Ano: 
2019
Categoria: 
Reabilitação da pessoa idosa
Região da Prática: 
Sul
Município: 
CHAPECÓ
Instituição Responsável: 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS
Parceiros: 
HOSPITAL REGIONAL DO OESTE - HRO
Coordenação da experiência: 
Leoni Terezinha Zenevicz
Telefone institucional: 
(49) 9910-50189
Email da coordenação: 
leoni.zenevicz@uffs.edu.br
Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
O que motivou a realização dessa experiência?: 
O aumento das doenças crônicas degenerativas associadas ao envelhecimento populacional e redução da disponibilidade de cuidado familiar, tem resultado no aumento das hospitalizações de idosos e, na mesma proporção, em maior propensão a vulnerabilidade física, emocional e espiritual destes sujeitos, demandando a necessidade de uma rede de cuidados que abarque a integralidade deste ser humano. A condição mais frágil e de maior dependência do idoso em situação de institucionalização com aumento do estresse e da necessidade de atenção contínua alinhada a existência das doenças crônicas degenerativas, como o câncer, tem suscitado a necessidade complementar de práticas que apoiem o ser humano neste processo de saúde e doença. Com relação ao câncer, sabemos que seus efeitos são devastadores, com impactos robustos sobre a dinâmica de vida do idoso e de seus familiares, onde, apesar dos avanços terapêuticos e dos recursos tecnológicos envolvidos, o diagnóstico, ainda exerce um papel de sentença de morte. Nas doenças, em especial no câncer, o cuidado deve contemplar aspectos que envolvem a prevenção, recuperação, promoção e proteção à saúde, considerando as multidimensões físicas, emocionais, psicológicos e sociais do Ser Humano principalmente do idoso. Reafirmando esta posição, Fornazari e Ferreira (2010) demonstram que o paciente idoso oncológico deve ser compreendido em sua totalidade, e que seus aspectos espirituais devem ser considerados, para que ele seja respeitado em sua singularidade bem como em suas crenças e valores. Cabe destacar que o cuidado espiritual pode apresentar-se como elemento que contribui na adesão ao tratamento, no enfrentamento da problemática, na redução do estresse e ansiedade, e na busca de significado para sua atual situação. Ao respeitar a espiritualidade do idoso os profissionais de saúde melhoram sua relação com o paciente e sua família, uma vez que este elemento pode ser compreendido como a essência que dá sentido à vida e que estabelece uma conexão entre os seres humanos com algo maior, para além daquilo que podemos ver ou palpar (ZENEVICZ, 2009). Além do paciente idoso oncológico, o familiar também sofre com o adoecimento e possibilidade de morte de seu ente querido, requerendo cuidado da equipe de saúde, tanto quanto o próprio paciente a fim de manter-se firme para acompanhar todo o processo de doença e tratamento ao qual seu familiar será submetido. Assim, os profissionais de saúde são desafiados a enfrentar esta diversidade de crises físicas, emocionais, sociais, culturais e espirituais, bem como conhecer a vivência e os sentimentos desta complexa unidade paciente-familiar, visando à elaboração de ações de apoio no adoecimento e em medidas de prevenção ao estresse, ansiedade e depressão. Assim, a utilização da espiritualidade como ferramenta de cuidado auxilia os envolvidos a transcenderem para o que há de mais profundo no ser, possibilitando-lhes ouvir o coração e neste caminho compreender melhor o que passa na alma de cada um, fortalecendo a dimensão espiritual para o entendimento da situação de saúde vivenciada e de suas alternativas. O cuidar apoiado pela espiritualidade fomenta neste processo o fortalecimento de valores vinculados à solidariedade, compaixão e do cuidado com amor, indispensável ao desenvolvimento de uma assistência pautada em princípios de responsabilidade e compromisso com o outro. No entanto, frente a esta dinâmica de cuidado ao idoso hospitalizado ou em tratamento quimioterápico e radioterápico e seus familiares há os profissionais de saúde, que emersos no mundo dos fazeres cotidianos, envolvida com a técnica, com a pressão psicológica do trabalho, com os sentimentos de medo, apreensão, desejo de recuperação do ser cuidado, luto, se vê consumida física e emocionalmente pelas suas dores e pelas do outro, necessitando igualmente de cuidado e atenção(AYALA et al, 2017). A saúde, considerada como um bem maior de cada indivíduo, e salvaguardada pela Constituição Federal de 1988, “como um dever da família, da comunidade e do Estado, devendo estar sobre sólidas políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” a sociedade brasileira. Olhando neste prisma, verificamos que a transição demográfica implica numa dupla carga de doenças e a necessidade de manejos de cuidados contínuos aos portadores de doenças crônicas e degenerativos. Porém, também evidenciamos que país esta em franco processo de envelhecimento. Sabemos que os idosos de maneira geral travam um longo caminho de lutas, de avanços e retrocessos e que necessitam dos cuidados de saúde mais do que nunca. As Politicas concebidas pelo SUS constituiu um lastro na reafirmação do acesso universal e equânime a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, garantindo a integralidade da atenção. Fortalecendo esta diretriz, a implantação do Estatuto do Idoso foi um marco determinante para que os idosos tivessem garantia sobre os seus direitos. Em 2006, foi lançado pelo Ministério da Saúde em 2006 a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) tem como meta a atenção à saúde adequada e digna para os idosos brasileiros, principalmente os considerados frágeis ou vulneráveis, buscando alcançar à independência e autonomia da atenção a saúde da pessoa idosa. Buscando aperfeiçoar os mecanismos surge a Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de Setembro de 2017, que consolida as normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde e seu anexo I, que trata das Diretrizes para Organização da Rede de Atenção à Saúde do SUS. As redes de atenção são consideradas processos organizativos e operacionais com diferentes tecnologias que buscam juntas garantir a integralidade do cuidado. Neste projeto as redes são visualizadas pela rede hospitalar, pela Secretaria Municipal de Saúde, pelas instituições de ensino, pela sociedade em geral, que participam e apoiam este projeto. Cônscios, desta necessidade foi proposto este projeto com um olhar holístico, que abrange o cuidado do idoso, do familiar e dos profissionais de saúde, por meio do desenvolvimento de uma atenção a saúde não linear, que ultrapasse os limites da técnica, contemplando um cuidado plural que melhore a qualidade de vida dos envolvidos e dê mais leveza às intempéries da vida e da morte. O projeto desenvolve atividades terapêuticas significativas de modo a auxiliar todos os envolvidos a enfrentar com mais facilidade esta fase da vida. Segundo Elmescany e Barros (2015) as atividades realizadas individualmente ou em grupo facilitam aos pacientes oncológicos e familiares a elaborarem e expressarem as questões que os afligem, seja nas questões de cunho existencial, espiritual e significado da vida até o enfrentamento das adversidades impostas pela doença e seu tratamento. As atividades do projeto estão baseadas de espiritualidade abrindo caminho para a reflexão, trazendo respostas às questões da vida, do seu significado e das relações com o transcendente. Além do próprio projeto, há também os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem e Medicina existentes na Universidade, que, em sintonia com os preceitos da Constituição Federal Brasileira de 1988 e das Diretrizes Nacionais (DCN) prevê a necessidade dos estudantes, durante sua formação profissional, vivenciarem a articulação entre ensino, pesquisa e extensão no sentido de reunir elementos que promovam o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias à construção de um perfil de profissionais para a área da saúde, que seja generalista, crítico e reflexivo, com competência para atuar em problemas/situações de saúde\doenças mais prevalentes no perfil epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identificando as dimensões biopsicossociais e seus determinantes. Assim sendo, este macroprojeto está estruturado a partir do tripé ensino, pesquisa e extensão buscando fortalecer a relação da comunidade com a academia e com o serviço de saúde, no intuito de aprimorar a assistência à saúde da pessoa idosa, com ênfase no cuidado a espiritualidade humana. Desta forma, neste recorte serão apresentadas as atividades relacionadas ao eixo da extensão, que tem a pretensão de viabilizar junto aos pacientes, familiares e profissionais de saúde presentes na trajetória da doença oncológica um enfoque humanitário e espiritual que se sobreponha as angústias do corpo e da alma oferecendo experiências que como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC’S) possuam uma linguagem singular, própria, que busca prestar uma assistência, em que o saber fazer mantenha um diálogo com os tratamentos convencionais e a visão tecnológica, ampliando o cuidado a totalidade do ser humano e melhorando a sua qualidade de vida.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
Geral: Oferecer aos idosos, familiares e profissionais de saúde envolvidos no cuidado oncológico, durante a hospitalização e tratamento ambulatorial, melhor qualidade de vida e terminalidade utilizando as Práticas Integrativas e Complementares e a Arteterapia. Específicos Realizar ações recreativas aos pacientes idosos oncológicos, familiares e profissionais de saúde utilizando a Arteterapia; Implementar as Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s) no cuidado ao idoso hospitalizado, familiares e equipe dos setores da Oncologia, Quimioterapia e Radioterapia Realizar a permissão de partida ao idoso em fase final; Confortar a família e os profissionais de saúde no processo de terminalidade; Prestar assistência à dimensão espiritual ao idoso, família e aos profissionais de saúde com a utilização das Práticas Integrativas e Complementares e Arteterapia; Possibilitar a inserção dos acadêmicos da área da saúde das instituições envolvidas no programa de extensão, como um espaço de produção, acumulação e disseminação do conhecimento; Criar um site educativo motivacional e de fortalecimento espiritual para os idosos, familiares e profissionais de saúde (FACEBOOCK= Projeto Luzes) Fomentar a pesquisa desta temática, buscando melhorar a assistência e superar a dicotomia entre corpo e alma.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Meta 1. Implantar pelo menos três Práticas Integrativas e Complementares (Reiki, Auriculoterapia) e Grupo de Oração), dentro do setor de Oncologia para atendimentos de idosos, familiares e profissionais de saúde.
Meta 2. Diminuir a ansiedade dos idosos, familiares e profissionais de saúde dos serviços de quimioterapia, radioterapia e unidade de internação oncológica por meio das Práticas Integrativas e Complementares.
Meta 3. Promover uma rede de colaboração entre as Universidades e os Serviços de Saúde e a comunidade para prestar as Praticas Integrativas e Complementares de Saúde e Arteterapia.
Meta 4. Proporcionar momentos de descontração por meio da leitura, pintura de mandalas, música com canto, contação de histórias, massagem laboral, jogos e brincadeiras, semanalmente.
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
Idosos internados e em tratamento quimioterápico e de radioterapia, atendidos pelo Sistema Único de Saúde, e seus familiares, de ambos os sexos e de todos os níveis sociais.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Folders para todas as unidades hospitalares. Também foi divulgado via TV, num problema local e no site da Universidade Federal da Fronteira Sul.
Onde foi desenvolvida?: 
No Hospital Regional do Oeste, que é referência em Oncologia, para as regiões do oeste e meio oeste do Estado de Santa Catariana, Noroeste do Estado do Paraná e orte do Estado do Rio Grande do Sul.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Todos os idosos hospitalizados e em tratamento quimioterápico e radioterápico são convidados a participar do projeto.
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
500
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
até o presente momento, que o programa de extensão totalizou 11 meses de existência, foram atendidos 1278 idosos, 680 familiares e 614 profissionais de saúde que também receberam atendimento, soma-se mais que 3087 pessoas.
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
1278
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?: 
Por motivo de alta hospitalar, alta da quimioterapia e radioterapia ou devido aos óbitos.
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
considerando sua periodicidade e a rotina de trabalho REIKI: 4 vezes por semana, por demanda espontânea. Todos os voluntários atuam por 4 horas. Cada equipe tem cinco reikianos. As pessoas são recebidas na sala do Projeto Luzes para o atendimento. AURICULOTERAPIA: 1 vez por semana, durante com 4 horas, com 30 atendimentos semanais. As pessoas eram recebidas na sala do Projeto Luzes para o atendimento de auriculoterapia. CONTAÇÃO DE HISTORIA: 1 vez por semana, foi realizado in locu nos setor da unidade de internação Oncológica, Quimioterapia e Radioterapia, com duração de 1 hora em cada setor. MUSICA E CANTO e MUSICA DA MEDICINA: 2 vezes por mês cada grupo, com duração de 2 horas, sendo desenvolvida in locu nos quartos e corredores da unidade de internação oncológica. Na radioterapia e na quimioterapia a atividade é desenvolvida nas salas de espera. JOGOS E BRINCADEIRAS: São três duplas que atendem 1 vez por semana, com duração de 2 horas no setor da unidade de internação Oncológica, Radioterapia e Quimioterapia. As atividades são desenvolvidas in locu nos quartos quando o paciente não pode sair do leito e no corredor aos pacientes que estão deambulando na unidade de internação oncológica. Na radioterapia e na quimioterapia a atividade é desenvolvida nas salas de espera. SAUDE BUCAL: 01 vez por semana, para orientar sobre escovação, cremes dentais adequados, tipo de escova e os cuidados com a dentição, bem como avaliação e encaminhamentos necessários ao Centro de Especialidades odontológicas (CEO) da Secretaria Municipal de Saúde, bem como a entrega do kit (creme dental, escova e toalhinha) MASSAGEM LABORAL: 03 vezes por semana, sendo 1 vez no período matutino e 2 vezes no período vespertino. A massagem é realizada numa cadeira Quick, realizado somente para os profissionais de saúde e familiares. A cadeira é móvel e pode ser alocada em diferentes espaços. MEDITAÇÃO E PINTURAS DE MANDALAS: 1 vez por mês, na última terça-feira, no período noturno, cada equipe é composta de seis voluntários. ATIVIDADES COMEMORATIVAS: Neste grupo participam todos os envolvidos. É realizada uma reunião mensal do grupo responsável, que realiza a programação e planejamento da ação e depois as atividades são compartilhadas para o grande grupo e para a comunidade. BARRA ACESS CONSCIOUNESS: 2 vezes por semana, na terça-feira no período vespertino e na quarta-feira no período matutino, com um voluntário por período. A atividade é desenvolvida na sala do Projeto Luzes B.E.M (Bio Energetics Medicina) 1 vez por semana, na quarta-feira no período matutino, com dois terapeutas que realizam a atividade.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
Uma das principais dificuldades é o pouco espaço físico disponível para desenvolver as atividades. Já realizamos reuniões com a administração e estamos pleiteando mais salas para podermos ampliar o projeto. Igualmente, estamos também buscando um espaço para instalar três consultórios odontológicos, de forma a prevenir os problemas de infecção que os idosos desenvolvem e que impactam diretamente no resultado do tratamento quimioterápico. Os efeitos colaterais mais prevalentes são a sensibilidade de dentes, da gengiva e da mucosa bucal. Outros fatores que acometem os pacientes são mucosites (feridas), xerostomia (boca seca) candidose (sapinhos) e cáries por radiação. Este é um braço do projeto LUZES, que está sendo organizado tendo a cooperação do Curso de Odontologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO) e o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) da Secretaria Municipal de Chapeco.
Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
O projeto impacta no atendimento a população de 92 Municípios da região oeste de Santa Catarina, 26 do Paraná e do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 1.000.000 de habitantes. Com a implantação das atividades propostas no projeto houve, melhora no atendimento oferecido, pelos profissionais de saúde aos idosos e seus familiares no serviço de Oncologia, além disso, os profissionais médicos que atendem no serviço passaram a encaminhar pacientes, familiares e profissionais envolvidos para atendimento no projeto Luzes. Obtivemos resultados positivos no que concerne a qualidade de vida dos envolvidos (idoso, familiares e equipe), adesão ao tratamento, melhor entendimento sobre a finitude humana. A equipe relata continuamente melhoras no clima do ambiente hospitalar, e nas relações entre idosos, familiares e profissionais de saúde. Valorização e Aceite das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC’S) pela Administração e Médicos e outros profissionais. As atividades realizadas no projeto ultrapassam a dimensão física, cuidando da dimensão espiritual dos idosos, familiares e equipe.
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Meta 1. Foram implantados, Reiki com 2572 atendimentos, Auriculoterapia com 240 atendimentos e 88 encontros de grupos de oração (100% ).
Meta 2. Segundos relatos dos Idosos, Familiares e profissionais de Saúde, ocorreu uma melhora no ambiente, na comunicação paciente\profissional e diminuição na ansiedade (100%).
Meta 3. Atingimos formando uma rede com as instituições de Saúde (UFFS, UDESC, UCEFF e UNOCHAPECO), com 131 profissionais de diferentes formações oriundos da sociedade, e conseguimos atender 3087 pessoas em 08 meses de funcionamento do projeto (100%).
Meta 4. O projeto proporciona um cuidado diferenciado, humanizado e holístico aos idosos oncológicos, famílias e profissionais de saúde através das praticas integrativas e complementares e a Arteterapia, impactando na qualidade de vida.
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Foi realizado: 2572 atendimentos de Reiki, 240 atendimentos de Auriculoterapia 175 atendimentos com massagem laboral, 42 encontros de Musica, Contação de historia, meditação e Mandalas, Grupo de Oração.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Sim
Com que frequência se reúne?: 
Equipe: Mensalmente, e Avaliação 6 em 6 meses
Quais os pontos positivos da experiência?: 
a) Adesão dos profissionais de todas as áreas de atuação do Hospital b) Parcerias com instituições como: Centro de Especialidades em Odontologia (CEO) da Secretaria Municipal de Saúde, do Curso de Odontologia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO), Associação Medico Espirita de Santa Catarina (AME), Movimento Eu Sou a Paz, Casa de Oração Amor e Luz, Unidade Central de Educação FAEM Ltda (UCEFF) e Universidade de Santa Catarina (UDESC) c) Reconhecimento da importância das Praticas Integrativas e Complementares em Saúde, especialmente para os idosos e pacientes oncológicos. d) Formação de uma rede de voluntariado com 131 pessoas, de várias profissões trabalhando em prol do bem estar dos pacientes internados ou em tratamento quimioterápico ou radioterápico, que são na sua grande maioria idosos. e) Assistência integral a Pessoas Idosa, em alinhamento com as Politicas e Diretrizes do SUS, do Estatuto do Idoso e da Politicas de Humanização. f) Integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão com acadêmicos de varias instituições aprendendo a trabalhar a Multidisciplinaridade e a Interdisciplinaridade, despertando a curiosidade, o aprendizado da temática nos seus vários aspectos e a trabalhar em grupo. h) Aceitação pelos médicos assistentes e o encaminhamento dos idosos para os atendimentos ofertados pelo Projeto Luzes.
Quais as limitações da experiência?: 
a) Espaço físico pequeno b) Falta de auxilio financeiro das instituições envolvidas.
2019
-
Sul
CUIDADOS PALIATIVOS E ESPIRITUALIDADE: LINHAS ENTRELAÇADAS NO CUIDADO AO IDOSO ONCOLÓGICO, FAMÍLIA E PROFISSIONAIS DA SAÚDE (PROJETO LUZES).
Introdução
O aumento das doenças crônicas degenerativas associadas ao envelhecimento populacional e redução da disponibilidade de cuidado familiar, tem resultado no aumento das hospitalizações de idosos e, na mesma proporção, em maior propensão a vulnerabilidade física, emocional e espiritual destes sujeitos, demandando a necessidade de uma rede de cuidados que abarque a integralidade deste ser humano. A condição mais frágil e de maior dependência do idoso em situação de institucionalização com aumento do estresse e da necessidade de atenção contínua alinhada a existência das doenças crônicas degenerativas, como o câncer, tem suscitado a necessidade complementar de práticas que apoiem o ser humano neste processo de saúde e doença. Com relação ao câncer, sabemos que seus efeitos são devastadores, com impactos robustos sobre a dinâmica de vida do idoso e de seus familiares, onde, apesar dos avanços terapêuticos e dos recursos tecnológicos envolvidos, o diagnóstico, ainda exerce um papel de sentença de morte. Nas doenças, em especial no câncer, o cuidado deve contemplar aspectos que envolvem a prevenção, recuperação, promoção e proteção à saúde, considerando as multidimensões físicas, emocionais, psicológicos e sociais do Ser Humano principalmente do idoso. Reafirmando esta posição, Fornazari e Ferreira (2010) demonstram que o paciente idoso oncológico deve ser compreendido em sua totalidade, e que seus aspectos espirituais devem ser considerados, para que ele seja respeitado em sua singularidade bem como em suas crenças e valores. Cabe destacar que o cuidado espiritual pode apresentar-se como elemento que contribui na adesão ao tratamento, no enfrentamento da problemática, na redução do estresse e ansiedade, e na busca de significado para sua atual situação. Ao respeitar a espiritualidade do idoso os profissionais de saúde melhoram sua relação com o paciente e sua família, uma vez que este elemento pode ser compreendido como a essência que dá sentido à vida e que estabelece uma conexão entre os seres humanos com algo maior, para além daquilo que podemos ver ou palpar (ZENEVICZ, 2009). Além do paciente idoso oncológico, o familiar também sofre com o adoecimento e possibilidade de morte de seu ente querido, requerendo cuidado da equipe de saúde, tanto quanto o próprio paciente a fim de manter-se firme para acompanhar todo o processo de doença e tratamento ao qual seu familiar será submetido. Assim, os profissionais de saúde são desafiados a enfrentar esta diversidade de crises físicas, emocionais, sociais, culturais e espirituais, bem como conhecer a vivência e os sentimentos desta complexa unidade paciente-familiar, visando à elaboração de ações de apoio no adoecimento e em medidas de prevenção ao estresse, ansiedade e depressão. Assim, a utilização da espiritualidade como ferramenta de cuidado auxilia os envolvidos a transcenderem para o que há de mais profundo no ser, possibilitando-lhes ouvir o coração e neste caminho compreender melhor o que passa na alma de cada um, fortalecendo a dimensão espiritual para o entendimento da situação de saúde vivenciada e de suas alternativas. O cuidar apoiado pela espiritualidade fomenta neste processo o fortalecimento de valores vinculados à solidariedade, compaixão e do cuidado com amor, indispensável ao desenvolvimento de uma assistência pautada em princípios de responsabilidade e compromisso com o outro. No entanto, frente a esta dinâmica de cuidado ao idoso hospitalizado ou em tratamento quimioterápico e radioterápico e seus familiares há os profissionais de saúde, que emersos no mundo dos fazeres cotidianos, envolvida com a técnica, com a pressão psicológica do trabalho, com os sentimentos de medo, apreensão, desejo de recuperação do ser cuidado, luto, se vê consumida física e emocionalmente pelas suas dores e pelas do outro, necessitando igualmente de cuidado e atenção(AYALA et al, 2017). A saúde, considerada como um bem maior de cada indivíduo, e salvaguardada pela Constituição Federal de 1988, “como um dever da família, da comunidade e do Estado, devendo estar sobre sólidas políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” a sociedade brasileira. Olhando neste prisma, verificamos que a transição demográfica implica numa dupla carga de doenças e a necessidade de manejos de cuidados contínuos aos portadores de doenças crônicas e degenerativos. Porém, também evidenciamos que país esta em franco processo de envelhecimento. Sabemos que os idosos de maneira geral travam um longo caminho de lutas, de avanços e retrocessos e que necessitam dos cuidados de saúde mais do que nunca. As Politicas concebidas pelo SUS constituiu um lastro na reafirmação do acesso universal e equânime a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, garantindo a integralidade da atenção. Fortalecendo esta diretriz, a implantação do Estatuto do Idoso foi um marco determinante para que os idosos tivessem garantia sobre os seus direitos. Em 2006, foi lançado pelo Ministério da Saúde em 2006 a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) tem como meta a atenção à saúde adequada e digna para os idosos brasileiros, principalmente os considerados frágeis ou vulneráveis, buscando alcançar à independência e autonomia da atenção a saúde da pessoa idosa. Buscando aperfeiçoar os mecanismos surge a Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de Setembro de 2017, que consolida as normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde e seu anexo I, que trata das Diretrizes para Organização da Rede de Atenção à Saúde do SUS. As redes de atenção são consideradas processos organizativos e operacionais com diferentes tecnologias que buscam juntas garantir a integralidade do cuidado. Neste projeto as redes são visualizadas pela rede hospitalar, pela Secretaria Municipal de Saúde, pelas instituições de ensino, pela sociedade em geral, que participam e apoiam este projeto. Cônscios, desta necessidade foi proposto este projeto com um olhar holístico, que abrange o cuidado do idoso, do familiar e dos profissionais de saúde, por meio do desenvolvimento de uma atenção a saúde não linear, que ultrapasse os limites da técnica, contemplando um cuidado plural que melhore a qualidade de vida dos envolvidos e dê mais leveza às intempéries da vida e da morte. O projeto desenvolve atividades terapêuticas significativas de modo a auxiliar todos os envolvidos a enfrentar com mais facilidade esta fase da vida. Segundo Elmescany e Barros (2015) as atividades realizadas individualmente ou em grupo facilitam aos pacientes oncológicos e familiares a elaborarem e expressarem as questões que os afligem, seja nas questões de cunho existencial, espiritual e significado da vida até o enfrentamento das adversidades impostas pela doença e seu tratamento. As atividades do projeto estão baseadas de espiritualidade abrindo caminho para a reflexão, trazendo respostas às questões da vida, do seu significado e das relações com o transcendente. Além do próprio projeto, há também os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem e Medicina existentes na Universidade, que, em sintonia com os preceitos da Constituição Federal Brasileira de 1988 e das Diretrizes Nacionais (DCN) prevê a necessidade dos estudantes, durante sua formação profissional, vivenciarem a articulação entre ensino, pesquisa e extensão no sentido de reunir elementos que promovam o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias à construção de um perfil de profissionais para a área da saúde, que seja generalista, crítico e reflexivo, com competência para atuar em problemas/situações de saúde\doenças mais prevalentes no perfil epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identificando as dimensões biopsicossociais e seus determinantes. Assim sendo, este macroprojeto está estruturado a partir do tripé ensino, pesquisa e extensão buscando fortalecer a relação da comunidade com a academia e com o serviço de saúde, no intuito de aprimorar a assistência à saúde da pessoa idosa, com ênfase no cuidado a espiritualidade humana. Desta forma, neste recorte serão apresentadas as atividades relacionadas ao eixo da extensão, que tem a pretensão de viabilizar junto aos pacientes, familiares e profissionais de saúde presentes na trajetória da doença oncológica um enfoque humanitário e espiritual que se sobreponha as angústias do corpo e da alma oferecendo experiências que como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC’S) possuam uma linguagem singular, própria, que busca prestar uma assistência, em que o saber fazer mantenha um diálogo com os tratamentos convencionais e a visão tecnológica, ampliando o cuidado a totalidade do ser humano e melhorando a sua qualidade de vida.
Objetivos
Geral: Oferecer aos idosos, familiares e profissionais de saúde envolvidos no cuidado oncológico, durante a hospitalização e tratamento ambulatorial, melhor qualidade de vida e terminalidade utilizando as Práticas Integrativas e Complementares e a Arteterapia. Específicos Realizar ações recreativas aos pacientes idosos oncológicos, familiares e profissionais de saúde utilizando a Arteterapia; Implementar as Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s) no cuidado ao idoso hospitalizado, familiares e equipe dos setores da Oncologia, Quimioterapia e Radioterapia Realizar a permissão de partida ao idoso em fase final; Confortar a família e os profissionais de saúde no processo de terminalidade; Prestar assistência à dimensão espiritual ao idoso, família e aos profissionais de saúde com a utilização das Práticas Integrativas e Complementares e Arteterapia; Possibilitar a inserção dos acadêmicos da área da saúde das instituições envolvidas no programa de extensão, como um espaço de produção, acumulação e disseminação do conhecimento; Criar um site educativo motivacional e de fortalecimento espiritual para os idosos, familiares e profissionais de saúde (FACEBOOCK= Projeto Luzes) Fomentar a pesquisa desta temática, buscando melhorar a assistência e superar a dicotomia entre corpo e alma.
Metas
  1. Meta 1. Implantar pelo menos três Práticas Integrativas e Complementares (Reiki, Auriculoterapia) e Grupo de Oração), dentro do setor de Oncologia para atendimentos de idosos, familiares e profissionais de saúde.
  2. Meta 2. Diminuir a ansiedade dos idosos, familiares e profissionais de saúde dos serviços de quimioterapia, radioterapia e unidade de internação oncológica por meio das Práticas Integrativas e Complementares.
  3. Meta 3. Promover uma rede de colaboração entre as Universidades e os Serviços de Saúde e a comunidade para prestar as Praticas Integrativas e Complementares de Saúde e Arteterapia.
  4. Meta 4. Proporcionar momentos de descontração por meio da leitura, pintura de mandalas, música com canto, contação de histórias, massagem laboral, jogos e brincadeiras, semanalmente.
Público alvo
Idosos internados e em tratamento quimioterápico e de radioterapia, atendidos pelo Sistema Único de Saúde, e seus familiares, de ambos os sexos e de todos os níveis sociais.
Divulgação
Folders para todas as unidades hospitalares. Também foi divulgado via TV, num problema local e no site da Universidade Federal da Fronteira Sul.
Número de participantes
1278
Atividades
considerando sua periodicidade e a rotina de trabalho REIKI: 4 vezes por semana, por demanda espontânea. Todos os voluntários atuam por 4 horas. Cada equipe tem cinco reikianos. As pessoas são recebidas na sala do Projeto Luzes para o atendimento. AURICULOTERAPIA: 1 vez por semana, durante com 4 horas, com 30 atendimentos semanais. As pessoas eram recebidas na sala do Projeto Luzes para o atendimento de auriculoterapia. CONTAÇÃO DE HISTORIA: 1 vez por semana, foi realizado in locu nos setor da unidade de internação Oncológica, Quimioterapia e Radioterapia, com duração de 1 hora em cada setor. MUSICA E CANTO e MUSICA DA MEDICINA: 2 vezes por mês cada grupo, com duração de 2 horas, sendo desenvolvida in locu nos quartos e corredores da unidade de internação oncológica. Na radioterapia e na quimioterapia a atividade é desenvolvida nas salas de espera. JOGOS E BRINCADEIRAS: São três duplas que atendem 1 vez por semana, com duração de 2 horas no setor da unidade de internação Oncológica, Radioterapia e Quimioterapia. As atividades são desenvolvidas in locu nos quartos quando o paciente não pode sair do leito e no corredor aos pacientes que estão deambulando na unidade de internação oncológica. Na radioterapia e na quimioterapia a atividade é desenvolvida nas salas de espera. SAUDE BUCAL: 01 vez por semana, para orientar sobre escovação, cremes dentais adequados, tipo de escova e os cuidados com a dentição, bem como avaliação e encaminhamentos necessários ao Centro de Especialidades odontológicas (CEO) da Secretaria Municipal de Saúde, bem como a entrega do kit (creme dental, escova e toalhinha) MASSAGEM LABORAL: 03 vezes por semana, sendo 1 vez no período matutino e 2 vezes no período vespertino. A massagem é realizada numa cadeira Quick, realizado somente para os profissionais de saúde e familiares. A cadeira é móvel e pode ser alocada em diferentes espaços. MEDITAÇÃO E PINTURAS DE MANDALAS: 1 vez por mês, na última terça-feira, no período noturno, cada equipe é composta de seis voluntários. ATIVIDADES COMEMORATIVAS: Neste grupo participam todos os envolvidos. É realizada uma reunião mensal do grupo responsável, que realiza a programação e planejamento da ação e depois as atividades são compartilhadas para o grande grupo e para a comunidade. BARRA ACESS CONSCIOUNESS: 2 vezes por semana, na terça-feira no período vespertino e na quarta-feira no período matutino, com um voluntário por período. A atividade é desenvolvida na sala do Projeto Luzes B.E.M (Bio Energetics Medicina) 1 vez por semana, na quarta-feira no período matutino, com dois terapeutas que realizam a atividade.
Resultados
O projeto impacta no atendimento a população de 92 Municípios da região oeste de Santa Catarina, 26 do Paraná e do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 1.000.000 de habitantes. Com a implantação das atividades propostas no projeto houve, melhora no atendimento oferecido, pelos profissionais de saúde aos idosos e seus familiares no serviço de Oncologia, além disso, os profissionais médicos que atendem no serviço passaram a encaminhar pacientes, familiares e profissionais envolvidos para atendimento no projeto Luzes. Obtivemos resultados positivos no que concerne a qualidade de vida dos envolvidos (idoso, familiares e equipe), adesão ao tratamento, melhor entendimento sobre a finitude humana. A equipe relata continuamente melhoras no clima do ambiente hospitalar, e nas relações entre idosos, familiares e profissionais de saúde. Valorização e Aceite das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC’S) pela Administração e Médicos e outros profissionais. As atividades realizadas no projeto ultrapassam a dimensão física, cuidando da dimensão espiritual dos idosos, familiares e equipe.

Ficha técnica

Município:
CHAPECÓ
Instituição Responsável:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS
Coordenação da experiência:
Leoni Terezinha Zenevicz
Email da coordenação:
leoni.zenevicz@uffs.edu.br
Telefone institucional:
(49) 9910-50189
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
Reabilitação da pessoa idosa
Parceiros:
HOSPITAL REGIONAL DO OESTE - HRO
Fotos:
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Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br