TÍTULO COMPLETO: Cuidados Integrativos da Pessoa Idosa com Biodança
INTRODUÇÃO
Ações relacionadas com a prevenção e manutenção da saúde, começaram a ser implementadas a partir de 1974, antes a prioridade era de cunho curativo. A situação de saúde no Brasil se caracteriza por uma transição demográfica acelerada. No Brasil, o percentual de pessoas idosas maiores de 65 anos que era de 2,7% em 1960 passou para 5,4% em 2000 e deverá alcançar 19% em 2050, superando o número de jovens. Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006, aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa - cuja finalidade primordial é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde. Com a Consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), o Pacto pela Saúde e Pacto pela Vida, apontam como umas de suas prioridades: o Fortalecimento da Atenção Básica; a Promoção à Saúde; a Saúde do idoso. Em 2006 foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) Com a proposta de atuar nos campos da prevenção de agravos e da promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, a PNPIC contribui para o fortalecimento da atenção básica e dos princípios fundamentais do SUS. BIODANÇA - Constitui-se como um sistema de desenvolvimento humano que propõe o fortalecimento da vinculação do indivíduo consigo mesmo, com o outro e com a totalidade, como meio de integração e harmonização orgânica. “Biodança trabalha com a parte sadia da pessoa, com seus esboços de criatividade, com seus restos de entusiasmo, com sua oprimida, mas viva necessidade de amor, com suas ocultas capacidades de expressão” (TORO, 2002). Praticada em grupos, usa a música e o movimento para criar estímulos adequados para que os participantes possam utilizar melhor seus potenciais vitais: vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e a transcendência. Não é preciso saber dançar, a dança aqui se inicia com movimentos sensíveis, integrados e com sentidos de vida.
OBJETIVOS
Com o aumento da população idosas se expressa o aumento crescente de doenças crônico-degenerativas, aumentando também a necessidade de serviços de atenção à saúde dos idosos. Por outro lado, na velhice as pessoas geralmente têm seu tempo disponível ampliado pela aposentadoria, crescimento e independência dos filhos. Situações estas que, em geral, as levam ao sentimento de inutilidade e solidão, motivos de intenso sofrimento. Os efeitos benéficos da Biodança para a saúde das pessoas têm chamado atenção de vários profissionais da área. Constituem prática possível de atenuar patologias, como transtornos mentais, diabetes e hipertensão arterial, que atingem a maioria da população idosa, além de promover a saúde dos idosos, estimulada mediante relacionamentos nutridores, num processo de viver baseado na solidariedade e seus significados, que são elaborados pelas pessoas que participam de um grupo comunitário; significados estes que podem ser diversificados, tendo em vista as experiências pessoais e culturais.
METAS
- Regulação do sono e da pressão arterial (aumento da resposta imunológica);
- Capacidade de substituição da depressão por novas motivações para viver;
- Aumento da energia vital e disposição para a ação;
- Melhoria da capacidade de comunicação e vínculos afetivos.
PÚBLICO-ALVO
De ambos os sexos, maioria feminino (95%). Entre 60 a 80 anos. Dependentes, e 80% com diagnósticos de transtornos mentais(depressão, ansiedade), diabetes e hipertensão arterial.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
70
DIVULGAÇÃO
Através de convite/encaminhamento das UBS - Unidade Básicas de Saúde e profissionais da área de saúde.
ATIVIDADES
A metodologia da Biodança busca a indução de vivências integradoras que envolvem todo o organismo, num processo de aprendizagem nos níveis: cognitivo, vivencial e visceral. Uma aprendizagem não reflexiva, silenciosa. É importante frisar que a Biodança não é uma psicoterapia de grupo, mas um processo de grupo com efeitos terapêuticos, que tem muito a contribuir com a saúde dos idosos e comunidade. Não é preciso saber dançar, a dança aqui se inicia com movimentos sensíveis, integrados e com sentidos de vida. A estrutura é semi-aberta, favorecendo ao participante encontrar seus gestos singulares e profundos, sem reproduzir o seu jeitão encouraçado (corporal) comum de se mover e de viver. Esse processo grupal realiza-se em suas fases: uma verbal e outra vivencial, com duração entre duas a três horas. A fase verbal ocorre no início e abarca, aproximadamente, um terço do tempo de duração do processo do grupo; o tempo restante, os dois terços, é para a dança, momento de intensificação das vivências. Na parte verbal, os participantes estão descalços e sentados em círculo, preferencialmente no chão, e usam roupas leves. Nesse momento a dinâmica é dialógica e acontece de alguns modos, como o compartilhar de histórias de vida e de momentos existenciais. São experiências vividas no próprio grupo, como descobertas, mudanças, prazer, coragem, alegria, medo, angústia, dificuldade de movimentação, encontros, etc. . Na intimidade verbal posturas propiciadoras de encontro e crescimento, como congruência, aceitação e empatia, são consideradas e estimuladas no grupo. Em seguida se inicia a vivencia. Ao final da sessão, o facilitador a encerra, em geral, com uma roda de celebração, com abraços afetivos e alegres, ou com danças euforizantes. São celebrados os instantes vividos no grupo, o encontro vivido entre eles.
EQUIPE
01 Facilitadora de Biodança e Terapia Comunitária no SIS - Serviço Integrado de Saúde
01 Psicóloga
01 Pós-graduada em em Saúde Coletiva
EQUIPAMENTOS E RECURSOS FINANCEIROS
- Som amplificador;
- Sala reservada (sem exposição nem barulhos, preferencialmente sem cadeiras);
- Almofadas ou colchonetes (se possível).
Custos sobre responsabilidade da prefeitura.
RESULTADOS
Foram observadas mudanças bem significativas em relação a aspectos bio-psico-emocional; resistência ao estresse (mais facilidade em estabelecer limites); estimulação do processo de autoconhecimento; melhoria da autoestima; capacidade de substituição da depressão por novas motivações para viver; melhoria da capacidade de comunicação e vínculo afetivos; regulação do sono e da pressão arterial; estimulação da criatividade; aumento da resposta imunológica, dentre outros.