2017
-
Nordeste
ESQUADRÃO ANTIQUEDAS: “ME SEGURA QUE SENÃO EU CAIO” PROJETO CAIR DE MADURO NO DOMICÍLIO

INTRODUÇÃO

A experiência nasceu dentro do projeto Cair de Maduro só Fruta após a constatação pela equipe que mesmo com toda a ação educativa de prevenção de quedas que vem sendo desenvolvida desde abril de 2015, os idosos continuam a cair. Após a informação do índice de quedas trazidas pelos ACS foi criado um instrumento para registro das quedas e seu contexto.  Ao avaliar o instrumento percebeu-se que os que estavam caindo são os que não participam de atividades educativas e físicas na UBS. Surge uma inquietação na equipe: Que estratégia  usar para alcançar esses usuários? Após uma série de reflexões nasce o “Esquadrão Antiquedas” em uma reunião da equipe 188 da ESF ( território do Poti Velho), no mês de abril de 2017, período das chuvas no município e de aumento da prevalência de quedas. Aliado ao evento das chuvas, a avenida principal do bairro Poti Velho, passou a ser acesso a várias regiões da cidade, o que aumentou consideravelmente o fluxo de veículos, que desrespeitam a sinalização e principalmente a faixa  de pedestres, o que possibilitou atropelamentos (05 casos de janeiro a agosto de 2017), todos com idosos inclusive com 2 vítimas fatais. Como consequência os mesmos reduziram suas idas e vindas a UBS e suas atividades, o que os tornaram mais susceptíveis às quedas.  O território assistido pela UBS tem predomínio de idosos (946 assistidos pelas 3 equipes). É o bairro mais antigo, existia antes mesmo da Fundação da capital. A maior e principal causa de morte de idosos em Teresina são as quedas, por isso o pacto de 2006 no município  optou por redução de quedas em idosos. Conhecedores dessa triste estatística, aliada a nossa percepção de que não basta só atividades educativas era preciso uma ação mais incisiva, com a participação da família daí o esquadrão. Para amenizar o tom imperativo, autoritário e policial do nome Esquadrão Antiquedas, que nos remontaria a guerra sanitarista, complementou-se com o “ Me segura que senão eu Caio”. na alusão dos idosos nos clamando por ajuda para ambientes seguros e qualidade de vida.

OBJETIVOS

O objetivo principal é reduzir o número de quedas em idosos do território assistido pela UBS, e sensibilizar família  e cuidadores para a existência de fatores de risco para quedas no domicílio e assim provocar adequações das moradias.

Tornar acessível aos idosos acamados e domiciliados as estratégias de Educação em Saúde abordadas na UBS.

PÚBLICO-ALVO

A curto prazo os usuários são idosos que sofreram quedas em 2017, do sexo feminino com doenças crônicas. A longo prazo o projeto pretende visitar os 926 idosos assistidos pela UBS independente de sexo e de serem portador de doenças crônicas

DIVULGAÇÃO

Foi divulgada pelos ACS, nas rodas de conversa do corredor, enfermeira, preceptoras e alunos. Divulgação pelo NASF e equipe de acolhimento da UBS

ATIVIDADES

A primeira iniciativa foi registrar num caderno o nome de todos os idosos que tinham caído; nesse registro consta o contexto da queda, ou seja, onde e como  aconteceu? Foi durante o dia ou noite? O que estava sentindo no momento anterior a queda?

A segunda iniciativa foi a confecção de um folder para ser lido junto com as famílias e a elaboração de um portfólio com imagens e gravuras de soluções passíveis de serem feitas  para tornar o domicílio adequado com risco mínimo para quedas. Nessa etapa foi feito pesquisa de preço dos materiais como bengalas, andadores, barras de apoio, suporte para vaso sanitário de plástico, de cimento revestido de cerâmica. Barras de ferro, de inox, de PVC e fitas adesivas antiderrapantes, de maneira que facilitasse para as famílias. Participaram a enfermeira da equipe 188, educadora física e fisioterapeutas do NASF.

Foi estudado também um Chek list para risco de quedas no domicílio ,retirado de um Trabalho de conclusão de curso (TCC) de Cláudia Mara  de Souza Palhares, com a temática de Prevenção de quedas em pessoas idosas: “Um instrumento de avaliação do ambiente domiciliar”. Foi acrescentado a este instrumento outras questões que os profissionais acharam relevantes como uma pequena avaliação funcional.

A terceira etapa que ainda está acontecendo ( pois  são 946 idosos a serem visitados), é visita domiciliar com enfermeira, técnica de enfermagem ,Agentes Comunitários de Saúde, fisioterapeutas, educador físico, assistente social e demais profissionais do NASF  nas casas dos idosos que já tinham sofrido mais de uma queda listados pelas equipes. Conta- se com a parceria dos alunos de enfermagem de uma faculdade privada que no momento estagiam na UBS.

No momento da visita os demais profissionais avaliam segundo o chek  list a presença de riscos para queda no domicílio, enquanto as fisioterapeutas observam estado de consciência, atividades de vida diária, marcha e equilíbrio Em seguida senta- se com os familiares, apresenta-se o risco encontrado e reflete-se nas várias possibilidades de modificação e adequação do domicílio. Nesse momento são apresentados o portfólio e as lojas com preços mais acessíveis.

 EQUIPE

A equipe conta com 15 profissionais, que são eles: 2 enfermeiras, 1 técnica em enfermagem, 6 agentes comunitários de saúde, 1 psicóloga, 1 assistente social, 1 nutricionista, 1 profissional de educação física e 2 fisioterapeutas. As fisioterapeutas são responsáveis pela avaliação da locomoção, marcha e equilíbrio. Os demais profissionais fazem avaliação dos fatores de risco para quedas no domicílio e uma superficial avaliação funcional e cognitiva. Todos os profissionais envolvidos realizam a parte educativa na leitura do folder com medidas preventivas e apreciação do portfólio com imagens alternativas para adaptação domiciliar.

EQUIPAMENTOS

Utiliza-se na experiência recursos e materiais da própria UBS, como papel A4, cartuchos de tintas, impressoras, internet, carro do NASF, doações dos alunos.  Esses recursos são provenientes da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e não foi acrescentado nenhum custeio a mais para a FMS

RESULTADOS

O resultado à curto prazo, está sendo adequação de alguns domicílios por parte das famílias. Tem famílias que já modificou tudo que foi sugerido; outras que a cada mês com o provimento da aposentadoria ou benefício adapta um cômodo. Percebe-se uma sensibilização de todos, um interesse em proporcionar um ambiente seguro aos seus idosos.

 Como resultado já alcançado foi firmada uma parceria com o curso de fisioterapia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) que uma vez por semana realiza atendimento individual com idosos identificados pela equipe com dificuldades de locomoção. Para isso a família se compromete a transporta-los até a UBS.

Manutenção do grupo de exercícios Funcionais duas vezes por semana pela educadora física e fisioterapeutas do NASF garantido a manutenção da funcionalidade dos idosos e assim reduzindo riscos de quedas e melhorando qualidade de vida.

 Como resultado que acontece de forma simultânea a todas as etapas ocorre a apresentação do Projeto Cair de Maduro só Fruta: Esquadrão Antiquedas” Me segura que senão eu caio” em Universidades, igrejas, grupos de idosos, espaços públicos e privados e mídia televisiva chamando toda a sociedade para o debate: Que cidade estamos construindo para um país que está envelhecendo?

Ficha técnica


Município: 
TERESINA

Instituição Responsável: 
FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE (FMS)



Coordenação da experiência: 
NANCY NAY LEITE DE ARAÚJO LOIOLA BATISTA

Email da coordenação: 

Telefone institucional: 
086-3215-9170



Categoria da Experiência: 
Prevenção de doenças e agravos em pessoas idosas (quedas, violência, suicídio, doenças crônicas não transmissíveis, uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas; acidentes de trânsito, saúde sexual e prevenção à ISTs/HIV-Aids e hepatites virais, etc.)

> Conheça todas as experiências inscritas de 2020
> Conheça todas as experiências inscritas de 2021

Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br