INTRODUÇÃO

Nosso país está envelhecendo, o modelo de pirâmide etária que conhecemos se tornará defasado nas próximas décadas e nossa sociedade não está preparada para atender com dignidade às necessidades da terceira idade. E é dentro deste panorama social que o esporte vem desempenhar o importante papel de nos fazer refletir e agir. Em acordo com Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (Portaria GM/MS n° 2528/2006), e suas particularidades do Cuidado à Pessoa idosa no que diz respeito a qualidade de vida relacionada a capacidade funcional , promover ações de manutenção da autonomia  e independência, a prática esportiva adaptada a pessoas acima de 60 anos nos despertou ser fundamental e instigante para essa manutenção. Movimentar-se é uma necessidade para espantar o sedentarismo, conhecer e praticar esportes para idosos torna-se ainda mais importante. Com a chegada da terceira idade, percebeu-se que os idosos de Rio do Sul estavam diminuindo as suas interações em atividades esportivas, bem como sua capacidade física do corpo humano, o qual sofre muitas alterações. A redução da resistência e da força muscular são algumas delas, porém, além dos aspectos à saúde física, o atributo de maior relevância foi, o “Mental e Psicológico” evitando a ansiedade e a depressão, pois promove a integração com outras pessoas, evitando o isolamento. Enfim, por acreditar que o requisito fundamental para uma boa velhice é a preservação do potencial para o desenvolvimento do indivíduo e, que este pode ser estimulado e aprimorado dentro dos limites de plasticidade individual permitida pela idade e estabelecida por condições individuais de saúde, estilo de vida e educação, é que se enquadra uma proposta de atuação como esta, a conquista da longevidade, da velhice bem-sucedida com verdadeira qualidade de vida. E isso foi motivo para nos sensibilizar e não nos acomodar, e utilizar essa bela ferramenta "esporte", a fim de trazer nossos “estimados idosos” para o ginásio de esportes para praticar o Vôlei Câmbio (vôlei segurado) e fazer valer a frase “Vamos Sair do Sofá”.

OBJETIVOS

- Propor através do Vôlei adaptado atividades físicas com as reais necessidades dos idosos, favorecendo desta forma, a melhora da autoestima, do equilíbrio, da destreza motora, levando-os a ter mais confiança nas suas potencialidades;

- Provocar através desse esporte, atividades estimulantes e desafiantes a socialização e a autoconfiança diante de suas capacidades, proporcionando novo ânimo para bem viver.

- Promover momentos de descontração, de interação entre grupos, de desinibição, de socialização entre pares realizados de forma prazerosa, com atividades interessantes, desafiantes e que levam a novas descobertas.

- Minimizar os efeitos negativos que a senilidade causa no idoso, visando a melhora da qualidade de vida, o bem-estar físico, social e emocional dos indivíduos.

- Promover a interação no esporte adaptado entre avós e netos;

- Vincular comunidade e secretarias: da Saúde e do Bem-Estar Social, resgatando os papéis de produtora do autocuidado e sensora de problemas de saúde pública e sociais desta.

PÚBLICO-ALVO

Os idosos possuem formação de ensino fundamental ao médio, 61% de mulheres e 39% de homens; idade de 42 anos a de 80 anos; independentes; participam de outros grupos; sua saúde foi avaliada como boa através de atestado médico de liberação.

DIVULGAÇÃO

Redes sociais  - Convites formais nos grupos de idosos já existentes  - Boca-boca entre os participantes do grupo.

ATIVIDADES

A Atividade se resume em: Reunir o grupo todas as 3ª e 6ª feiras no período matutino, horário das 08h às 09h30min, os idosos se reúnem no ginásio municipal de esportes para a prática do Vôlei Cambio ou vôlei adaptado como conhecido. As atividades realizadas são todas dentro do contexto do esporte citado, sendo trabalhadas na maior parte dos encontros de forma lúdica e progressiva, sempre respeitando os princípios da individualidade biológica de cada cidadão. Praticas corporais, exercícios para aprimorar a técnica e tática do jogo, atividades para memória, fortalecimento muscular e equilíbrio corporal são alguns dos aspectos trabalhados, entretanto, dá-se ênfase também para a boa conversa, as histórias contadas, as comemorações de cada ponto e boas risadas inclusive dos próprios erros, falhas e trapalhadas durante o jogo e nas brincadeiras, e esses últimos citados são os que fazem ter uma maior sensação de bem estar geral, e consequentemente sentir- se mais feliz. O grupo ainda se reúne também para participar de ações comunitárias realizadas pelo município.

EQUIPE

- Número de Pessoas: 01

- Profissão: Profissional de Educação Física.

- Função: Responsável pela organização e planejamento das atividades propostas / treinamento técnico e tático, e práticas corporais, recreações e eventos.

EQUIPAMENTOS

- 01 Ginásio de Esportes = cedido pela Fundação M. Desportos.

- 05 bolas de vôlei = cedido pela Fundação M. Desportos.

- 01 rede de Vôlei = cedido pela Fundação M. Desportos.

- 01 Computador = Secretaria de Saúde.

- 01 impressora = Secretaria de Saúde.

- canetas/papéis = Secretaria de Saúde.

RESULTADOS

O projeto está em fase de “andamento” e necessita de continuidade, devido sua influência benéfica na vida dos participantes, sendo visíveis algumas melhorias nos aspectos físicos, psicológicos e sociais, principalmente no que se trata a respeito da interação e autoestima dos idosos.

Ao longo das aulas, foi constatado que houve uma melhoria nas relações sociais. Os participantes do projeto relataram que obtiveram novas amizades e uma melhor interação social, tanto entre as pessoas do grupo, como entre as pessoas que os cercam diariamente, melhorando sua socialização integralmente. Ao se perguntar se eles haviam percebido mudanças físicas e de saúde durante o programa, a maioria respondeu que sentiu perda de peso, diminuição das dores ósteo-musculares, aumento da flexibilidade, aumento da força muscular, coordenação, equilíbrio e mais disposição para as atividades diárias. Assim, podemos perceber que as atividades propostas já trazem uma melhoria no bem-estar, autoestima e socialização dos idosos.

No que diz respeito à frequência especificamente em atividades recreativas, ainda são escassas as pesquisas neste sentido, uma vez que o fator considerado mais relevante refere-se a alcançar os objetivos advindos com a sua prática e não necessariamente quantas sessões semanais são realizadas. De acordo com Iwanowicz (2000), a participação em atividades de lazer entre indivíduos idosos tem importante função de suporte social à medida que envolve o desenvolvimento de novas habilidades, experiências e conhecimentos, fatores estes culminantes para possibilitar uma autorrealização pessoal. Um estudo qualitativo objetivou identificar aspectos emocionais na percepção de idosos, na adesão a vivências no lazer, sendo que os dados coletados mostram recorrências de crescimento positivo como a relação interpessoal e o respeito mútuo, a contemplação, a sensação de harmonia com a natureza, o elemento lúdico, entre outros, também responsáveis pelo vínculo afetivo do grupo em foco (GÁSPARI e SCHWARTZ, 2005). Sobre isso, Gomes e Pinto (2006) esclarecem que há necessidades de investimentos no campo do lazer, requerendo um maior investimento na criação de políticas e programas (públicos e privados) para os idosos, sem deixar de apoiar e desenvolver os projetos já existentes, considerando as questões empreendedoras e de autonomia destes indivíduos.

Em resumo, os resultados até agora observados neste trabalho indicam que os idosos frequentadores do projeto Vôlei Cambio da cidade de Rio do Sul-SC apresentam uma concepção acerca das atividades recreativas condizente com a literatura existente, bem como percebem os diversos benefícios proporcionados com a sua prática. Espera-se que no decorrer do projeto sejam alcançados os resultados e cumpridos 100% das metas inicialmente propostas, e assim, utilizados para a conscientização e promoção de atividades recreativas voltadas aos idosos, além do intuito deste trabalho em destacar a importância da prática de tais atividades para a manutenção da saúde física, mental e social destes indivíduos.

Outra fator que destacou que estamos no caminho para bons resultados foi :Uma pesquisa do IBGE a qual foi destaque no Jornal Nacional (Link da reportagem abaixo) realizada pelo INSTITUTO DE LONGEVIDADE MONGERAL AEGON apontou em maio de 2017 os Índices de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, destacando as melhores cidades brasileiras pequenas para melhor se viver após os 60 anos. Entre as cidades brasileiras de até 100 mil habitantes Rio do Sul aparece em 9ª lugar. A Pesquisa destacou o esporte “ Vôlei Câmbio” como uma das atividades de preferência dos idosos em Rio do Sul, a qual a utilizam como instrumento e meio da melhora da qualidade de vida, mas também outros fatores somaram para atingir a presente colocação, tais como: melhor distribuição de renda, tem um bom número de psicólogos, enfermeiros e unidades de saúde com atendimento ambulatorial, é uma das que mais contribui para a previdência social e uma das com menor população classificada como de baixa renda. Através dessas mudanças e melhoras na qualidade de vida quais são notórias e observadas no decorrer da experiência, tem-se tomado todo cuidado com a atenção a pessoa idosa, como dispõe a Lei 8.842 sobre a Política Nacional do Idoso que abarca áreas fundamentais como saúde, previdência, educação, família, moradia, cultura, esporte e lazer. Cuidado esse, de forma a planejar novas ações como de ampliação do projeto, sempre revendo os métodos de trabalho a fim de atingir um maior número de idosos sem deixar de lado a preocupação com a qualidade e humanização dos serviços e atendimentos.