Os idosos têm maior risco de sofrer declínio funcional e iatrogenia durante uma internação hospitalar. Embora o Hospital Dia Geriátrico (HDG) possa ser uma alternativa para a prevenção de internações hospitalares e para combater os crescentes custos envolvidos com os cuidados de saúde nesta população, este modelo de atenção tem sido utilizado na maioria das vezes somente para reabilitação. Nosso objetivo foi expandir o espectro de cuidados do HDG para integrar o manejo de doenças aguda e subaguda. Este estudo detalha um modelo inovador de HDG que oferece um atendimento de curto prazo para idosos com eventos agudos, doenças crônicas descompensadas, ou que precisem de pequenos procedimentos cirúrgicos que não poderiam ser realizados em regime ambulatorial regular. Por meio de visitas de 6 horas feitas semanalmente por até dois meses, os pacientes recebem avaliações integradas dos vários domínios da sua saúde, educação para o autocuidado e adesão terapêutica e, rápido acesso a exames e procedimentos com base numa abordagem multidisciplinar e integrada. Nos primeiros 6 anos, 2.322 pacientes foram atendidos pelo HDG. A análise de uma amostra representativa (n = 645) revelou que 81% dos participantes foram tratados no HDG sem a necessidade de outro tipo de cuidado hospitalar. Essa percentagem se manteve elevada, mesmo quando os participantes tiveram um problema de saúde agudo ou subagudo, tal como infecção (71%), delirium (73%), ou uma doença crônica descompensada (81%). Entre a admissão e alta, os participantes mantiveram o seu estado funcional e melhoraram a sua autopercepção de saúde. Este estudo fornece evidências preliminares para destacar o papel de um modelo inovador de HDG na prevenção de hospitalização na população idosa.
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