2014
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Sudeste
Construção de indicadores antropossociais do Programa Acompanhante de Idosos - PAI

A equipe de assistentes sociais, coordenadores do Programa Acompanhante de Idosos - PAI, que conta com 19 equipes de trabalho gerenciadas pela Associação Saúde da Família, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, sentiu necessidade de criar indicadores capazes de mensurar a demanda social apresentada pelos usuários acompanhados, cerca de 2.000 idosos, e demonstrar a intervenção social de forma qualificada.

Em 2010, os assistentes sociais formalizaram um Grupo de Trabalho – GT – para a construção de indicadores sociais que, a exemplo dos indicadores de saúde já estabelecidos, retratassem a realidade social encontrada na vida dos idosos. Essa tecnologia social possibilita conhecer e analisar quantitativamente os dados biopsicossociais em uma ótica abrangente, ampliada e integrada, possibilitando qualificar a gestão através do conhecimento do perfil do usuário em seu território. O ponto de partida do processo de trabalho foi a necessidade sentida pelos profissionais quanto ao conhecimento da realidade e de intervenção qualificada. Foi utilizada a metodologia participativa, que incluiu todos os assistentes sociais do programa, 19 Coordenadores e uma Supervisora Técnica, enquanto copartícipes na realização dos testes, no preenchimento e na devolutiva do instrumental, Anexos A e B. Foram realizadas duas oficinas para a socialização dos dados e análise da validade do instrumental. Foi também promovida uma exposição, “Mosaico Urbano – textos e fotos”, que representou a realidade social das diversas regiões da cidade de São Paulo de forma estética e poética.Para a criação do instrumental, o GT utilizou os dados coletados agrupando-os em Campos Classificatórios e suas Derivações, contemplando as vulnerabilidades sociais identificadas, o que resultou na elaboração do Mapa de Conceitos – Anexo A, mapa que consiste na padronização dos significados dos campos a serem preenchidos.A realização dos registros se deu em duas etapas:1ª etapa – Mote Social Inicial: levantamento da razão que originou a inclusão do idoso no programa.2ª etapa – Desdobramentos Sociais: levantamento das demandas sociais evidenciadas durante o ciclo de atendimento.A 3ª etapa, em estudos, propõe o Levantamento de Resultados, que consiste no registro da intervenção social realizada em cada demanda observada e o grau de êxito. Possibilitará a visualização do impacto do programa na vida dos idosos, bem como as áreas sociais que ainda necessitam de recursos para que possam ser levadas ao conhecimento dos gestores públicos setoriais.É importante observar que a construção de indicadores sociais que, a exemplo dos indicadores de saúde já estabelecidos pelo programa, retratam também a realidade social encontrada na vida dos idosos.

A formulação de indicadores enquanto medidas quantitativas dotadas de significado social, são capazes de mensurar um conceito social abstrato, informando sobre os aspectos da realidade social e sobre mudanças que nela se processam, com o embasamento em determinadas propriedades conceituais, como:• validade – conhecer o grau de proximidade entre o conceito e a prática;• confiabilidade – garantir a qualidade do levantamento dos dados;• sensibilidade – refletir sobre a dimensão social;• especificidade – refletir sobre a dimensão social da área de interesse;• periodicidade – ser factível na obtenção de dados e facilitar sua atualização, e • inteligibilidade – ser comunicável e compreensível.Optou-se em denominá-los Indicadores Antropossociais, respeitando as raízes dos termos, que dizem respeito à quantificação de aspectos de uma determinada realidade social; ao estudo das diferentes dimensões do homem; e à interação desse homem com sua realidade social.

A utilização dessa tecnologia social revelou resultados importantes, conferindo maior qualificação e cientificidade às ações do Serviço Social e possibilitando:• Criar um sistema de registro e estudo das manifestações da questão social que chegam aos diversos espaços do Serviço Social;• Realizar estudos e investigações sobre os determinantes sociais da saúde;• Realizar pesquisa sobre a relação entre os recursos institucionais necessários e disponíveis, perfil do usuário, e demandas reais e potenciais;• Realizar investigação de determinados segmentos de usuários (população de rua, idosos, pessoas com deficiência, entre outros);• Realizar estudo da política de saúde local e oferecer subsídios para sua formulação;• Utilizar a documentação técnica a fim de produzir conhecimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).O trabalho encontra-se no fechamento da fase III, que diz respeito ao número de intervenções sociais realizadas e o impacto do Programa na vida dos idosos atendidos. Porém, os dados obtidos nas duas primeiras fases já apontam para um cenário onde se observa que são necessárias intervenções bem mais abrangentes e profundas do que as queixas que configuram o mote inicial, que geralmente tem foco na doença. Após a análise, observa-se que as necessidades sociais se impõem de forma mais significativa, na maioria dos casos, apontando uma nova forma de atuação mais eficaz.

Ficha técnica


Município: 
São Paulo, SP

Instituição Responsável: 
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo


Coordenador da experiência: 
Associação Saúde da Família

Email da coordenação: 

Telefone institucional: 
(11) 9648-60607



Categoria da experiência: 
Atenção à saúde da pessoa idosa no ambiente domiciliar

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Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br