Introdução A situação de saúde no Brasil se caracteriza por uma transição demográfica acelerada. No Brasil, o percentual de pessoas idosas maiores de 65 anos que era de 2,7% em 1960 passou para 5,4% em 2000 e deverá alcançar 19% em 2050, superando o número de jovens. Que expressa o aumento crescente de doenças crônico-degenerativas, aumentando também a necessidade de serviços de atenção à saúde dos idosos. Por outro lado, na velhice as pessoas geralmente têm seu tempo disponível ampliado pela aposentadoria, crescimento e independência dos filhos. Situações estas que, em geral, as levam ao sentimento de inutilidade e solidão, motivos de intenso sofrimento. De acordo com D’Alencar (2008) os efeitos benéficos da Biodança para a saúde das pessoas têm chamado atenção de vários profissionais da área. Constituem prática possível de atenuar patologias, como transtornos mentais, diabetes e hipertensão arterial, que atingem a maioria da população idosa, além de promover a saúde dos idosos, estimulada mediante relacionamentos nutridores, num processo de viver baseado na solidariedade e seus significados, que são elaborados pelas pessoas que participam de um grupo comunitário; significados estes que podem ser diversificados, tendo em vista as experiências pessoais e culturais.
Biodança constitui-se como um sistema de desenvolvimento humano que propõe o fortalecimento da vinculação do indivíduo consigo mesmo, com o outro e com a totalidade, como meio de integração e harmonização orgânica.
“Biodança trabalha com a parte sadia da pessoa, com seus esboços de criatividade, com seus restos de entusiasmo, com sua oprimida, mas viva necessidade de amor, com suas ocultas capacidades de expressão”.(TORO, 2002)
Praticada em grupos, usa a música e o movimento para criar estímulos adequados para que os participantes possam utilizar melhor seus potenciais vitais: vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e a transcendência. Não é preciso saber dançar, a dança aqui se inicia com movimentos sensíveis, integrados e com sentidos de vida.
Objetivos Por em pratica, ver sair do "papel", duas políticas nacionais que se inter-relacionam: a de Praticas Integrativas e a da Saúde da Pessoa Idosa. 2006 foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), com a proposta de atuar nos campos da prevenção de agravos e da promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo. Assim como, em outubro de 2006, foi aprovada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa - cuja finalidade primordial é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde.
Público alvo São idosos, 95% do sexo feminino, na faixa entre 65 a 80 anos. Com uma boa mobilidade para se deslocar, autonomia e independencia. Poucos necessitam serem levados por algum familiar.
Divulgação A maioria ficam sabendo o SIS através da comunidade, amigos,vizinhos, que também ja frequentam a unidade. Alguns são encaminhados para cuidar ,também, de questões ligadas a saúde mental, (sintomas de ansiedade, depressão).
Número de participantes 150
Atividades Através da dança, do contato e da comunicação em grupo, amplia a consciência de si mesmo, propiciando a elevação da autoestima. Praticada em grupos, usa a música e a dança para criar estímulos adequados para que os participantes possam utilizar melhor os cinco canais de expressão da emoção, também conhecido como, linhas de vivência: a vitalidade, a sexualidade, a criatividade, a afetividade e a transcendência. A metodologia da Biodança busca a indução de vivências integradoras que envolvem todo o organismo, num processo de aprendizagem nos níveis: cognitivo, vivencial e visceral. Uma aprendizagem não reflexiva, silenciosa, a partir do encontro das pessoas de forma inteira, desenvolvendo e integrando as linhas de vivência, já citadas. É importante frisar que a Biodança não é uma psicoterapia de grupo, mas um processo de grupo com efeitos terapêuticos, que tem muito a contribuir com a saúde da comunidade. O Sistema Biodança pode ser aplicada em todos os ciclos da vida e de atenção à saúde. Não é preciso saber dançar, a dança aqui se inicia com movimentos sensíveis, integrados e com sentidos de vida. A estrutura é semi-aberta, favorecendo ao participante encontrar seus gestos singulares e profundos, sem reproduzir o seu jeitão encouraçado (corporal) comum de se mover e de viver. O grupo de Biodança tende a facilitar um clima de confiança e abertura propiciado pela presença suave, terna, receptiva e disponível dos participantes em viver essa nova maneira de expressar a vida, permitindo com isso a cada um conectar-se, cada vez mais, com a sua própria identidade e com a do outro. Esse processo grupal realiza-se em suas fases: uma verbal e outra vivencial. A fase verbal ocorre no início e abarca, aproximadamente, um terço do tempo de duração do processo do grupo; o tempo restante, os dois terços, é para a dança, momento de intensificação das vivências, no total tem duração de 2horas. Na parte verbal, os participantes estão descalços e sentados em círculo, preferencialmente no chão, e usam roupas leves. Nesse momento a dinâmica é dialógica e acontece de alguns modos, como o compartilhar de histórias de vida e de momentos existenciais. São experiências vividas no próprio grupo, como descobertas, mudanças, prazer, coragem, alegria, medo, angústia, dificuldade de movimentação, encontros, etc. Na parte vivencial, são convidados pelo facilitador a formarem uma roda, de mãos dadas e em pé. Nesse instante, o facilitador comenta os exercícios e, depois, convida os participantes a dançar com um exercício, que pode ser uma roda de iniciação ou outro. É estimulado o movimento, a expressão, a comunicação e o encontro entre eles. Ao final da sessão, o facilitador a encerra, em geral, com uma roda de celebração, com abraços afetivos e alegres, ou com danças euforizantes. São celebrados os instantes vividos no grupo, o encontro vivido entre eles. Nessa fase a expressão da identidade pessoal e do grupo vai intensificando-se progressivamente, por meio das vivências de vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e transcendência.
Resultados Apartir dos relatos e da observação na regularidade dos grupos, os idosos vão apresentando mais alegria, autonomia e disposição para viver, mais facilidade em estabelecer e expressar vinculos afetivos e em estabelecer limites. Mais criatividade para ações no cotidiano, melhora na autoestima, autoconfiança, melhora na regulação da qualidade do sono e pressão arterial.