O que motivou a realização dessa experiência?:
A área técnica de Saúde da Pessoa Idosa e a Coordenadoria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (COGTES), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza (SDHDS) e da Associação Brasileira de Alzheimer – Regional Ceará (ABRAz), realizou o primeiro curso de atualização em Saúde da Pessoa Idosa Dependente Cuidada no Domicílio. Teve como público alvo os agentes comunitários de saúde (ACS), de três Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), localizadas na Coordenadoria Regional de Saúde V (CORES V) e a participação de profissionais do CRAS Conjunto Esperança. Este curso teve o objetivo de melhorar o conhecimento desses profissionais no tema, com o intuito de qualificar o apoio do ACS ao cuidador informal de pessoas idosas dependentes para as atividades básicas da vida diária (ABVD), cuidadas no domicílio.
Além da proposta de atualização do conhecimento, este curso teve caráter intersetorial, pois incluiu temas e facilitadores da assistência social. Considerando que para efetivação do apoio ao cuidador, é fundamental essa articulação entre setores. Trata-se de um curso piloto e, que mais adiante, pretendemos estender às demais regionais de saúde do nosso município. A CORES V foi definida para a realização desse primeiro curso por ser a regional de saúde com o maior número de idosos em situação de vulnerabilidade social. Esse curso faz parte das ações para a implementação da linha de cuidado à saúde da pessoa idosa.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?:
Para a efetivação do cuidado continuado da pessoa idosa dependente para as atividades da vida diária (AVD), é imprescindível que a política seja estruturada nos moldes de linha de cuidado, com foco na pessoa, baseado nos seus direitos, em suas necessidades, preferências e habilidades (VERAS, 2016). Nesse sentido é fundamental profissionais qualificados, com visão clara sobre os desafios para os cuidados no domicílio dessa população, entre eles, destaca-se o apoio ao cuidador informal. Na maioria das vezes, esse cuidador é um único membro da família “eleito” para assumir essa tarefa.
Para tanto, faz-se necessário capacitar os ACS, para que atuem com mais propriedade junto aos familiares cuidadores de idosos dependentes nos domicílios, uma vez que estes profissionais são de suma importância no desenvolvimento de ações de proteção social, promoção da cidadania e de promoção da saúde da pessoa idosa, contribuindo com a prevenção e o monitoramento das situações que oferecem risco à saúde dessa população (SILVESTRE, 2003).
Nesse sentido, a área técnica de Saúde da Pessoa Idosa, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no cumprimento de sua missão institucional e visando atender a necessidade de capacitar os agentes comunitários de saúde (ACS) para apoiar o cuidado da pessoa idosa no domicílio, principalmente, no que diz respeito às orientações para os cuidadores informais elaborou esse curso de atualização.
O Curso visa dotar os ACS, com conhecimentos, habilidades e atitudes para orientar aos cuidadores de idosos dependentes no domicílio, no que se refere à promoção da saúde e prevenção de agravos ao idoso. Pretende-se qualificar as orientações prestadas aos cuidadores familiares e ao próprio idoso.
A Secretaria de Saúde de Fortaleza não oferece capacitação ou curso de atualização em saúde da pessoa idosa para os ACS, há pelo menos 12 anos e, se considerarmos cursos com foco em saúde da pessoa idosa dependente, cuidada no domicílio, não há registros de realização. Em levantamento feito em 2014-2015, identificou-se 5.600 idosos dependentes, 5% do total idosos cadastrados na APS. Desses, foram coletadas informações de 2.840 idosos, que apresentavam os seguintes dados:
• Sexo: masculino (23%) feminino (77%)
• Principal motivo para dependência: AVC (27%)
• 35% utilizavam mais de 5 medicamentos de uso contínuo
• 12% apresentavam úlceras por pressão
• 6% utilizavam sondas
• 56% utilizavam fraldas geriátricas
• 83% tinham um familiar como cuidador
Por outro lado, esse conhecimento sobre saúde do idoso para o ACS, que poderia ser ofertado pelos enfermeiros, não acontece, pois, os mesmos, também, carecem de domínio sobre o tema.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo):
Participação de 100% dos ACS que atuam nas 03 UPAS
Elaboração e aplicação do Roteiro da Visita Domiciliar à 100% das pessoas idosas dependentes para as AVD, residentes na área de abrangência das 03 UAPS
Aplicação da avaliação de satisfação do curso e do roteiro da visita domiciliar
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?:
Pessoas idosas dependentes para as atividades básicas da vida diária cuidadas no domicílio por cuidador informal.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?:
Pelos os gestores das UAPS participantes
Onde foi desenvolvida?:
Agentes comunitários de saúde (ACS) de 03 UAPS da CORES V ( UAPS Elízio Holanda, UPAS José Paracampos e UAPS Graciliano Muniz).
Pelo menos 1 enfermeiro de cada dessas 3 UAPS.
2 profissionais da assistência social que atuam no CRAS Conjunto Esperança (mesma área de abrangência das 3 UAPS)
Como os idosos foram selecionados para participar?:
Pessoas idosas residentes na microárea do ACS
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?:
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?:
Alguns ACS, das 03 UAPS, que não participaram do curso por motivos diversos.