas para a contextualização temporal interferindo na memorização das datas e horários dos encontros. Declínio funcional progressivo das idosas Interferência de situações de saúde determinantes para o deslocamento das idosas Dificuldades de participação dos trabalhadores devido ao número limitado e/ou a falta de conscientização da importância dos trabalhos de promoção a saúde como fonte bem estar das idosas
Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Percebemos que os encontros tem contribuído para: Significação das experiências de vida de cada uma Melhora na comunicação e expressão das emoções através da linguagem corporal e verbal. Atualização sobre notícias do cotidiano do ambiente externo Valorização do próprio domicílio. Integração do grupo de moradoras. Contribuição para a melhoria da ambiência da moradia através de incentivo de divulgação dos trabalhos manuais confeccionados pelas mesmas. Aumento da consciência corporal e autoconhecimento. Melhoria da qualidade de vida por exposição a luz solar. Melhora do humor. Superação da timidez. Ofertas de estímulo para a cognição das idosas (como: lateralidade, coordenação motora, processamento auditivo, atenção, memória de curto prazo, memória episódica, linguagem, criatividade, elaboração das emoções, etc.) Criação de oportunidade para o desenvolvimento da empatia entre as participantes. Incentivo a autoconfiança e autocuidado. RELATOS DE DEPOIMENTOS DAS INTEGRANTES DO GRUPO EM 2019: Embora eu tenha percebido que as mesmas apresentaram dificuldade para avaliação do trabalho coletei alguns relatos que foram em comum. Em 31/07/19 após as atividades do grupo entrevistei algumas idosas fazendo as perguntas: Você gosta de participar desse grupo? Todas responderam que Sim. O que você mais gosta de fazer nesse grupo? MJS 66 anos, portadora de oligofrenia, deficiente auditiva, filha de uma ex trabalhadora da Instituição, nasceu e foi criada neste local onde vive após óbito da mãe.¨Gosto de cantar e fazer barulhos¨ PCL 88 anos, portadora de artrite reumatoide com grandes deformidades nas mãos. Gosto de cantar, contar minha história e dos exercícios porque minha mão não pode ficar parada. Acho que melhorou muito pra eu conseguir agarrar a bola quando você joga rápido pra mim. Eu já não estou deixando a bola ficar caindo toda hora.¨ MA 66 anos, portadora de sofrimento mental ¨Eu adoro ficar aqui rindo o tempo todo quando você manda a gente fazer careta e dar gargalhadas. Gosto muito de imitar os bichos e cantar também¨. ICL 83 anos, portadora de sofrimento mental ¨Eu adoro poder cantar e fazer barulho com esses instrumentos. Gosto muito de mecher com os braços também.¨ MCTL 80 anos,portadora de DM insulino dependente ¨Gosto de ficar aqui com vocês.A gente faz muito exercício¨ MST 70anos, portadora de sofrimento mental, passado de ca de mama. ¨É muito bom contar com a amizade de vocês. Eu fico esperando toda quarta-feira para vir aqui. Gosto muito dos exercícios de levantar os braços¨
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Introduzir o hábito de movimentação ativa voluntária das idosas. - Meta alcançada para as idosas robustas e parcialmente para as idosas frágeis
Criar consciência sobre a importância da respiração. - Meta parcialmente alcançada pois as idosas nem sempre conseguem assimilar as orientações para a execução dos exercícios
Promover o convívio das idosas com o restante da comunidade da instituição. – Meta conquistada através do deslocamento das mesmas dentro das dependências da Instituição o que favorece novos encontros e socialização
Empoderamento da identidade, fortalecimento da auto estima...integração social e troca de experiências de vida. Meta alcançada para a maior parte das idosas que frequentam os grupos semanais
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Os encontros semanais normalmente são registrados no SIS REDE, mas para os encontros ampliados não há possibilidade devido a dificuldade de identificação das mesmas dentro do sistema e também na instituição devido ao tempo dedicado as intervenções. Não tenho a mensuração dos dados de melhoria de qualidade de vida das idosas. Com relação ao despertar para a Vida e alegria de viver percebo através da melhoria do humor das idosas que frequentam os grupos semanais.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Sim
Com que frequência se reúne?: 
Semanalmente durante a condução dos trabalhos
Quais os pontos positivos da experiência?: 
Protagonismo da pessoa idosa. Estímulo ao autocuidado, autonomia, e alegria das idosas (melhora no humor). Estimulação cognitiva. Contextualização temporal, espacial e cultural das idosas. Existência de um espaço de encontro semanal para expressão da linguagem corporal e verbal possibilitando o extravasamento das emoções das idosas e, consequente, melhora no bem-estar. Vale destacar: Em encontros de piquenique no pátio percebemos a riqueza dos encontros ao ver que muitas idosas agiram como se estivessem se encontrando pela primeira vez. A empatia criada e reforçada durante os encontros se estende a vivência no cotidiano dentro da Instituição. Percebemos que quando realizamos o encontro próximo aos seus dormitórios abrangemos a participação as idosas mais dependentes e quando promovemos o encontro no pátio externo as idosas sempre vão arrumadinhas como se fossem passear. A valorização da escuta durante os encontros permite a expressão emocional das idosas e a alegria do encontro bem como a motivação pela Vida.
Quais as limitações da experiência?: 
O declínio funcional e as limitações por problemas de saúde bem como o isolamento social das idosas institucionalizadas contribuem para a dificuldade de assimilação das informações e práticas propostas o que sempre precisa contar com a criatividade da equipe para inovar as formas de estimulação. Infelizmente, a falta de contextualização temporal dificultando a memorização com relação aos dias da semana e relação com o dia do encontro está entre as causas mais frequentes de falta aos encontros. A AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS OCORRE PELA PRÓPRIA EQUIPE CONDUTORA DO TRABALHO ATRAVÉS DE DIÁLOGOS DURANTE E LOGO APÓS O ENCERRAMENTO DOS ENCONTROS. A AUSÊNCIA DE INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA LIMITA A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO ATÉ MESMO DENTRO DA PRÓPRIA UBS E DO MUNICÍPIO DESOPORTUNIZANDO O ESTÍMULO PARA CRIAÇÃO DE TRABALHOS SEMELHANTES EM OUTRAS ILPIs
2019
-
Sudeste
¨Movimentando a Vida¨
Introdução
A ILPI Lar Dona Paula situa-se a rua Henrique Gorceix, 315 no bairro Padre Eustáquio em Belo Horizonte, área de abrangência de responsabilidade da ESF02 da UBS Padre Eustáquio a qual mantenho vínculo de trabalho. A mesma mantém em média 55 residentes do sexo feminino com diferentes graus de dependência física e emocional. A partir de janeiro de 2015 esse domicílio passou a ser vinculado a microárea 08 dessa ESF, mas eu já tinha conhecimento das fragilidades e isolamento social das idosas anteriormente através das informações levadas por coordenadores de estágio de estudantes de enfermagem da PUC-MG vinculados a UBS bem como por informações da ESF04 que assumiu anteriormente o vínculo com essa ILPI. O número de quedas e uso de antidepressivos foram os principais fatores que me estimularam a iniciar o trabalho de promoção a saúde através da prática de Lian Gong para as idosas. A prática de Lian Gong trata-se de uma ginástica terapêutica baseada nos princípios da medicina tradicional chinesa que visa a saúde integral dos praticantes através do empoderamento do auto cuidado e prática de exercícios com movimentos globais e focos específicos. A oportunidade de socialização e associação dos movimentos a exercícios respiratórios conscientes favorece também a melhoria do estado de humor, qualidade do sono e diminuição de dores. O município de Belo Horizonte, MG atualmente conta com aproximadamente 350 instrutores e em torno de 150 locais públicos que ofertam essa prática gratuitamente a população.
Objetivos
• Promoção da funcionalidade física e mental • Estímulo ao convívio social; • Manter a orientação temporal e espacial das idosas • Valorização da pessoa idosa; • Estimular a cognição, expressão e consciência corporal por meio de atividades físicas, orientações e estímulos diversos
Metas
  1. Introduzir o hábito de movimentação ativa voluntária das idosas
  2. Criar consciência sobre a importância da respiração
  3. Promover o convívio das idosas com o restante da comunidade da instituição
  4. Empoderamento da identidade e fortalecimento da autoestima através de espaço para escuta e narrativa sobre a história de vida das idosas bem como a integração social e troca de experiências de vida.
Público alvo
Sexo feminino entre 60 e 96 anos portadoras de doenças crônicas(DM,HAS,artropatias, enrijecimento muscular,dores generalizadas,depressão,sequelas de AVE,...)com limitações funcionais para locomoção,visão,audição,cognição,...
Divulgação
Por se tratar de prática dentro de uma ILPI desde o início e até o presente momento vem sendo divulgada somente entre os profissionais da instituição para o incentivo da participação
Número de participantes
45
Atividades
Em janeiro de 2015 quando a ESF02 passou a ser responsável como elo de ligação entre a Instituição e a UBS fiz contato com a enfermeira, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta , assistente social e coordenadora da Instituição levando minha proposta de trabalho de promoção de saúde junto as idosas em encontros semanais. Elaborei um questionário(anexo) para avaliação funcional de todas as idosas o qual foi preenchido pela fisioterapeuta e enfermeira da ILPI traçando então o perfil do grupo inicial. Iniciei as atividades com a participação colaborativa de voluntárias praticantes de Lian Gong da UBS. Dentre as voluntárias destaca-se a presença de uma vizinha da instituição que sempre manteve um vínculo afetivo com as idosas institucionalizadas e que seu principal papel durante a prática é manter o convívio social e amoroso com as mesmas. Das 55 idosas institucionalizadas na época foram selecionadas 19 idosas que tinham condições para iniciar a prática. Dentre elas 03 não chegaram a participar das atividades, 02 tiveram óbito, e 01 recebeu alta da instituição. O grupo foi sendo ampliado a idosas com limitação física e um número crescente de idosas em cadeira de rodas foi modificando o perfil do grupo que passou a não ter a característica de movimentação ampliada e foi necessário adaptar os movimentos do Lian Gong a um público que se mantém sentado. A disposição das cadeiras em formação circular foi escolhida para favorecer a integração das mesmas. Com o passar do tempo fomos percebendo que as idosas precisavam de mais estímulos para conseguir realizar as atividades físicas então começamos a apresentar objetos coloridos com texturas diferentes como bolas de borracha, plástico e tecidos em tamanhos e cores diferentes,flores,pulseiras e gravatas coloridas, tranças coloridas feitas de meia fina, garrafas de boliche, bastões de madeira, chocalhos de latinha e garrafinhas de plásticos, tecidos coloridos, etc. Percebemos então , que através desses objetos que se moviam diante do grupo houve um crescente despertar do interesse das idosas pela prática. Considerando quadros recorrentes de melancolia procuramos dividir o tempo dos encontros em prática de Lian Gong e atividades com música (dança sênior, encontros temáticos ligados aos assuntos do cotidiano social, atividades ligadas ao folclore, brincadeiras com sons e canções, etc). A expressão sonora através de sons guturais, canções e depoimentos sempre é incentivada durante os encontros. Incentivamos o deslocamento das idosas de seus dormitórios e adjacências para a área externa onde sempre contamos com a presença de borboletas, passarinhos e gatos que participam do ambiente de jardim e horta. Esse incentivo oferta as mesmas a sensação de estar passeando. Tomam sol e exploram o ambiente de sua residência bem como convivem com um número maior de trabalhadores da Instituição. Periodicamente ou quando as condições físicas ou ambientais desestimulam o deslocamento das idosas até o espaço proposto para os encontros a equipe se desloca para o refeitório ou áreas próximas aos seus dormitórios favorecendo a participação das mesmas e incluindo outro público mais debilitado Todas as atividades são desenvolvidas com o incentivo de vínculo das idosas com elas mesmas e com toda a comunidade ( moradores, trabalhadores, visitantes e voluntários). Além de incentivar a participação das mesmas em grupos externos à Instituição. Em ocasiões especiais incentivamos as integrantes do grupo a fazer apresentações para as idosas mais dependentes e anualmente fora da instituição apresentando a comunidade esse trabalho da UBS.
Resultados
Percebemos que os encontros tem contribuído para: Significação das experiências de vida de cada uma Melhora na comunicação e expressão das emoções através da linguagem corporal e verbal. Atualização sobre notícias do cotidiano do ambiente externo Valorização do próprio domicílio. Integração do grupo de moradoras. Contribuição para a melhoria da ambiência da moradia através de incentivo de divulgação dos trabalhos manuais confeccionados pelas mesmas. Aumento da consciência corporal e autoconhecimento. Melhoria da qualidade de vida por exposição a luz solar. Melhora do humor. Superação da timidez. Ofertas de estímulo para a cognição das idosas (como: lateralidade, coordenação motora, processamento auditivo, atenção, memória de curto prazo, memória episódica, linguagem, criatividade, elaboração das emoções, etc.) Criação de oportunidade para o desenvolvimento da empatia entre as participantes. Incentivo a autoconfiança e autocuidado. RELATOS DE DEPOIMENTOS DAS INTEGRANTES DO GRUPO EM 2019: Embora eu tenha percebido que as mesmas apresentaram dificuldade para avaliação do trabalho coletei alguns relatos que foram em comum. Em 31/07/19 após as atividades do grupo entrevistei algumas idosas fazendo as perguntas: Você gosta de participar desse grupo? Todas responderam que Sim. O que você mais gosta de fazer nesse grupo? MJS 66 anos, portadora de oligofrenia, deficiente auditiva, filha de uma ex trabalhadora da Instituição, nasceu e foi criada neste local onde vive após óbito da mãe.¨Gosto de cantar e fazer barulhos¨ PCL 88 anos, portadora de artrite reumatoide com grandes deformidades nas mãos. Gosto de cantar, contar minha história e dos exercícios porque minha mão não pode ficar parada. Acho que melhorou muito pra eu conseguir agarrar a bola quando você joga rápido pra mim. Eu já não estou deixando a bola ficar caindo toda hora.¨ MA 66 anos, portadora de sofrimento mental ¨Eu adoro ficar aqui rindo o tempo todo quando você manda a gente fazer careta e dar gargalhadas. Gosto muito de imitar os bichos e cantar também¨. ICL 83 anos, portadora de sofrimento mental ¨Eu adoro poder cantar e fazer barulho com esses instrumentos. Gosto muito de mecher com os braços também.¨ MCTL 80 anos,portadora de DM insulino dependente ¨Gosto de ficar aqui com vocês.A gente faz muito exercício¨ MST 70anos, portadora de sofrimento mental, passado de ca de mama. ¨É muito bom contar com a amizade de vocês. Eu fico esperando toda quarta-feira para vir aqui. Gosto muito dos exercícios de levantar os braços¨

Ficha técnica

Município:
Belo Horizonte
Instituição Responsável:
Prefeitura de Belo Horizonte - Secretaria Municipal de Saúde - UBS Padre Eustáquio
Coordenação da experiência:
Siomara Cândida Vieira Delgado - Enfermeira especialista em PSF vinculada a ESF02 da UBS Padre Eustáquio
Email da coordenação:
siomavidel@gmail.com
Telefone institucional:
(31) 3277-8306
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
Promoção da saúde da pessoa idosa (práticas corporais e atividades físicas, alimentação e nutrição, experiências inovadoras de educação em saúde etc.)
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