Ano: 
2018
Categoria: 
Organização da atenção à saúde da pessoa idosa na Rede de Atenção à Saúde (implementação de linha de cuidado, regulação, fluxos, etc.)
Região da Prática: 
Sul
Município: 
Curitiba
Instituição Responsável: 
Hospital do Idoso Zilda Arns
Parceiros: 
Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba
Coordenação da experiência: 
Elisangela Shiroma
Telefone institucional: 
(41) 3316-5900
Email da coordenação: 
pcoltro@feaes.curitiba.pr.gov.br
Qual a esfera da experiência?: 
Grupo B - Municípios
O que motivou a realização dessa experiência?: 
A busca da melhoria da qualidade de vida e de morte da população de idosos é crescente em nosso país e deve ser uma constante a ser perseguida e aprimorada. É neste contexto que está inserido o atendimento especializado em Cuidados Paliativos. Segundo a OMS “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio de prevenção e alivio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. O anseio em criar uma comissão de cuidados paliativos dentro do Hospital do Idoso Zilda Arns (Hiza) surgiu da vontade expressa dos profissionais envolvidos diretamente ou não nos cuidado dos pacientes, que se sentiam incomodados com a obstinação terapêutica e com o sofrimento dos pacientes internados com doenças crônicas sem perspectiva de cura, e também de acompanharem o sofrimento dos familiares envolvidos. Criar uma comissão de cuidados paliativos era de certa forma uma maneira de tentar ajudar esses pacientes e familiares a estarem amparados na vivencia deste processo. Diante deste cenário, e da necessidade de aprimorarmos nossos cuidados, criou-se uma comissão de cuidados paliativos para atender esta população de pacientes. Humanizar e especializar o cuidado visa uma melhor qualidade de atendimento no sistema público de saúde, e aos profissionais da área de saúde uma melhor compreensão e capacitação no entendimento do processo evolutivo de doenças crônicas e sem cura.
O que se esperava modificar ou realizar através da iniciativa?: 
Dentro deste objetivo a criação de uma comissão de cuidados paliativos no âmbito hospitalar preconiza identificar precocemente os pacientes candidatos a cuidados paliativos, atendê-los e a seus familiares de maneira uniforme e especializada, acompanhar e auxiliar o médico assistente no melhor controle dos sintomas e condução de intercorrências, realizar conferências familiares se for necessário, e ampliar e difundir o conhecimento sobre cuidados paliativos para toda a equipe de colaboradores desta instituição.
Descreva as metas para o desenvolvimento da experiência (de 1 a 4, no maximo): 
Uniformidade de ações voltadas aos pacientes em cuidados paliativos
Instituir uma comissão ativa para colaborar juntamente com a equipe assistencial na tomada de decisão, frente a pacientes com diagnóstico de doenças evolutivas e incuráveis
Tornar os tratamentos mais acertivos, focando no controle dos sintomas e alivio do sofrimento do paciente e seus familiares
Qual o perfil dos idosos envolvidos nessa experiência?: 
Pacientes com mais de 60 anos com diagnóstico de doenças progressivas e incuraveis ameaçadoras a vida.
De que forma a experiência foi divulgada ao público?: 
Através da portaria que criou a comissão, além de oficinas, workshops e rodas de conversa sobre o tema
Onde foi desenvolvida?: 
A ação teve inicio no Hospital do Idoso Zilda Arns, no município de Curitiba estado do Paraná e aos poucos esta se difundindo juntamente com o Programa Melhor em Casa Curitiba.
Como os idosos foram selecionados para participar?: 
Os idosos foram selecionadas baseados no diagnóstico clínico
Quantos idosos pretendiam alcançar com essa experiência?: 
100
Quantos idosos participaram da experiência, por ano de atividade?: 
79 pacientes
Ao final, ou até o momento, quantos idosos participaram da experiência?: 
121
Descreva detalhadamente como eram as atividades realizadas: 
Em concomitância com o inicio do atendimento da comissão, e para melhor capacitação dos colaboradores, as ações desenvolvidas pela comissão no começo do processo foram relacionadas á educação permanente em serviço. Em outubro e novembro de 2017, foram realizados os treinamentos, com grupos de técnicos de enfermagem e enfermeiros dentro das unidades de internação e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com o intuito de esclarecer sobre o assunto, explicar como funcionaria a comissão dentro do hospital, qual seria o seu papel, desmistificar certos “tabus” e conceitos sobre cuidados paliativos e cuidados de fim de vida. Assim foi possível esclarecer os questionamentos da equipe de enfermagem quanto ao tratamento proposto, os aspectos legais sobre cuidados de fim de vida, como funcionaria a participação dos familiares no processo e qual seria o papel da enfermagem em identificar e auxiliar o médico no melhor controle de sintomas. Quanto aos aspectos legais, assunto que gera sempre muita polemica, foi explicado à equipe de enfermagem sobre a autonomia do paciente e a tomada de decisão, esclarecendo que toda e qualquer decisão tomada no âmbito do cuidado paliativo será sempre compartilhada com o paciente e seus familiares. Uma maneira encontrada de divulgar a comissão de cuidados paliativos e seu funcionamento dentro do hospital deu-se através do uso de recursos visuais, como o fundo de tela dos computadores com o slogan da comissão: “Como posso cuidar quando não é possível curar”; e com o nome de todos os membros participantes com intuito de que todos os colaboradores tomassem conhecimento da criação da comissão. Foi fundamental a participação dos enfermeiros engajados junto com a equipe de enfermagem que prepararam vários treinamentos práticos sobre cuidados paliativos. Outra necessidade observada foi a de abranger os familiares e o público leigo que frequenta as salas de espera dentro do ambiente hospitalar. Foi elaborado um folheto explicativo e criado um logotipo para a comissão. Esse folheto fica disponível aos familiares e pacientes que frequentam o hospital, onde, em uma linguagem simples e de fácil compreensão, é possível oferecer algumas informações sobre o que é o cuidado paliativo, como é feito, e quem são os pacientes candidatos a tal cuidado. Em janeiro de 2018, efetivamente a comissão passa a atender os pacientes candidatos a cuidados paliativos. Este fluxo de atendimento ocorre através da solicitação de consulta pelo sistema de informática do hospital, Tasy® onde qualquer profissional médico pode solicitar uma avaliação a um paciente que julgar ser candidato a cuidados paliativos. No momento é solicitação pé reservada aos profissionais médicos, porém o intuito no futuro é que possamos ampliar esta demanda aos demais profissionais da área de saúde, em fazer a solicitação formal no sistema estas. Porém, de maneira informal, através de grupo criado no aplicativo de mensagens instantâneas os demais profissionais já conseguem sinalizar aos médicos pacientes com critérios de cuidados paliativos. Ao gerar a solicitação de consulta no sistema, este automaticamente é enviado a todos os membros da Comissão que tenham o perfil ativo de Cuidados Paliativos. O médico da comissão designado para cada setor do hospital realiza a avaliação inicial ao paciente candidato a cuidados paliativos, que se dá por uma entrevista realizada com familiares ou o próprio paciente, médico assistente, revisão das informações contidos no prontuário, exame físico, quadro clínico atual e avaliação de funcionalidade. Como critério norteador, mas não exclusivo usamos a Paliative Performance Scale (PPS) , considerando os pacientes candidatos a cuidados paliativos aqueles com funcionalidade abaixo de 40%. A partir desta avaliação traça-se o perfil do paciente, levando em consideração todo o contexto bio-psico-social chegando a classificando em cuidados paliativos, cuidados paliativos exclusivos ou cuidados de fim de vida com priorização de medidas de conforto. Fica então estabelecido um plano de cuidados onde a estratégia proposta pode ser: uma orientação ao médico assistente sobre controle de sintomas e ferramentas que possam auxiliar neste controle, uma orientação à equipe multidisciplinar, realização de reuniões familiares se julgar necessário, determinação do acompanhamento dos demais membros da Comissão e definição do plano de cuidados na integridade total do individuo. Este plano de cuidados fica evoluído no sistema de informática Tasy® e disponível a todos os colaboradores do hospital para que todos os profissionais possam ter acesso às medidas estabelecidas, às intervenções que não devem ser realizada e ao grau de cuidado a ser implementado. Um dos pilares do cuidado paliativo é a humanização do cuidado, portanto conforme necessidade dos pacientes e seus familiares, após avaliação da equipe de Psicologia e Serviço Social, pode ser determinado um horário de visita estendido e diferenciado com liberação extra de familiares e visitas religiosas. Dentro desta mesma perspectiva fica estabelecido de tentar, dentro das limitações da instituição e de cada unidade do hospital, atender a algumas demandas dos pacientes como liberação de itens de alimentação, higiene, objetos pessoais e até mesmo animais de estimação, objetivando o bem estar do paciente e da sua família. Como relatado anteriormente um dos propósitos da comissão de cuidados paliativos é promover a educação permanente nesta área, portanto, em março de 2018, a Fundação promoveu um curso de imersão em cuidados paliativos com a participação de todos os setores do hospital. No mês de maio de 2018 foi elaborado um treinamento em forma de oficina sobre técnicas de punção e utilização de hipodermóclise, com o envolvimento de todos os setores do hospital. Neste momento foi possível praticar a realização das técnicas de punção, discorrer sobre suas indicações e possíveis complicações, tornando-se aptos utilizá-la sempre que indicado. A preocupação constante com a autonomia do paciente e de seus familiares, define a base das conferências familiares realizadas pela comissão. Acredita-se que toda e qualquer decisão a ser tomada deve ser compartilhada entre paciente, família e equipe multidisciplinar, objetivando assim programar o melhor plano de cuidado e favorecer a melhor qualidade de vida e o bem estar deste e paciente que está diante de uma doença crônica ou ameaçadora da vida. As conferências familiares são agendadas para que um maior número de familiares possa estar presente, dentro de uma sala reservada em um ambiente calmo e preparada para o acolhimento. A reunião é realizada por um médico da comissão, na presença principalmente da equipe de psicologia e tudo o que é conversado e discutido e acordado entre os presentes fica registrado em livro ata, transcrito pela psicóloga durante a reunião. Após o termino da reunião é feita uma leitura pela psicóloga, ficando aberto aos familiares questionar caso permaneçam dúvida e por fim, todos assinam o documento. O principio fundamental respeitado durante a reunião é a autonomia de decisão do paciente e seus familiares, suas convicções, perspectivas sobre a doença e a forma com a qual deseja conviver com ela, sua definição de qualidade de vida e seus limites de tolerância aos tratamentos propostos. Sem dúvida, o caráter de respeitar a decisão compartilhada torna a reunião um acordo de confiança entre a equipe, o paciente e sua família. Esse momento também pode ser utilizado para esclarecimento de dúvidas a respeito do caso, compartilhamento de angustias, onde também os profissionais da área de saúde tem a oportunidade de auxiliar este enfrentamento físico e emocional. Após a reunião, o médico que a conduziu, transcreve um relato das decisões importantes tomadas acerca do quadro no sistema de informática do hospital, para que todos os profissionais, inclusive aos que não estão na comissão de cuidados paliativos, tenham conhecimento daquilo que ficou estabelecido e qual o plano terapêutico e de cuidados a ser seguido.
Descreva quais as dificuldades encontradas para realização das atividades.: 
As dificuldades encontradas foram o pouco conhecimento das equipes referente aos cuidados paliativos, a baixa adesão aos treinamentos.
Quais foram os resultados observados depois da implementação?: 
Nesses primeiros seis meses de experiência com a atuação da comissão de cuidados paliativos, podemos observar alguns resultados, porem de caráter subjetivo onde fundamentalmente observamos uma mudança geral de conceitos dos colaboradores, assim como uma mudança cultural onde antes haviam questionamentos pertinentes aos cuidados e condutas no paciente em cuidados paliativos , hoje existem certezas em se estar fazendo o melhor para aquele paciente . Um exemplo desta mudança é o número crescente nestes seis meses, de solicitações de consulta, oriundas do setor de urgência e emergência do hospital, antes preocupados com o pronto atendimento e a instituição de recursos invasivos, hoje avaliam e analisam cada caso com critérios e preocupações relacionadas á obstinação terapêutica de cura e são capazes de refletir sobre suas ações e ponderar os tratamentos invasivos, identificar estes pacientes onde a cura não mais pode ser alcançada, e para que em conjunto com a equipe e a família a melhor decisão possa ser tomada (Anexo 3). A consequência direta desta nova postura dos médicos pode ser medida no melhor gerenciamento de vagas de internação hospitalar e de leitos na unidade de Terapia Intensiva. Antes estes pacientes eram internados em unidade de terapia intensiva de maneira instintiva, hoje se pondera a real necessidade de manter os paciente em cuidados paliativos longe de seus familiares, muitas vezes sem poder expressar seus reais desejos, quando o intuito maior é o controle adequado de sintomas e bem estar do paciente . Uma perspectiva futura para esses pacientes é a programar politicas de desospitalização precoce, sendo possível com recursos adequados controlar os sintomas em casa, atendidos por uma equipe domiciliar preparada, permanecer perto de familiares, parentes e amigos, no conforto do lar, evitando assim complicações decorrentes de infecções hospitalares, e a perda de personificação, atingindo a plena humanização do cuidado. Além dos fatores acima, também podemos observar também uma mudança de comportamento importante em todos os profissionais e colaboradores do hospital, desde os mais especializados até os menos, em estarem compreendendo e presentes no processo, tranquilos e colaborativos com as decisões tomadas, engajados em querer participar do cuidado da melhor forma e encarando de maneira natural as medidas de instituição de sedação paliativa e priorização de conforto, assim como retirada de suporte avançado de vida em pacientes em cuidados de fim de vida. Observamos diariamente um crescente número de enfermeiros e técnicos de enfermagem, sinalizando os médicos as necessidades de cada paciente, e a possível indicação dos mesmos a cuidados paliativos, pois estes são os profissionais que ficam em contato diário e próximo dos pacientes e familiares. No contexto familiar e na população leiga que frequenta o hospital, podemos observar iniciativas em abordar os médicos assistentes sobre o assunto. As famílias estão tentando entender melhor cuidados paliativos, realizando questionamentos a equipe, sobre que “são os cuidados paliativos” durante as visitas e consultas do ambulatório. Pudemos observar grandes mudanças de postura critica dos familiares de pacientes em cuidados paliativos , pois hoje eles estão tranquilos e cientes de todo o processo, se sentindo ativos e participantes das decisões tomadas, e concordantes com manter as medidas não invasivas , com o inicio de sedação paliativa e medidas de conforto. Os familiares acreditam estar fazendo o melhor para seu ente querido, propiciando o mínimo de conforto e bem estar no fim de suas vidas . A atitude da família que enfrenta uma doença crônica mesmo em cuidados de fim de vida, mudou a partir do momento em que se sentem participativos das decisões e tornam-se mais atuantes no processo, eles se tornam peças chaves no conforto e no controle de sintomas, podendo permanecer mais tempo junto de seu familiar e para auxiliar no cuidado, muitas vezes identificando sinais e sintomas precocemente. Concluímos que grandes mudanças podem ser observadas, de caráter cultural e de comportamento, mas acima de tudo ocorreram mudanças objetivando a qualidade da assistência. A preocupação de amenizar o sofrimento e a angústia de cada paciente internado, na identificação precoce e melhor manejo dos sintomas , e compreensão do processo de cuidados paliativos e de fim de vida. Entender que morte faz parte do processo de vida, e que quanto mais natural ocorrer, estaremos vivendo melhor e com melhor qualidade.
Descreva os resultados observados de acordo com as metas previstas: 
Uniformizou-se um padrão para a avaliação e intervenção de pacientes em cuidados paliativos
A comissão está sendo capaz de auxilar os profissionais de saúde frente a pacientes em cuidados paliativos
A comissão mostrou-se assertiva no diagnóstico e no auxilio a condução dos cuidados de pacientes em cuidados paliativos
Descreva em forma de indicadores quantitativos (números, proporções, taxas) os resultados alcançados pela experiência.: 
Total de pacientes beneficiados até o momento: 121.
Existe equipe responsável pelo monitoramento/avaliação da experiência?: 
Sim
Com que frequência se reúne?: 
Mensalmente
2018
-
Sul
Impacto da criação de uma comissão de cuidados paliativos em hospital de idosos em Curitiba

TÍTULO COMPLETO: Impacto da criação de uma comissão de cuidados paliativos em hospital de idosos em Curitiba

INTRODUÇÃO

A busca da melhoria da qualidade de vida e de morte da população de idosos é crescente em nosso país e deve ser uma constante a ser perseguida e aprimorada. É neste contexto que está inserido o atendimento especializado em Cuidados Paliativos. Segundo a OMS “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio de prevenção e alivio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. O anseio em criar uma comissão de cuidados paliativos dentro do Hospital do Idoso Zilda Arns (Hiza) surgiu da vontade expressa dos profissionais envolvidos diretamente ou não nos cuidados dos pacientes, que se sentiam incomodados com a obstinação terapêutica e com o sofrimento dos pacientes internados com doenças crônicas sem perspectiva de cura, e também de acompanharem o sofrimento dos familiares envolvidos. Criar uma comissão de cuidados paliativos era de certa forma uma maneira de tentar ajudar esses pacientes e familiares a estarem amparados na vivencia deste processo. Diante deste cenário, e da necessidade de aprimorarmos nossos cuidados, criou-se uma comissão de cuidados paliativos para atender esta população de pacientes. Humanizar e especializar o cuidado visa uma melhor qualidade de atendimento no sistema público de saúde, e aos profissionais da área de saúde uma melhor compreensão e capacitação no entendimento do processo evolutivo de doenças crônicas e sem cura.

OBJETIVOS

  • Dentro deste objetivo a criação de uma comissão de cuidados paliativos no âmbito hospitalar preconiza identificar precocemente os pacientes candidatos a cuidados paliativos, atendê-los e a seus familiares de maneira uniforme e especializada;
  • acompanhar e auxiliar o médico assistente no melhor controle dos sintomas e condução de intercorrências, realizar conferências familiares se for necessário;
  • ampliar e difundir o conhecimento sobre cuidados paliativos para toda a equipe de colaboradores desta instituição.

METAS

  • Uniformidade de ações voltadas aos pacientes em cuidados paliativos;
  • Instituir uma comissão ativa para colaborar juntamente com a equipe assistencial na tomada de decisão, frente a pacientes com diagnóstico de doenças evolutivas e incuráveis;
  • Tornar os tratamentos mais assertivos, focando no controle dos sintomas e alivio do sofrimento do paciente e seus familiares.

 

PÚBLICO-ALVO

Pacientes com mais de 60 anos com diagnóstico de doenças progressivas e incuráveis ameaçadoras a vida.

NÚMERO DE PARTICIPANTES

100

DIVULGAÇÃO

Através da portaria que criou a comissão, além de oficinas, workshops e rodas de conversa sobre o tema.

ATIVIDADES

Em concomitância com o início do atendimento da comissão, e para melhor capacitação dos colaboradores, as ações desenvolvidas pela comissão no começo do processo foram relacionadas à educação permanente em serviço. Em outubro e novembro de 2017, foram realizados os treinamentos, com grupos de técnicos de enfermagem e enfermeiros dentro das unidades de internação e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com o intuito de esclarecer sobre o assunto, explicar como funcionaria a comissão dentro do hospital, qual seria o seu papel, desmistificar certos “tabus” e conceitos sobre cuidados paliativos e cuidados de fim de vida. Assim foi possível esclarecer os questionamentos da equipe de enfermagem quanto ao tratamento proposto, os aspectos legais sobre cuidados de fim de vida, como funcionaria a participação dos familiares no processo e qual seria o papel da enfermagem em identificar e auxiliar o médico no melhor controle de sintomas. Quanto aos aspectos legais, assunto que gera sempre muita polemica, foi explicado à equipe de enfermagem sobre a autonomia do paciente e a tomada de decisão, esclarecendo que toda e qualquer decisão tomada no âmbito do cuidado paliativo será sempre compartilhada com o paciente e seus familiares. Uma maneira encontrada de divulgar a comissão de cuidados paliativos e seu funcionamento dentro do hospital deu-se através do uso de recursos visuais, como o fundo de tela dos computadores com o slogan da comissão: “Como posso cuidar quando não é possível curar”; e com o nome de todos os membros participantes com intuito de que todos os colaboradores tomassem conhecimento da criação da comissão. Foi fundamental a participação dos enfermeiros engajados junto com a equipe de enfermagem que prepararam vários treinamentos práticos sobre cuidados paliativos. Outra necessidade observada foi a de abranger os familiares e o público leigo que frequenta as salas de espera dentro do ambiente hospitalar. Foi elaborado um folheto explicativo e criado um logotipo para a comissão. Esse folheto fica disponível aos familiares e pacientes que frequentam o hospital, onde, em uma linguagem simples e de fácil compreensão, é possível oferecer algumas informações sobre o que é o cuidado paliativo, como é feito, e quem são os pacientes candidatos a tal cuidado. Em janeiro de 2018, efetivamente a comissão passa a atender os pacientes candidatos a cuidados paliativos. Este fluxo de atendimento ocorre através da solicitação de consulta pelo sistema de informática do hospital, Tasy® onde qualquer profissional médico pode solicitar uma avaliação a um paciente que julgar ser candidato a cuidados paliativos. No momento é solicitação pé reservada aos profissionais médicos, porém o intuito no futuro é que possamos ampliar esta demanda aos demais profissionais da área de saúde, em fazer a solicitação formal no sistema estas. Porém, de maneira informal, através de grupo criado no aplicativo de mensagens instantâneas os demais profissionais já conseguem sinalizar aos médicos pacientes com critérios de cuidados paliativos. Ao gerar a solicitação de consulta no sistema, este automaticamente é enviado a todos os membros da Comissão que tenham o perfil ativo de Cuidados Paliativos. O médico da comissão designado para cada setor do hospital realiza a avaliação inicial ao paciente candidato a cuidados paliativos, que se dá por uma entrevista realizada com familiares ou o próprio paciente, médico assistente, revisão das informações contidos no prontuário, exame físico, quadro clínico atual e avaliação de funcionalidade. Como critério norteador, mas não exclusivo usamos a Paliative Performance Scale (PPS), considerando os pacientes candidatos a cuidados paliativos aqueles com funcionalidade abaixo de 40%. A partir desta avaliação traça-se o perfil do paciente, levando em consideração todo o contexto bio-psico-social chegando a classificando em cuidados paliativos, cuidados paliativos exclusivos ou cuidados de fim de vida com priorização de medidas de conforto. Fica então estabelecido um plano de cuidados onde a estratégia proposta pode ser: uma orientação ao médico assistente sobre controle de sintomas e ferramentas que possam auxiliar neste controle, uma orientação à equipe multidisciplinar, realização de reuniões familiares se julgar necessário, determinação do acompanhamento dos demais membros da Comissão e definição do plano de cuidados na integridade total do indivíduo. Este plano de cuidados fica evoluído no sistema de informática Tasy® e disponível a todos os colaboradores do hospital para que todos os profissionais possam ter acesso às medidas estabelecidas, às intervenções que não devem ser realizadas e ao grau de cuidado a ser implementado. Um dos pilares do cuidado paliativo é a humanização do cuidado, portanto conforme necessidade dos pacientes e seus familiares, após avaliação da equipe de Psicologia e Serviço Social, pode ser determinado um horário de visita estendido e diferenciado com liberação extra de familiares e visitas religiosas. Dentro desta mesma perspectiva fica estabelecido de tentar, dentro das limitações da instituição e de cada unidade do hospital, atender a algumas demandas dos pacientes como liberação de itens de alimentação, higiene, objetos pessoais e até mesmo animais de estimação, objetivando o bem-estar do paciente e da sua família. Como relatado anteriormente um dos propósitos da comissão de cuidados paliativos é promover a educação permanente nesta área, portanto, em março de 2018, a Fundação promoveu um curso de imersão em cuidados paliativos com a participação de todos os setores do hospital. No mês de maio de 2018 foi elaborado um treinamento em forma de oficina sobre técnicas de punção e utilização de hipodermóclise, com o envolvimento de todos os setores do hospital. Neste momento foi possível praticar a realização das técnicas de punção, discorrer sobre suas indicações e possíveis complicações, tornando-se aptos utilizá-la sempre que indicado. A preocupação constante com a autonomia do paciente e de seus familiares, define a base das conferências familiares realizadas pela comissão. Acredita-se que toda e qualquer decisão a ser tomada deve ser compartilhada entre paciente, família e equipe multidisciplinar, objetivando assim programar o melhor plano de cuidado e favorecer a melhor qualidade de vida e o bem-estar deste e paciente que está diante de uma doença crônica ou ameaçadora da vida. As conferências familiares são agendadas para que um maior número de familiares possa estar presente, dentro de uma sala reservada em um ambiente calmo e preparada para o acolhimento. A reunião é realizada por um médico da comissão, na presença principalmente da equipe de psicologia e tudo o que é conversado e discutido e acordado entre os presentes fica registrado em livro ata, transcrito pela psicóloga durante a reunião. Após o termino da reunião é feita uma leitura pela psicóloga, ficando aberto aos familiares questionar caso permaneçam dúvida e por fim, todos assinam o documento. O princípio fundamental respeitado durante a reunião é a autonomia de decisão do paciente e seus familiares, suas convicções, perspectivas sobre a doença e a forma com a qual deseja conviver com ela, sua definição de qualidade de vida e seus limites de tolerância aos tratamentos propostos. Sem dúvida, o caráter de respeitar a decisão compartilhada torna a reunião um acordo de confiança entre a equipe, o paciente e sua família. Esse momento também pode ser utilizado para esclarecimento de dúvidas a respeito do caso, compartilhamento de angustias, onde também os profissionais da área de saúde têm a oportunidade de auxiliar este enfrentamento físico e emocional. Após a reunião, o médico que a conduziu, transcreve um relato das decisões importantes tomadas acerca do quadro no sistema de informática do hospital, para que todos os profissionais, inclusive aos que não estão na comissão de cuidados paliativos, tenham conhecimento daquilo que ficou estabelecido e qual o plano terapêutico e de cuidados a ser seguido.

EQUIPE

Médicos

Enfermeiros

Psicólogos

Fisioterapeutas

Assistente Social

Farmacêuticos

Terapeuta Ocupacional

Gestores

EQUIPAMENTOS E RECURSOS FINANCEIROS

  • 01 sala para a realização das reuniões com familiares e para as reuniões da equipe da comissão;
  • Materiais de apoio: notebooks, Datashow, para a realização das oficinas e workshops;
  • 1000 exemplares de um folder desenvolvido pela comissão para orientação de pacientes e familiares.

Os custos foram provenientes da impressão dos folders.

RESULTADOS

Uniformizou-se um padrão para a avaliação e intervenção de pacientes em cuidados paliativos. A comissão está sendo capaz de auxiliar os profissionais de saúde frente a pacientes em cuidados paliativos. A comissão mostrou-se assertiva no diagnóstico e no auxílio a condução dos cuidados de pacientes em cuidados paliativos

Introdução
A busca da melhoria da qualidade de vida e de morte da população de idosos é crescente em nosso país e deve ser uma constante a ser perseguida e aprimorada. É neste contexto que está inserido o atendimento especializado em Cuidados Paliativos. Segundo a OMS “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar que objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio de prevenção e alivio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e dos demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”. O anseio em criar uma comissão de cuidados paliativos dentro do Hospital do Idoso Zilda Arns (Hiza) surgiu da vontade expressa dos profissionais envolvidos diretamente ou não nos cuidado dos pacientes, que se sentiam incomodados com a obstinação terapêutica e com o sofrimento dos pacientes internados com doenças crônicas sem perspectiva de cura, e também de acompanharem o sofrimento dos familiares envolvidos. Criar uma comissão de cuidados paliativos era de certa forma uma maneira de tentar ajudar esses pacientes e familiares a estarem amparados na vivencia deste processo. Diante deste cenário, e da necessidade de aprimorarmos nossos cuidados, criou-se uma comissão de cuidados paliativos para atender esta população de pacientes. Humanizar e especializar o cuidado visa uma melhor qualidade de atendimento no sistema público de saúde, e aos profissionais da área de saúde uma melhor compreensão e capacitação no entendimento do processo evolutivo de doenças crônicas e sem cura.
Objetivos
Dentro deste objetivo a criação de uma comissão de cuidados paliativos no âmbito hospitalar preconiza identificar precocemente os pacientes candidatos a cuidados paliativos, atendê-los e a seus familiares de maneira uniforme e especializada, acompanhar e auxiliar o médico assistente no melhor controle dos sintomas e condução de intercorrências, realizar conferências familiares se for necessário, e ampliar e difundir o conhecimento sobre cuidados paliativos para toda a equipe de colaboradores desta instituição.
Metas
  1. Uniformidade de ações voltadas aos pacientes em cuidados paliativos
  2. Instituir uma comissão ativa para colaborar juntamente com a equipe assistencial na tomada de decisão, frente a pacientes com diagnóstico de doenças evolutivas e incuráveis
  3. Tornar os tratamentos mais acertivos, focando no controle dos sintomas e alivio do sofrimento do paciente e seus familiares
Público alvo
Pacientes com mais de 60 anos com diagnóstico de doenças progressivas e incuraveis ameaçadoras a vida.
Divulgação
Através da portaria que criou a comissão, além de oficinas, workshops e rodas de conversa sobre o tema
Número de participantes
121
Atividades
Em concomitância com o inicio do atendimento da comissão, e para melhor capacitação dos colaboradores, as ações desenvolvidas pela comissão no começo do processo foram relacionadas á educação permanente em serviço. Em outubro e novembro de 2017, foram realizados os treinamentos, com grupos de técnicos de enfermagem e enfermeiros dentro das unidades de internação e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com o intuito de esclarecer sobre o assunto, explicar como funcionaria a comissão dentro do hospital, qual seria o seu papel, desmistificar certos “tabus” e conceitos sobre cuidados paliativos e cuidados de fim de vida. Assim foi possível esclarecer os questionamentos da equipe de enfermagem quanto ao tratamento proposto, os aspectos legais sobre cuidados de fim de vida, como funcionaria a participação dos familiares no processo e qual seria o papel da enfermagem em identificar e auxiliar o médico no melhor controle de sintomas. Quanto aos aspectos legais, assunto que gera sempre muita polemica, foi explicado à equipe de enfermagem sobre a autonomia do paciente e a tomada de decisão, esclarecendo que toda e qualquer decisão tomada no âmbito do cuidado paliativo será sempre compartilhada com o paciente e seus familiares. Uma maneira encontrada de divulgar a comissão de cuidados paliativos e seu funcionamento dentro do hospital deu-se através do uso de recursos visuais, como o fundo de tela dos computadores com o slogan da comissão: “Como posso cuidar quando não é possível curar”; e com o nome de todos os membros participantes com intuito de que todos os colaboradores tomassem conhecimento da criação da comissão. Foi fundamental a participação dos enfermeiros engajados junto com a equipe de enfermagem que prepararam vários treinamentos práticos sobre cuidados paliativos. Outra necessidade observada foi a de abranger os familiares e o público leigo que frequenta as salas de espera dentro do ambiente hospitalar. Foi elaborado um folheto explicativo e criado um logotipo para a comissão. Esse folheto fica disponível aos familiares e pacientes que frequentam o hospital, onde, em uma linguagem simples e de fácil compreensão, é possível oferecer algumas informações sobre o que é o cuidado paliativo, como é feito, e quem são os pacientes candidatos a tal cuidado. Em janeiro de 2018, efetivamente a comissão passa a atender os pacientes candidatos a cuidados paliativos. Este fluxo de atendimento ocorre através da solicitação de consulta pelo sistema de informática do hospital, Tasy® onde qualquer profissional médico pode solicitar uma avaliação a um paciente que julgar ser candidato a cuidados paliativos. No momento é solicitação pé reservada aos profissionais médicos, porém o intuito no futuro é que possamos ampliar esta demanda aos demais profissionais da área de saúde, em fazer a solicitação formal no sistema estas. Porém, de maneira informal, através de grupo criado no aplicativo de mensagens instantâneas os demais profissionais já conseguem sinalizar aos médicos pacientes com critérios de cuidados paliativos. Ao gerar a solicitação de consulta no sistema, este automaticamente é enviado a todos os membros da Comissão que tenham o perfil ativo de Cuidados Paliativos. O médico da comissão designado para cada setor do hospital realiza a avaliação inicial ao paciente candidato a cuidados paliativos, que se dá por uma entrevista realizada com familiares ou o próprio paciente, médico assistente, revisão das informações contidos no prontuário, exame físico, quadro clínico atual e avaliação de funcionalidade. Como critério norteador, mas não exclusivo usamos a Paliative Performance Scale (PPS) , considerando os pacientes candidatos a cuidados paliativos aqueles com funcionalidade abaixo de 40%. A partir desta avaliação traça-se o perfil do paciente, levando em consideração todo o contexto bio-psico-social chegando a classificando em cuidados paliativos, cuidados paliativos exclusivos ou cuidados de fim de vida com priorização de medidas de conforto. Fica então estabelecido um plano de cuidados onde a estratégia proposta pode ser: uma orientação ao médico assistente sobre controle de sintomas e ferramentas que possam auxiliar neste controle, uma orientação à equipe multidisciplinar, realização de reuniões familiares se julgar necessário, determinação do acompanhamento dos demais membros da Comissão e definição do plano de cuidados na integridade total do individuo. Este plano de cuidados fica evoluído no sistema de informática Tasy® e disponível a todos os colaboradores do hospital para que todos os profissionais possam ter acesso às medidas estabelecidas, às intervenções que não devem ser realizada e ao grau de cuidado a ser implementado. Um dos pilares do cuidado paliativo é a humanização do cuidado, portanto conforme necessidade dos pacientes e seus familiares, após avaliação da equipe de Psicologia e Serviço Social, pode ser determinado um horário de visita estendido e diferenciado com liberação extra de familiares e visitas religiosas. Dentro desta mesma perspectiva fica estabelecido de tentar, dentro das limitações da instituição e de cada unidade do hospital, atender a algumas demandas dos pacientes como liberação de itens de alimentação, higiene, objetos pessoais e até mesmo animais de estimação, objetivando o bem estar do paciente e da sua família. Como relatado anteriormente um dos propósitos da comissão de cuidados paliativos é promover a educação permanente nesta área, portanto, em março de 2018, a Fundação promoveu um curso de imersão em cuidados paliativos com a participação de todos os setores do hospital. No mês de maio de 2018 foi elaborado um treinamento em forma de oficina sobre técnicas de punção e utilização de hipodermóclise, com o envolvimento de todos os setores do hospital. Neste momento foi possível praticar a realização das técnicas de punção, discorrer sobre suas indicações e possíveis complicações, tornando-se aptos utilizá-la sempre que indicado. A preocupação constante com a autonomia do paciente e de seus familiares, define a base das conferências familiares realizadas pela comissão. Acredita-se que toda e qualquer decisão a ser tomada deve ser compartilhada entre paciente, família e equipe multidisciplinar, objetivando assim programar o melhor plano de cuidado e favorecer a melhor qualidade de vida e o bem estar deste e paciente que está diante de uma doença crônica ou ameaçadora da vida. As conferências familiares são agendadas para que um maior número de familiares possa estar presente, dentro de uma sala reservada em um ambiente calmo e preparada para o acolhimento. A reunião é realizada por um médico da comissão, na presença principalmente da equipe de psicologia e tudo o que é conversado e discutido e acordado entre os presentes fica registrado em livro ata, transcrito pela psicóloga durante a reunião. Após o termino da reunião é feita uma leitura pela psicóloga, ficando aberto aos familiares questionar caso permaneçam dúvida e por fim, todos assinam o documento. O principio fundamental respeitado durante a reunião é a autonomia de decisão do paciente e seus familiares, suas convicções, perspectivas sobre a doença e a forma com a qual deseja conviver com ela, sua definição de qualidade de vida e seus limites de tolerância aos tratamentos propostos. Sem dúvida, o caráter de respeitar a decisão compartilhada torna a reunião um acordo de confiança entre a equipe, o paciente e sua família. Esse momento também pode ser utilizado para esclarecimento de dúvidas a respeito do caso, compartilhamento de angustias, onde também os profissionais da área de saúde tem a oportunidade de auxiliar este enfrentamento físico e emocional. Após a reunião, o médico que a conduziu, transcreve um relato das decisões importantes tomadas acerca do quadro no sistema de informática do hospital, para que todos os profissionais, inclusive aos que não estão na comissão de cuidados paliativos, tenham conhecimento daquilo que ficou estabelecido e qual o plano terapêutico e de cuidados a ser seguido.
Resultados
Nesses primeiros seis meses de experiência com a atuação da comissão de cuidados paliativos, podemos observar alguns resultados, porem de caráter subjetivo onde fundamentalmente observamos uma mudança geral de conceitos dos colaboradores, assim como uma mudança cultural onde antes haviam questionamentos pertinentes aos cuidados e condutas no paciente em cuidados paliativos , hoje existem certezas em se estar fazendo o melhor para aquele paciente . Um exemplo desta mudança é o número crescente nestes seis meses, de solicitações de consulta, oriundas do setor de urgência e emergência do hospital, antes preocupados com o pronto atendimento e a instituição de recursos invasivos, hoje avaliam e analisam cada caso com critérios e preocupações relacionadas á obstinação terapêutica de cura e são capazes de refletir sobre suas ações e ponderar os tratamentos invasivos, identificar estes pacientes onde a cura não mais pode ser alcançada, e para que em conjunto com a equipe e a família a melhor decisão possa ser tomada (Anexo 3). A consequência direta desta nova postura dos médicos pode ser medida no melhor gerenciamento de vagas de internação hospitalar e de leitos na unidade de Terapia Intensiva. Antes estes pacientes eram internados em unidade de terapia intensiva de maneira instintiva, hoje se pondera a real necessidade de manter os paciente em cuidados paliativos longe de seus familiares, muitas vezes sem poder expressar seus reais desejos, quando o intuito maior é o controle adequado de sintomas e bem estar do paciente . Uma perspectiva futura para esses pacientes é a programar politicas de desospitalização precoce, sendo possível com recursos adequados controlar os sintomas em casa, atendidos por uma equipe domiciliar preparada, permanecer perto de familiares, parentes e amigos, no conforto do lar, evitando assim complicações decorrentes de infecções hospitalares, e a perda de personificação, atingindo a plena humanização do cuidado. Além dos fatores acima, também podemos observar também uma mudança de comportamento importante em todos os profissionais e colaboradores do hospital, desde os mais especializados até os menos, em estarem compreendendo e presentes no processo, tranquilos e colaborativos com as decisões tomadas, engajados em querer participar do cuidado da melhor forma e encarando de maneira natural as medidas de instituição de sedação paliativa e priorização de conforto, assim como retirada de suporte avançado de vida em pacientes em cuidados de fim de vida. Observamos diariamente um crescente número de enfermeiros e técnicos de enfermagem, sinalizando os médicos as necessidades de cada paciente, e a possível indicação dos mesmos a cuidados paliativos, pois estes são os profissionais que ficam em contato diário e próximo dos pacientes e familiares. No contexto familiar e na população leiga que frequenta o hospital, podemos observar iniciativas em abordar os médicos assistentes sobre o assunto. As famílias estão tentando entender melhor cuidados paliativos, realizando questionamentos a equipe, sobre que “são os cuidados paliativos” durante as visitas e consultas do ambulatório. Pudemos observar grandes mudanças de postura critica dos familiares de pacientes em cuidados paliativos , pois hoje eles estão tranquilos e cientes de todo o processo, se sentindo ativos e participantes das decisões tomadas, e concordantes com manter as medidas não invasivas , com o inicio de sedação paliativa e medidas de conforto. Os familiares acreditam estar fazendo o melhor para seu ente querido, propiciando o mínimo de conforto e bem estar no fim de suas vidas . A atitude da família que enfrenta uma doença crônica mesmo em cuidados de fim de vida, mudou a partir do momento em que se sentem participativos das decisões e tornam-se mais atuantes no processo, eles se tornam peças chaves no conforto e no controle de sintomas, podendo permanecer mais tempo junto de seu familiar e para auxiliar no cuidado, muitas vezes identificando sinais e sintomas precocemente. Concluímos que grandes mudanças podem ser observadas, de caráter cultural e de comportamento, mas acima de tudo ocorreram mudanças objetivando a qualidade da assistência. A preocupação de amenizar o sofrimento e a angústia de cada paciente internado, na identificação precoce e melhor manejo dos sintomas , e compreensão do processo de cuidados paliativos e de fim de vida. Entender que morte faz parte do processo de vida, e que quanto mais natural ocorrer, estaremos vivendo melhor e com melhor qualidade.

Ficha técnica

Município:
Curitiba
Instituição Responsável:
Hospital do Idoso Zilda Arns
Coordenação da experiência:
Elisangela Shiroma
Email da coordenação:
pcoltro@feaes.curitiba.pr.gov.br
Telefone institucional:
(41) 3316-5900
Esfera da experiência:
Grupo B - Municípios
Categoria da experiência:
Organização da atenção à saúde da pessoa idosa na Rede de Atenção à Saúde (implementação de linha de cuidado, regulação, fluxos, etc.)
Parceiros:
Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba
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Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa/DAPES/SAS/MS
Telefone: (61) 3315-6226
idoso@saude.gov.br