Ano: 
2018
Categoria: 
Promoção da saúde da pessoa idosa (práticas corporais e atividades físicas, alimentação e nutrição, experiências inovadoras de educação em saúde etc.)
Região da Prática: 
Nordeste
Município: 
São Luís
Instituição Responsável: 
Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso - CAISI
Parceiros: 
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Coordenação da experiência: 
Paulo Sérgio França Costa
Telefone institucional: 
(98) 9997-43732
Email da coordenação: 
paulosergiofranacosta@gmail.com
Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
O que motivou a realização dessa experiência?: 
O problema da insegurança alimentar atinge parcela considerável da população brasileira e vem se agravando, em função do crescimento dos níveis de pobreza, do desemprego e dos baixos níveis salariais. Segundo o IBGE o Maranhão é considerado um dos estados com maiores percentuais de pessoas em situação de extrema pobreza, mais de 24% da população do estado ganham até R$ 70 por mês, conforme linha da pobreza extrema estipulada pelo governo federal. A implantação de hortas é uma alternativa viável e apropriada para a melhoria de vida dessas famílias, pois além de fornecer alimentos baratos e de boa qualidade pode auxiliar na formação de cidadãos mais conscientes da importância de práticas ecologicamente corretas para a preservação do nosso planeta além da satisfação de produzir seu próprio alimento. Uma produção voltada para a diversificação e utilização de recursos locais faz com que o acesso à alimentação de qualidade se torne realidade na vida de diversas famílias. A implementação de uma agricultura urbana agroecológica dentro das cidades, promoverá acesso à cidadania, a emancipação, autonomia e independência dos beneficiários. Com o avanço da medicina e com as melhorias nas condições de vida e alimentação a longevidade da população nos países desenvolvidos aumentou, havendo cada vez maior número de idosos, sendo que boa parte desses idosos possuem excelentes capacidades físicas e intelectuais, o que origina sentimentos de insatisfação por perda do estatuto profissional. A falta de atividade que lhes permitia a integração social e a falta de tempo e de recursos que as famílias têm para cuidá-los, faz com que sejam deixados, muitas vezes, ao abandono em suas casas ou colocados em lares. É preciso que haja uma reflexão, no sentido de buscar entender que o envelhecimento é um fenômeno natural que arrasta consigo diversas mudanças à nível do sistema músculo-esquelético, limitações ao nível de visão, audição, dentre outros. Só que ao mesmo tempo em que existem tais limitantes, é preciso que os idosos desenvolvam tarefas que lhes permitam ser úteis aos outros e a si mesmo, influenciando a satisfação da necessidade de se ocupar, tendo em vista a auto-satisfação. É neste sentido que surgem os Centros de Atenção Integral à Saúde do Idoso – CAISI’s, que visam proporcionar melhor qualidade de vida ao público envolvido, oferecendo serviços médicos, atividades físicas, sociais e culturais, bem como, atividades que possam ser fonte de renda, e que possam estar relacionadas à sustentabilidade ambiental. Desta forma, haverá a promoção da valorização do idoso na sociedade. A Horticultura é uma atividade multidinâmica, tendo em vista que requer cuidados diários relacionados ao manejo com as culturas: limpeza da área, regas continuas, adubação, cuidados com pragas e doenças, dentre outros. Portanto, percebe-se que é uma atividade bastante cabível àqueles que detém de tempo disponível, como os idosos, por exemplo. Mesmo em pequenas quantidades, plantar e cultivar ervas e temperos para depois utilizá-los, aumenta muito o prazer do consumo, sendo muito indicado para pessoas idosas.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo assistir e fomentar a implantação e acompanhamento de horta agroecológica como forma de melhoria da qualidade de vida, em especial, dos idosos e dos familiares do Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (CAISI), para que os mesmos possam ser disseminadores de ideias, através do acesso ao conhecimento científico elaborado e contextualizado com sua realidade, como estratégia de garantir o conhecimento que permita a produção de alimentos em casa ou na comunidade. A implantação de hortas agroecológicas, no cenário urbano e periurbano, é uma alternativa viável e apropriada para a melhoria de vida de todos aqueles envolvidos, pois além de fornecer alimentos baratos e de boa qualidade, pode auxiliar na formação de cidadãos mais conscientes da importância de práticas ecologicamente corretas para a preservação do nosso planeta, além da satisfação de produzir seu próprio alimento.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Assistir e fomentar horta agroecológica como forma de melhoria da qualidade de vida dos idosos , funcionários e familiares;
Conscientizar sobre a importância da agricultura agroecológica;
Promover orientação técnica aos participantes, funcionários e familiares para implantação de horta;
Cumprir com a finalidade sócio-ocupacional, integrando idosos, funcionários e familiares ao processo produtivo, a fim de garantir uma ocupação permanente e rentável, como condição fundamental para se sentirem vinculados ao seu meio social e econômico.
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
As atividades foram abertas ao público, sem restrição de gênero ou idade, contando-se com a presença não apenas dos idosos, mas dos funcionários do Centro e de familiares dos idosos.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Através de reunião diagnóstica, onde, apresentou-se o projeto aos idosos e, por conseguinte, seleção daqueles que sentiram interesse
Onde foi desenvolvida?: 
Este trabalho está sendo realizado no Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (CAISI), localizado no bairro do Filipinho, em São Luís – MA. À princípio, as intervenções serão locais, de modo a impactar os envolvidos. Posteriormente, espera-se que os idosos possam ser disseminadores de ideias, para que ocorra a externalização dos conhecimentos adquiridos e/ou compartilhados durante o andamento das atividades e diálogos.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Através de uma lista de interessados. A princípio, a lista foi feita apenas com o nome dos idosos, tendo em vista que eles são o público alvo. Mas, é válido ressaltar que o projeto é aberto à comunidade CAISI
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
50
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
Nos meses iniciais, contava-se com uma média de 20 idosos por atividade. Com o passar dos meses, ocorreram algumas desistências. Atualmente, conta-se com um público de 5 a 10 idosos por atividade.
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
15
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?: 
Um dos objetivos do projeto é cumprir com a finalidade sócio-ocupacional dos idosos. A Horticultura é uma atividade multidinâmica, necessitando-se de um manejo diário. Existem alguns protocolos que devem ser seguidos, como: capina, adubação, plantio, irrigação, dentre outros. Todas essas atividades demandam de zelo e dedicação. O intuito é fazer com que o idoso se ocupe e adquire prazer na execução dessas atividades, e que posteriormente possa disseminar e/ou compartilhar seus conhecimentos com as demais pessoas de seu convívio. A evasão dos idosos pode ter ocorrido justamente por conta desta demanda de manejo diário, o que pode ter gerado o desinteresse por parte de alguns. Outro ponto importante a ser ressaltado, é que quando se fala em agricultura orgânica, os resultados podem demorar, no mínimo, 45 - 60 dias (isso vai depender do ciclo de cada cultura). Este pode ter sido outro fator favorável às desistências.
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
Pautando-se na perspectiva Freireana, utiliza-se uma metodologia participativa e dialogada, levando-se em consideração que, para educar, é preciso ter um olhar atento para as práticas coletivas, cotidianas e comunitárias, justamente para que os conteúdos possam ser transmitidos, assimilados e reconstruídos continuamente. Na medida em que foram propostas as temáticas, os espaços foram abertos para adição de outros temas, melhorias ou considerações, dependendo da demanda do público. Antes da efetivação das atividades, ou, concomitantemente às mesmas, foram realizadas capacitações, oficinas e rodas de conversas com o público, no sentido de melhorar o processo ensino-aprendizagem. À princípio, foi feito todo um planejamento, no sentido de se fazer o reconhecimento da área e realizar as mensurações necessárias. Foram realizadas práticas de limpeza de área, levantamento de leira, canteiros e produção de mudas em vasos, bem como o estudo sobre tratos culturais e benefícios alimentares das culturas alimentares e medicinais como batata doce, vinagreira, macaxeira, couve, alface, coentro, melancia, taioba, quiabo, santa quitéria, capim limão, erva cidreira e babosa. Foi realizado o plantio de mudas de frutíferas.Todo o processo de implantação e andamento das atividades da Horta Agroecológica está sendo assistido por estudantes do curso de Agronomia e apoiados por toda a comunidade CAISI.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
- Terreno pedregoso; - Compactação; - Pouca espessura de camada arável; - Solo infértil; - Poucos pontos de água; - Pouca mão de obra, por conta de desistência de alguns idosos.
Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Para a sensibilização e mobilização da comunidade CAISI, ocorreu uma palestra inicial para apresentação do projeto, traçando-se todos os objetivos e metodologias utilizadas. Esta etapa se faz importante para seleção dos beneficiários, ou seja, daqueles que, de fato, tem alguma afinidade com a temática. Desta forma, foi possível a identificação e mobilização do público alvo e início de uma ação conjunta. Por se tratar de um ambiente urbano, o solo encontrado no CAISI apresentava-se compactado dada a presença de restos de construções e presença de pedras nas camadas superficiais. Diante do cenário encontrado, optou-se por trabalhar a estrutura do solo. O mesmo foi escarificado com auxílio de enxada e foi adicionada matéria orgânica na forma de esterco bovino curtido, disponibilizando, desta forma, estrutura e nutrição às plantas. Este tipo de cenário é típico de zonas urbanas. E importante que ocorra a (re) valorização de tais espaços como áreas destinadas a uma produção de alimentos para autoconsumo e eventuais excedentes para a comercialização. As capacitações, palestras e oficinas foram realizadas com materiais informativos (folhetos), que eram distribuídos entre os participantes. Durante todas essas intervenções, contou-se com um grande dinamismo e participação dos envolvidos (idosos, funcionários e familiares). Infere-se que, a participação é, essência, auto-promoção, existindo enquanto conquista processual, com processos participativos inegavelmente valiosos, que são construídos com as populações de maneira lenta e eficaz. Antes de qualquer intervenção prática, ou, concomitantemente à mesma, sempre houve o cuidado de se passar todas as informações pertinentes relacionadas às culturas que foram trabalhadas, como: semeadura, abertura de covas, adubação, tratos culturas, irrigação, benefícios, dentre outros. Os idosos são um público diferenciado, por trazerem consigo saberes acumulados. O conhecimento compartilhado ajuda a agregar e enriquecer o processo ensino-aprendizagem, pois, o cidadão deve estar no centro de qualquer atividade, e que todo conhecimento deve ser valorizado. Por mais carente ou marginalizada que a pessoa seja, carrega experiencias e qualidades, sendo capaz de contribuir para o bem comum. Numa perspectiva voltada para a realidade local, optou-se pelo levantamento de uma leira de batata-doce e, posterior semeadura em “canteiro sementeira” de: 2 variedades de alface (mimosa e crespa) e couve manteiga. Uma das dificuldades encontradas no manejo das culturas, era o acesso aos pontos de água, o que acarretou em problemas de déficit hídrico nas culturas, inviabilizando o plantio da folhosa alface, pois, estudos apontam que esta hortaliça é extremamente sensível às intempéries. A variedade de couve manteiga, conseguiu desenvolver-se bem, apesar das complicações, haja vista que a couve é uma planta bastante tolerante a fatores climáticos. As mudas de couve foram transplantadas para dois canteiros de chão, nas dimensões de 1,00 x 2,5m e com adubação de 1 saca de esterco bovino curtido/canteiro. Para maior aproveitamento do espaço útil dos canteiros e, visando maior diversificação da produção, foi feito o plantio de coentro e vinagreira no centro dos canteiros. A diversificação da produção se faz importante no que tange à experiencias urbanas em espaços limitados onde, geralmente, residem populações socialmente marginalizadas, para uma produção voltada ao autoconsumo, possibilitando o aumento da disponibilidade de alimentos e a diversificação da dieta das famílias. Além disso, o exercício da agricultura urbana vem permitindo que as famílias envolvidas fortaleçam seus laços de vida comunitária, condição indispensável para a emergência de estratégias coletivas para fazer frente aos riscos de insegurança alimentar e nutricional. Ainda partindo do princípio de um policultivo agroecológico e, para que os participantes pudessem trabalhar com culturas de fácil manejo, optou-se pelo plantio de mudas de quiabo em canteiro, e posterior plantio de mudas de medicinais. No ensejo, foi feita uma roda de conversa com idosos e funcionários sobre todos os benefícios, modo de uso e precauções do uso de medicinais no cotidiano, principalmente para o tratamento de enfermidades que acometem o público idoso, haja vista tem surgido cada vez mais métodos de terapia e de tratamentos com medicinais muito mais baratos e mais acessíveis para as populações de baixa renda. Foram plantadas mudas de santa quitéria, capim limão, erva cidreira e babosa. Por conta dos problemas estruturais do solo do CAISI e, por conta do período chuvoso na região, utilizou-se a metodologia de plantio de hortaliças em vasos, que é uma prática de uso cotidiano na agricultura urbana. É importante se observar o espaço e as potencialidades do local, justamente para que haja um melhor planejamento. Os mesmos autores destacam que deve-se olhar primeiro para o espaço físico, para a disponibilidade de áreas abertas ou de pequenos espaços que possam servir para plantio em recipientes ou vasos. Neste sentido, foi feito o plantio de mudas de cebolinha em vasos, juntamente com o plantio de mudas de João Gome e Taioba, consideradas plantas não-convencionais. A Taioba e o João Gome foram plantados no mesmo vaso, sendo que o João Gome foi plantado nas laterais do vaso. Também foi realizado o plantio de mudas de frutíferas (banana, abacate, romã, murici). Devido todas essas características ambientais e a rotina de tratos culturais optou-se por trabalhar também com as PANC’s, o que chamou bastante atenção do público envolvido, pois são plantas que requerem poucos cuidados e que podem ser facilmente inseridas no cultivo orgânico. Um dos maiores benefícios de poder cultivar seu próprio alimento, é que quando a produção da agricultura urbana é consumida pela população local, podendo até ser comercializada, grande parte das pessoas beneficia-se do consumo de alimentos frescos e saudáveis. Portanto, a agricultura urbana pode contribuir, de forma eficiente, para a segurança alimentar, bem como nutricional das pessoas.
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Capacitação dos idosos, funcionários e familiares
Cultivo Agroecológico, sem a utilização de insumos químicos e Agrotóxicos
Diversificação de produção, com o plantio de mais de 15 espécies de plantas
Valorização do trabalho do idoso. Horta como espaço sócio-ocupacional e terapêutico
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Estima-se que, foram atendidos cerca de 50 idosos, tendo em vista que as atividades estão ocorrendo a cerca de 1 ano, e que, as visitas ocorreram semanalmente. É preciso levar em consideração as desistências ao longo do projeto. Estima-se que houve uma queda na participação acima de 50%.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Sim
Com que frequência se reúne?: 
Semanalmente
Quais os pontos positivos da experiência?: 
- Aquisição de novos conhecimentos; - Troca de saberes com os idosos e equipe executora; - Estímulo ao trabalho em equipe; - Criação de vínculos afetivos.
Quais as limitações da experiência?: 
- Limitações à nível de solo, que acabaram por inviabilizar o aumento da área de plantio; - Escassez de pontos de água para irrigação das culturas; - Por conta da pouca mão de abra, não foi possível a confecção de uma escala de trabalho fixa.
2018
-
Nordeste
AGRICULTURA URBANA AGROECOLÓGICA: AÇÕES DESENVOLVIDAS NO CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO IDOSO (CAISI), SÃO LUÍS – MA
Introdução
O problema da insegurança alimentar atinge parcela considerável da população brasileira e vem se agravando, em função do crescimento dos níveis de pobreza, do desemprego e dos baixos níveis salariais. Segundo o IBGE o Maranhão é considerado um dos estados com maiores percentuais de pessoas em situação de extrema pobreza, mais de 24% da população do estado ganham até R$ 70 por mês, conforme linha da pobreza extrema estipulada pelo governo federal. A implantação de hortas é uma alternativa viável e apropriada para a melhoria de vida dessas famílias, pois além de fornecer alimentos baratos e de boa qualidade pode auxiliar na formação de cidadãos mais conscientes da importância de práticas ecologicamente corretas para a preservação do nosso planeta além da satisfação de produzir seu próprio alimento. Uma produção voltada para a diversificação e utilização de recursos locais faz com que o acesso à alimentação de qualidade se torne realidade na vida de diversas famílias. A implementação de uma agricultura urbana agroecológica dentro das cidades, promoverá acesso à cidadania, a emancipação, autonomia e independência dos beneficiários. Com o avanço da medicina e com as melhorias nas condições de vida e alimentação a longevidade da população nos países desenvolvidos aumentou, havendo cada vez maior número de idosos, sendo que boa parte desses idosos possuem excelentes capacidades físicas e intelectuais, o que origina sentimentos de insatisfação por perda do estatuto profissional. A falta de atividade que lhes permitia a integração social e a falta de tempo e de recursos que as famílias têm para cuidá-los, faz com que sejam deixados, muitas vezes, ao abandono em suas casas ou colocados em lares. É preciso que haja uma reflexão, no sentido de buscar entender que o envelhecimento é um fenômeno natural que arrasta consigo diversas mudanças à nível do sistema músculo-esquelético, limitações ao nível de visão, audição, dentre outros. Só que ao mesmo tempo em que existem tais limitantes, é preciso que os idosos desenvolvam tarefas que lhes permitam ser úteis aos outros e a si mesmo, influenciando a satisfação da necessidade de se ocupar, tendo em vista a auto-satisfação. É neste sentido que surgem os Centros de Atenção Integral à Saúde do Idoso – CAISI’s, que visam proporcionar melhor qualidade de vida ao público envolvido, oferecendo serviços médicos, atividades físicas, sociais e culturais, bem como, atividades que possam ser fonte de renda, e que possam estar relacionadas à sustentabilidade ambiental. Desta forma, haverá a promoção da valorização do idoso na sociedade. A Horticultura é uma atividade multidinâmica, tendo em vista que requer cuidados diários relacionados ao manejo com as culturas: limpeza da área, regas continuas, adubação, cuidados com pragas e doenças, dentre outros. Portanto, percebe-se que é uma atividade bastante cabível àqueles que detém de tempo disponível, como os idosos, por exemplo. Mesmo em pequenas quantidades, plantar e cultivar ervas e temperos para depois utilizá-los, aumenta muito o prazer do consumo, sendo muito indicado para pessoas idosas.
Objetivos
Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo assistir e fomentar a implantação e acompanhamento de horta agroecológica como forma de melhoria da qualidade de vida, em especial, dos idosos e dos familiares do Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (CAISI), para que os mesmos possam ser disseminadores de ideias, através do acesso ao conhecimento científico elaborado e contextualizado com sua realidade, como estratégia de garantir o conhecimento que permita a produção de alimentos em casa ou na comunidade. A implantação de hortas agroecológicas, no cenário urbano e periurbano, é uma alternativa viável e apropriada para a melhoria de vida de todos aqueles envolvidos, pois além de fornecer alimentos baratos e de boa qualidade, pode auxiliar na formação de cidadãos mais conscientes da importância de práticas ecologicamente corretas para a preservação do nosso planeta, além da satisfação de produzir seu próprio alimento.
Metas
  1. Assistir e fomentar horta agroecológica como forma de melhoria da qualidade de vida dos idosos , funcionários e familiares;
  2. Conscientizar sobre a importância da agricultura agroecológica;
  3. Promover orientação técnica aos participantes, funcionários e familiares para implantação de horta;
  4. Cumprir com a finalidade sócio-ocupacional, integrando idosos, funcionários e familiares ao processo produtivo, a fim de garantir uma ocupação permanente e rentável, como condição fundamental para se sentirem vinculados ao seu meio social e econômico.
Público alvo
As atividades foram abertas ao público, sem restrição de gênero ou idade, contando-se com a presença não apenas dos idosos, mas dos funcionários do Centro e de familiares dos idosos.
Divulgação
Através de reunião diagnóstica, onde, apresentou-se o projeto aos idosos e, por conseguinte, seleção daqueles que sentiram interesse
Número de participantes
15
Atividades
Pautando-se na perspectiva Freireana, utiliza-se uma metodologia participativa e dialogada, levando-se em consideração que, para educar, é preciso ter um olhar atento para as práticas coletivas, cotidianas e comunitárias, justamente para que os conteúdos possam ser transmitidos, assimilados e reconstruídos continuamente. Na medida em que foram propostas as temáticas, os espaços foram abertos para adição de outros temas, melhorias ou considerações, dependendo da demanda do público. Antes da efetivação das atividades, ou, concomitantemente às mesmas, foram realizadas capacitações, oficinas e rodas de conversas com o público, no sentido de melhorar o processo ensino-aprendizagem. À princípio, foi feito todo um planejamento, no sentido de se fazer o reconhecimento da área e realizar as mensurações necessárias. Foram realizadas práticas de limpeza de área, levantamento de leira, canteiros e produção de mudas em vasos, bem como o estudo sobre tratos culturais e benefícios alimentares das culturas alimentares e medicinais como batata doce, vinagreira, macaxeira, couve, alface, coentro, melancia, taioba, quiabo, santa quitéria, capim limão, erva cidreira e babosa. Foi realizado o plantio de mudas de frutíferas.Todo o processo de implantação e andamento das atividades da Horta Agroecológica está sendo assistido por estudantes do curso de Agronomia e apoiados por toda a comunidade CAISI.
Resultados
Para a sensibilização e mobilização da comunidade CAISI, ocorreu uma palestra inicial para apresentação do projeto, traçando-se todos os objetivos e metodologias utilizadas. Esta etapa se faz importante para seleção dos beneficiários, ou seja, daqueles que, de fato, tem alguma afinidade com a temática. Desta forma, foi possível a identificação e mobilização do público alvo e início de uma ação conjunta. Por se tratar de um ambiente urbano, o solo encontrado no CAISI apresentava-se compactado dada a presença de restos de construções e presença de pedras nas camadas superficiais. Diante do cenário encontrado, optou-se por trabalhar a estrutura do solo. O mesmo foi escarificado com auxílio de enxada e foi adicionada matéria orgânica na forma de esterco bovino curtido, disponibilizando, desta forma, estrutura e nutrição às plantas. Este tipo de cenário é típico de zonas urbanas. E importante que ocorra a (re) valorização de tais espaços como áreas destinadas a uma produção de alimentos para autoconsumo e eventuais excedentes para a comercialização. As capacitações, palestras e oficinas foram realizadas com materiais informativos (folhetos), que eram distribuídos entre os participantes. Durante todas essas intervenções, contou-se com um grande dinamismo e participação dos envolvidos (idosos, funcionários e familiares). Infere-se que, a participação é, essência, auto-promoção, existindo enquanto conquista processual, com processos participativos inegavelmente valiosos, que são construídos com as populações de maneira lenta e eficaz. Antes de qualquer intervenção prática, ou, concomitantemente à mesma, sempre houve o cuidado de se passar todas as informações pertinentes relacionadas às culturas que foram trabalhadas, como: semeadura, abertura de covas, adubação, tratos culturas, irrigação, benefícios, dentre outros. Os idosos são um público diferenciado, por trazerem consigo saberes acumulados. O conhecimento compartilhado ajuda a agregar e enriquecer o processo ensino-aprendizagem, pois, o cidadão deve estar no centro de qualquer atividade, e que todo conhecimento deve ser valorizado. Por mais carente ou marginalizada que a pessoa seja, carrega experiencias e qualidades, sendo capaz de contribuir para o bem comum. Numa perspectiva voltada para a realidade local, optou-se pelo levantamento de uma leira de batata-doce e, posterior semeadura em “canteiro sementeira” de: 2 variedades de alface (mimosa e crespa) e couve manteiga. Uma das dificuldades encontradas no manejo das culturas, era o acesso aos pontos de água, o que acarretou em problemas de déficit hídrico nas culturas, inviabilizando o plantio da folhosa alface, pois, estudos apontam que esta hortaliça é extremamente sensível às intempéries. A variedade de couve manteiga, conseguiu desenvolver-se bem, apesar das complicações, haja vista que a couve é uma planta bastante tolerante a fatores climáticos. As mudas de couve foram transplantadas para dois canteiros de chão, nas dimensões de 1,00 x 2,5m e com adubação de 1 saca de esterco bovino curtido/canteiro. Para maior aproveitamento do espaço útil dos canteiros e, visando maior diversificação da produção, foi feito o plantio de coentro e vinagreira no centro dos canteiros. A diversificação da produção se faz importante no que tange à experiencias urbanas em espaços limitados onde, geralmente, residem populações socialmente marginalizadas, para uma produção voltada ao autoconsumo, possibilitando o aumento da disponibilidade de alimentos e a diversificação da dieta das famílias. Além disso, o exercício da agricultura urbana vem permitindo que as famílias envolvidas fortaleçam seus laços de vida comunitária, condição indispensável para a emergência de estratégias coletivas para fazer frente aos riscos de insegurança alimentar e nutricional. Ainda partindo do princípio de um policultivo agroecológico e, para que os participantes pudessem trabalhar com culturas de fácil manejo, optou-se pelo plantio de mudas de quiabo em canteiro, e posterior plantio de mudas de medicinais. No ensejo, foi feita uma roda de conversa com idosos e funcionários sobre todos os benefícios, modo de uso e precauções do uso de medicinais no cotidiano, principalmente para o tratamento de enfermidades que acometem o público idoso, haja vista tem surgido cada vez mais métodos de terapia e de tratamentos com medicinais muito mais baratos e mais acessíveis para as populações de baixa renda. Foram plantadas mudas de santa quitéria, capim limão, erva cidreira e babosa. Por conta dos problemas estruturais do solo do CAISI e, por conta do período chuvoso na região, utilizou-se a metodologia de plantio de hortaliças em vasos, que é uma prática de uso cotidiano na agricultura urbana. É importante se observar o espaço e as potencialidades do local, justamente para que haja um melhor planejamento. Os mesmos autores destacam que deve-se olhar primeiro para o espaço físico, para a disponibilidade de áreas abertas ou de pequenos espaços que possam servir para plantio em recipientes ou vasos. Neste sentido, foi feito o plantio de mudas de cebolinha em vasos, juntamente com o plantio de mudas de João Gome e Taioba, consideradas plantas não-convencionais. A Taioba e o João Gome foram plantados no mesmo vaso, sendo que o João Gome foi plantado nas laterais do vaso. Também foi realizado o plantio de mudas de frutíferas (banana, abacate, romã, murici). Devido todas essas características ambientais e a rotina de tratos culturais optou-se por trabalhar também com as PANC’s, o que chamou bastante atenção do público envolvido, pois são plantas que requerem poucos cuidados e que podem ser facilmente inseridas no cultivo orgânico. Um dos maiores benefícios de poder cultivar seu próprio alimento, é que quando a produção da agricultura urbana é consumida pela população local, podendo até ser comercializada, grande parte das pessoas beneficia-se do consumo de alimentos frescos e saudáveis. Portanto, a agricultura urbana pode contribuir, de forma eficiente, para a segurança alimentar, bem como nutricional das pessoas.

Ficha técnica

Município:
São Luís
Instituição Responsável:
Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso - CAISI
Coordenação da experiência:
Paulo Sérgio França Costa
Email da coordenação:
paulosergiofranacosta@gmail.com
Telefone institucional:
(98) 9997-43732
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
Promoção da saúde da pessoa idosa (práticas corporais e atividades físicas, alimentação e nutrição, experiências inovadoras de educação em saúde etc.)
Parceiros:
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Telefone: (61) 3315-6226
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