Identificação da Experiência

Grupo Saúde na Rua: um Projeto Piloto de acolhimento e atendimento multidisciplinar itinerante à população idosa em vulnerabilidade social

Ano da experiência : 
2021
Região da Prática: 
Sul
Município: 
Campo Bom
Instituição Responsável: 
Secretaria Municipal de Saúde de Campo Bom
Parceiros: 
"não se aplica"
Coordenação da experiência: 
Ibrahim Clós Mahmud – Médico de Família e Comunidade / Erick da Rosa Lerner – Técnico de Enfermagem e Acadêmico de Enfermagem
Telefone institucional: 
(51) 3598-8600
Email da coordenação: 
ibrahim_mahmud@hotmail.com

Esfera, eixo e categoria

Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência: 
Prevenção de doenças e agravos em pessoas idosas (quedas, violência, suicídio, doenças crônicas não transmissíveis, uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas; acidentes de trânsito, saúde sexual e prevenção à ISTs/HIV-Aids e hepatites virais, etc.)
Eixo temático: 
Experiência em gestão da atenção básica no campo do envelhecimento

Justificativa

Explique as razões ou acontecimentos que levaram ao planejamento da iniciativa.
O que motivou a realização dessa experiência?: 
A Transição demográfica brasileira apresenta características peculiares e demonstra grandes desigualdades sociais no processo de envelhecimento, trazendo grandes mudanças no perfil demográfico e epidemiológico em todo o país, gerando demandas que requerem respostas das políticas sociais, implicando em novas formas de cuidado. Algumas pessoas ou grupos sociais estão predispostos a sofrer danos físicos e/ou morais, quer em razão de sua fragilidade física, em virtude das condições sociais, econômicas, culturais ou ambientais em que vivem, a população idosa adentra nesse grupo, estando situação de vulnerabilidade para diversas doenças. A Política Nacional de Atenção Básica, em sua última publicação, traz a importância do acolhimento à população de rua e consigo propõe os consultórios descentralizados, onde os profissionais vão até o paciente, visando ampliar o acesso da população de rua e/ou em condições extrema vulnerabilidade, ofertando uma atenção resolutiva, integral e humanizada. Com o advento da pandemia do coronavírus em 2020, os profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) viram os idosos em condições de vulnerabilidade se distanciarem ainda mais das unidades de saúde. E, partindo dessas premissas pensou-se em realizar esse projeto.

Objetivos

Detalhe os objetivos da proposta, o que se esperava alcançar.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
Realizar ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde da comunidade idosa vulnerável, com foco na captação do usuário e fortalecimento do vínculo com a APS e também com outros setores da Rede de Atenção à Saúde (RAS).

Metas

Detalhe as metas estabelecidas para o funcionamento da prática. Exemplo: META 1: distribuir 1000 exemplares de material didático sobre prevenção de quedas. META 2: diminuir as internações por quedas entre idosos em n%.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Acolher os idosos vulneráveis e fortaleces o vínculo com a equipe, família e comunidade
Elaborar o Plano Terapêutico Singular dos idosos avaliados
Realizar orientações de promoção e prevenção, bem como a testagem rápida para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e realização de vacinas
Motivar o paciente idoso referente ao autocuidado, promovendo assim Mudanças de Estilo de Vida

Abrangência

Onde foi desenvolvida?: 
A experiência contempla o bairro Operária em Campo Bom, RS. Porém, por ser um Projeto Piloto, será expandido para todo município.
Esta experiência já participou de alguma edição de seleção anterior?: 
Não

Público-alvo

Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
Paciente com 50 anos ou mais que não acessaram a unidade de saúde por mais de 2 anos e que não compareceram em consulta quando agendados (por diferentes motivos). Além de pacientes idosos moradores de rua e em outras condições de vulnerabilidade social.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
O trabalho vem sendo divulgado a partir das Agentes Comunitárias de Saúde e profissionais de saúde da unidade envolvida.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Critérios de elegibilidade: a) paciente com 50 anos ou mais; b) não compareceram em consulta médica ou de enfermagem na unidade nos últimos 24 meses e c) pacientes que as ACS agendaram consulta, neste mesmo período, porém não compareceram.
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
20
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
Até o momento 14 pacientes (estamos no 6º mês de implementação).
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
14

Implementação

Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
O Grupo Saúde na Rua, é uma proposta de atendimento multidisciplinar itinerante à população em vulnerabilidade social. O projeto foi elaborado entre junho e julho de 2021, envolvendo toda a equipe na construção do mesmo, em Agosto foi enviado para apreciação da Secretaria Municipal de Saúde / Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva (NUMESC) e foi apresentado para a Secretaria de Assistência Social. Sendo aprovado no final de Agosto e teve seu início em Setembro de 2021, no município de Campo Bom-RS, na Estratégia de Saúde da Família Operária, área 06, que foram realizados nas segundas sextas-feiras de cada mês no turno da manhã (8h - 12h). Previamente ao encontro, as ACS realizavam o levantamento dos usuários que não acessam a unidade e traziam para a equipe até no máximo 08 nomes de pacientes para que possamos realizar o atendimento. Cada encontro foi organizado em locais previamente combinados, sendo ele na rua ou nas casas dos usuários dispostos a auxiliar o desenvolvimento do projeto e que residiam em regiões com população em situação de rua e/ou vulnerabilidade extrema. O projeto oferta atendimento médico; de enfermagem; realização de Teste Rápido para detecção de Infecção Sexualmente Transmissível (IST); oferta de preservativos; aferição de sinais vitais; avaliação de feridas e curativos; avaliação de situação vacinal; avaliação odontológica; escuta ativa; e orientações sócio-educativas de promoção e prevenção. Além de acolher os pacientes e colocar à disposição outros serviços da rede de atenção à saúde do município, como o Serviço Social (CRAS e CREAS) e o Centro de Atenção Psicossocial.

Resultados

Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Até o momento foram atendidos 14 usuários em situação de vulnerabilidade e que não haviam acessado a unidade de saúde. A população tinha idade entre 52 e 91 anos. Durante os atendimentos surgiram muitas demandas de cunho social, bem como situações de negligência com idosos. Ainda, foram realizados diagnósticos de infecção pelo HIV e Sífilis em pacientes de 64 e 61 anos respectivamente. Além de outras patologias. Os profissionais de saúde, como atores do processo de ensino em saúde, conseguiram aproximar e vincular os pacientes mais vulneráveis e em situação de rua à unidade de saúde e promoveram ações preventivas nessas microrregiões de mais difícil acesso. Alcançou-se importante adesão da comunidade nessas ações, promovendo também o engajamento e surgimento de líderes comunitários que possam trabalhar em conjunto com a equipe. E ainda, após identificação de dois casos de negligência/violência a idosos, o Serviço de Assistência Social atuou em conjunto para a melhor resolução do caso.
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Evidenciou-se grande receptividade por parte da comunidade, equipe do projeto e usuários atendidos.
O processo de acolhimento e captação dos usuários em situação de vulnerabilidade mostrou-se eficiente na construção do vínculo com a rede, oportunizando importante espaço de educação popular.
Foi realizada Testagem Rápida para IST (dois diagnósticos novos) e a atualização do calendário vacinal dos usuários.
Realizou-se orientações de cunho preventivo referente ao autocuidado e mudanças no estilo de vida (hábitos, dieta e exercício).
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Até momento foram realizados 5 encontros, com a avaliação de 14 pacientes. Idade entre 52 e 91 anos, média de 63 anos. Referente a condições de saúde mais prevalentes identificadas: Hipertensão Arterial Sistêmica em 36% (5) dos pacientes, Etilismo e Tabagismo com 29% (4). Além destas, ocorreram dois diagnósticos novos de pacientes idosos com HIV e Sífilis, bem como foi identificada duas condições de negligência / violência e ainda um morador de rua. A saúde mental também foi abordada com os pacientes, sendo identificados casos de esquizofrenia, transtorno de humor depressivo, retardo mental e também um paciente com síndrome demencial. Além de paciente em uso de drogas ilícitas. Ainda houve casos de pacientes com hipotireoidismo, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Durantes os atendimento foram realizados 14 testes rápidos, aplicação de 12 vacinas (COVID-19; Influenza; Hepatite B e Febre Amarela) e 14 avaliações odontológicas com identificação de dois pacientes com lesões suspeitas de neoplasias além de outras patologias bucais. Foi distribuído preservativos masculinos e femininos e realizada orientações sobre saúde sexual, alimentação saudável e incentivo a realização de exercício físico.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Sim
Com que frequência se reúne?: 
As atividades são continuamente monitoradas pelos coordenadores do projeto. Estimulando os pacientes para realização do Projeto Terapêutico Singular proposto para cada um.
Quais os pontos positivos da experiência?: 
- Realizar uma busca ativa multiprofissional concomitante com atividades de promoção e prevenção de agravos, bem como de procedimentos e atendimento clínico; - Atividade itinerante que fornece cobertura a todo território adscrito; - Realização em diferentes espaços: domicílio próprio ou de vizinhos; rua; praça e locais comunitários; - Fortalecimento do vínculo da comunidade com os profissionais, os aproximando da realidade cultural dos usuários; - Promover trabalho em rede, principalmente com o CAPS e CREAS.
Quais as limitações da experiência?: 
- Disponibilidade dos profissionais e do carro da prefeitura;
2021
-
Sul
Grupo Saúde na Rua: um Projeto Piloto de acolhimento e atendimento multidisciplinar itinerante à população idosa em vulnerabilidade social
Introdução
A Transição demográfica brasileira apresenta características peculiares e demonstra grandes desigualdades sociais no processo de envelhecimento, trazendo grandes mudanças no perfil demográfico e epidemiológico em todo o país, gerando demandas que requerem respostas das políticas sociais, implicando em novas formas de cuidado. Algumas pessoas ou grupos sociais estão predispostos a sofrer danos físicos e/ou morais, quer em razão de sua fragilidade física, em virtude das condições sociais, econômicas, culturais ou ambientais em que vivem, a população idosa adentra nesse grupo, estando situação de vulnerabilidade para diversas doenças. A Política Nacional de Atenção Básica, em sua última publicação, traz a importância do acolhimento à população de rua e consigo propõe os consultórios descentralizados, onde os profissionais vão até o paciente, visando ampliar o acesso da população de rua e/ou em condições extrema vulnerabilidade, ofertando uma atenção resolutiva, integral e humanizada. Com o advento da pandemia do coronavírus em 2020, os profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) viram os idosos em condições de vulnerabilidade se distanciarem ainda mais das unidades de saúde. E, partindo dessas premissas pensou-se em realizar esse projeto.
Objetivos
Realizar ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde da comunidade idosa vulnerável, com foco na captação do usuário e fortalecimento do vínculo com a APS e também com outros setores da Rede de Atenção à Saúde (RAS).
Metas
  1. Acolher os idosos vulneráveis e fortaleces o vínculo com a equipe, família e comunidade
  2. Elaborar o Plano Terapêutico Singular dos idosos avaliados
  3. Realizar orientações de promoção e prevenção, bem como a testagem rápida para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e realização de vacinas
  4. Motivar o paciente idoso referente ao autocuidado, promovendo assim Mudanças de Estilo de Vida
Público alvo
Paciente com 50 anos ou mais que não acessaram a unidade de saúde por mais de 2 anos e que não compareceram em consulta quando agendados (por diferentes motivos). Além de pacientes idosos moradores de rua e em outras condições de vulnerabilidade social.
Divulgação
O trabalho vem sendo divulgado a partir das Agentes Comunitárias de Saúde e profissionais de saúde da unidade envolvida.
Número de participantes
14
Atividades
O Grupo Saúde na Rua, é uma proposta de atendimento multidisciplinar itinerante à população em vulnerabilidade social. O projeto foi elaborado entre junho e julho de 2021, envolvendo toda a equipe na construção do mesmo, em Agosto foi enviado para apreciação da Secretaria Municipal de Saúde / Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva (NUMESC) e foi apresentado para a Secretaria de Assistência Social. Sendo aprovado no final de Agosto e teve seu início em Setembro de 2021, no município de Campo Bom-RS, na Estratégia de Saúde da Família Operária, área 06, que foram realizados nas segundas sextas-feiras de cada mês no turno da manhã (8h - 12h). Previamente ao encontro, as ACS realizavam o levantamento dos usuários que não acessam a unidade e traziam para a equipe até no máximo 08 nomes de pacientes para que possamos realizar o atendimento. Cada encontro foi organizado em locais previamente combinados, sendo ele na rua ou nas casas dos usuários dispostos a auxiliar o desenvolvimento do projeto e que residiam em regiões com população em situação de rua e/ou vulnerabilidade extrema. O projeto oferta atendimento médico; de enfermagem; realização de Teste Rápido para detecção de Infecção Sexualmente Transmissível (IST); oferta de preservativos; aferição de sinais vitais; avaliação de feridas e curativos; avaliação de situação vacinal; avaliação odontológica; escuta ativa; e orientações sócio-educativas de promoção e prevenção. Além de acolher os pacientes e colocar à disposição outros serviços da rede de atenção à saúde do município, como o Serviço Social (CRAS e CREAS) e o Centro de Atenção Psicossocial.
Resultados
Até o momento foram atendidos 14 usuários em situação de vulnerabilidade e que não haviam acessado a unidade de saúde. A população tinha idade entre 52 e 91 anos. Durante os atendimentos surgiram muitas demandas de cunho social, bem como situações de negligência com idosos. Ainda, foram realizados diagnósticos de infecção pelo HIV e Sífilis em pacientes de 64 e 61 anos respectivamente. Além de outras patologias. Os profissionais de saúde, como atores do processo de ensino em saúde, conseguiram aproximar e vincular os pacientes mais vulneráveis e em situação de rua à unidade de saúde e promoveram ações preventivas nessas microrregiões de mais difícil acesso. Alcançou-se importante adesão da comunidade nessas ações, promovendo também o engajamento e surgimento de líderes comunitários que possam trabalhar em conjunto com a equipe. E ainda, após identificação de dois casos de negligência/violência a idosos, o Serviço de Assistência Social atuou em conjunto para a melhor resolução do caso.

Ficha técnica

Município:
Campo Bom
Instituição Responsável:
Secretaria Municipal de Saúde de Campo Bom
Coordenação da experiência:
Ibrahim Clós Mahmud – Médico de Família e Comunidade / Erick da Rosa Lerner – Técnico de Enfermagem e Acadêmico de Enfermagem
Email da coordenação:
ibrahim_mahmud@hotmail.com
Telefone institucional:
(51) 3598-8600
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
Prevenção de doenças e agravos em pessoas idosas (quedas, violência, suicídio, doenças crônicas não transmissíveis, uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas; acidentes de trânsito, saúde sexual e prevenção à ISTs/HIV-Aids e hepatites virais, etc.)
Parceiros:
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Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br