Ano:
2019
Categoria:
Organização da atenção à saúde da pessoa idosa na Rede de Atenção à Saúde (implementação de linha de cuidado, regulação, fluxos, etc.)
Região da Prática:
Sul
Município:
Curitiba
Instituição Responsável:
Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba
Coordenação da experiência:
Marcia Cecília Huçulak, Juliano Gevaerd, Ivete Berkenbrock, Clovis Cechinel
Telefone institucional:
(04) 1335-09430
Email da coordenação:
iberkenbrock@sms.curitiba.pr.gov.br
Qual a esfera da experiência?:
Grupo B - Municípios
O que motivou a realização dessa experiência?:
O município de Curitiba atento a necessidade de politicas públicas que contemplasse as especificidades e necessidades da pessoa idosa vem trabalhando na implementação da RASPI considerando a atenção ao idoso uma das prioridades da gestão. Segundo estimativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social de 2018, o município conta com 281.000 pessoas com idade igual ou acima de 60 anos, o que representa 14,8% da população, destes, 29.511 com idade superior a 80 anos.
Conhecer apenas dados como a idade e o número de doenças não agrega possibilidade de maior compreensão da situação de saúde e capacidade funcional do idoso. O envelhecimento é heterogêneo, razão pela qual, se torna importante a estratificação dos riscos e a avaliação de vulnerabilidade a desfechos adversos, como declínio funcional, quedas, internação hospitalar, institucionalização e óbito.
O instrumento de rastreio utilizado foi o Indice de Vulnerabilidade Clinico Funcional (IVF-20), da linha guia saúde do idoso do Paraná, que contempla aspectos multidimensionais da condição de saúde do idoso, sendo constituído por 20 questões distribuídas em oito seções: idade (1 questão), auto percepção da saúde (1 questão), incapacidades funcionais (4 questões), cognição (3 questões), humor (2 questões), mobilidade (6 questões), comunicação (2 questões) e comorbidades múltiplas (1 questão). Cada seção tem pontuação específica que perfazem um valor máximo de 40 pontos. Quanto mais alto o valor obtido, maior é o risco de vulnerabilidade clínico-funcional do idoso.
Os profissionais de saúde no Brasil tendem a considerar a pessoa idosa como frágil baseando-se em sua aparência geral ou na presença de múltiplas doenças ou comorbidades, razão pela qual se torna imprescindível a aplicação de instrumentos para avaliação da vulnerabilidade a fragilidade.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?:
Organizar a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa
Estratificar a vulnerabilidade para fragilidade, através do mapeamento do número de pessoas idosas com idade igual ou superior a 80 anos no município de Curitiba
Estruturar o modelo de Ambulatório Multidimensional com equipe multiprofissional em pelo menos dois pontos de atenção dentro do Município, com encaminhamento direto para os idosos frágeis pelo Profissional Educador Físico
Instrumentalizar a Atenção Primária nos cuidados com o envelhecimento
Determinar a competência dos pontos de Atenção no atendimento ao idoso, promover auto cuidado apoiado na população senescente
Determinar os fluxos de atendimento para os idosos estratificados dentro da RAS, de acordo com os três níveis de vulnerabilidade encontrados, a saber:
• para idosos robustos, orientações de manutenção ou adoção de estilo de vida saudáveis e uma consulta anual com médico e enfermeiro;
• para idosos pré-frágeis, orientações de manutenção ou adoção de estilo de vida saudáveis, agendamento de duas consultas anuais com médico e enfermagem e encaminhamentos para o NASF se necessário;
• para os idosos frágeis, agendamento pelo próprio profissional Educador Físico (PEF) no sistema e-saúde para ambulatório multidimensional com equipe multiprofissional. Após a avaliação multidimensional, redirecionar o plano de cuidados (PC) para o PEF que dá os encaminhamentos necessários.
A proposta teve a intenção de organizar a RASPI com a estratificação dos idosos em vulnerabilidade para fragilidade e dar os devidos encaminhamentos de acordo com a complexidade clínica.
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?:
Idosos com idades igual e ou superior a 80 anos
De que forma a experiência foi divulgada ao público?:
Busca ativa dos idosos cadastrados nas 111 Unidades de Atenção Primária em Saúde.
Onde foi desenvolvida?:
Realizada no município de Curitiba, dentro das 111 Unidades de Atenção Primária em Saúde.
Como os idosos foram selecionados para participar?:
Pela faixa etária
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?:
29551
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?:
Nos primeiros 6 meses foram avaliados 3.376 idosos, com objetivo de atender 10.000 idosos ano 2019
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?:
29551
Qual o principal motivo da saída dos idosos nas atividades da experência? Porque deixaram de participar?:
Não se aplica.
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas:
Treinamento dos profissionais de educação física para aplicação do instrumento
Acolhimento do usuário na UBS para aplicação dos testes.
Encaminhamentos do usuário de acordo com a categorização
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.:
Absenteísmo do idoso nas avaliações agendadas.
Quais foram os resultados observados depois da implementação?:
No período dezembro/18 a maio/19 foram avaliados 3.376 idosos acima de 80anos, sendo destes 32,12% frágeis, 36,13% pré frágeis e 31,75% não frágeis. As estratificações foram realizadas nas 111 Unidades de Atenção Primária dos 10 Distritos ,com variação de 0,40% a 51,27% da população/distrito. Observou-se grande prevalência de polifármacia 38,81% e de internamentos recentes 11,10%.
Os pacientes categorizados como frágeis foram encaminhados aos Ambulatórios de Avaliação Multidimensional e os pré-frágeis passaram a ser acompanhados com maior frequência na Atenção Primária. A condição de vulnerabilidade é potencialmente reversível, sendo importante o direcionamento destes pacientes para equipes de saúde com um olhar geriátrico-gerontológico.
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.:
Organização da RASPI, com definição dos fluxos de encaminhamento dentro dos pontos de atenção na RAS e estruturação do modelo de 2 Ambulatórios de Avaliação Multidimensional com Equipe Multiprofissional
Melhora da qualidade do cuidado prestado com fortalecimento das ações da Atenção Primária em Saúde
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?:
Sim
Com que frequência se reúne?:
Semanalmente
Quais os pontos positivos da experiência?:
Organização da RASPI-Curitiba
Mapeamento da condição de vulnerabilidade da pessoa idosa 80+ no município de Curitiba
Definição de fluxos dentro da RASPI ás categorias robusto, pré frágil e frágil
Estruturação do modelo de 2 Ambulatórios de Avaliação Multidimensional com Equipe Multiprofissional
Quais as limitações da experiência?:
Absenteísmo dos usuários
2019
-
Sul
Organização da Rede de Atenção a Saúde da Pessoa Idosa Município de Curitiba-PR (RASPI-Curitiba)
Introdução
O município de Curitiba atento a necessidade de politicas públicas que contemplasse as especificidades e necessidades da pessoa idosa vem trabalhando na implementação da RASPI considerando a atenção ao idoso uma das prioridades da gestão. Segundo estimativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social de 2018, o município conta com 281.000 pessoas com idade igual ou acima de 60 anos, o que representa 14,8% da população, destes, 29.511 com idade superior a 80 anos.
Conhecer apenas dados como a idade e o número de doenças não agrega possibilidade de maior compreensão da situação de saúde e capacidade funcional do idoso. O envelhecimento é heterogêneo, razão pela qual, se torna importante a estratificação dos riscos e a avaliação de vulnerabilidade a desfechos adversos, como declínio funcional, quedas, internação hospitalar, institucionalização e óbito.
O instrumento de rastreio utilizado foi o Indice de Vulnerabilidade Clinico Funcional (IVF-20), da linha guia saúde do idoso do Paraná, que contempla aspectos multidimensionais da condição de saúde do idoso, sendo constituído por 20 questões distribuídas em oito seções: idade (1 questão), auto percepção da saúde (1 questão), incapacidades funcionais (4 questões), cognição (3 questões), humor (2 questões), mobilidade (6 questões), comunicação (2 questões) e comorbidades múltiplas (1 questão). Cada seção tem pontuação específica que perfazem um valor máximo de 40 pontos. Quanto mais alto o valor obtido, maior é o risco de vulnerabilidade clínico-funcional do idoso.
Os profissionais de saúde no Brasil tendem a considerar a pessoa idosa como frágil baseando-se em sua aparência geral ou na presença de múltiplas doenças ou comorbidades, razão pela qual se torna imprescindível a aplicação de instrumentos para avaliação da vulnerabilidade a fragilidade.
Objetivos
Organizar a Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa
Estratificar a vulnerabilidade para fragilidade, através do mapeamento do número de pessoas idosas com idade igual ou superior a 80 anos no município de Curitiba
Estruturar o modelo de Ambulatório Multidimensional com equipe multiprofissional em pelo menos dois pontos de atenção dentro do Município, com encaminhamento direto para os idosos frágeis pelo Profissional Educador Físico
Instrumentalizar a Atenção Primária nos cuidados com o envelhecimento
Determinar a competência dos pontos de Atenção no atendimento ao idoso, promover auto cuidado apoiado na população senescente
Determinar os fluxos de atendimento para os idosos estratificados dentro da RAS, de acordo com os três níveis de vulnerabilidade encontrados, a saber:
• para idosos robustos, orientações de manutenção ou adoção de estilo de vida saudáveis e uma consulta anual com médico e enfermeiro;
• para idosos pré-frágeis, orientações de manutenção ou adoção de estilo de vida saudáveis, agendamento de duas consultas anuais com médico e enfermagem e encaminhamentos para o NASF se necessário;
• para os idosos frágeis, agendamento pelo próprio profissional Educador Físico (PEF) no sistema e-saúde para ambulatório multidimensional com equipe multiprofissional. Após a avaliação multidimensional, redirecionar o plano de cuidados (PC) para o PEF que dá os encaminhamentos necessários.
A proposta teve a intenção de organizar a RASPI com a estratificação dos idosos em vulnerabilidade para fragilidade e dar os devidos encaminhamentos de acordo com a complexidade clínica.
Público alvo
Idosos com idades igual e ou superior a 80 anos
Divulgação
Busca ativa dos idosos cadastrados nas 111 Unidades de Atenção Primária em Saúde.
Número de participantes
29551
Atividades
Treinamento dos profissionais de educação física para aplicação do instrumento
Acolhimento do usuário na UBS para aplicação dos testes.
Encaminhamentos do usuário de acordo com a categorização
Resultados
No período dezembro/18 a maio/19 foram avaliados 3.376 idosos acima de 80anos, sendo destes 32,12% frágeis, 36,13% pré frágeis e 31,75% não frágeis. As estratificações foram realizadas nas 111 Unidades de Atenção Primária dos 10 Distritos ,com variação de 0,40% a 51,27% da população/distrito. Observou-se grande prevalência de polifármacia 38,81% e de internamentos recentes 11,10%.
Os pacientes categorizados como frágeis foram encaminhados aos Ambulatórios de Avaliação Multidimensional e os pré-frágeis passaram a ser acompanhados com maior frequência na Atenção Primária. A condição de vulnerabilidade é potencialmente reversível, sendo importante o direcionamento destes pacientes para equipes de saúde com um olhar geriátrico-gerontológico.